Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Você está em:   IGF Modelos de documentos Petição Civil e processo civil Ação de dissolução e liquidação de sociedade

Petição - Civil e processo civil - Ação de dissolução e liquidação de sociedade


 Total de: 15.244 modelos.

 

AÇÃO DE DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADE - INICIAL

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL.

COMARCA DE ____________ - ___

Distribuição por dependência

Processo nº

____________, uruguaia, casada, bioquímica, portadora da Cédula de Identidade de Estrangeiro nº ____________, expedida pela ____________, inscrita no CIC sob nº ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ____, B. ____________, ____________ - ___, por seu procurador firmatário, nos termos do instrumento de mandato incluso (Doc. 01), vem, respeitosamente, a presença de V. Exª. propor

AÇÃO DE DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADE, contra LABORATÓRIO ____________ LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob nº ____________, com sede e foro jurídico na cidade de ____________, ___, na Rua ____________, nº ____, B. ____________, CEP ____________; e ____________, brasileira, solteira, bioquímica, inscrita no CPF sob nº ____________ e portadora do RG nº ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ____, B. ____________, CEP ____________, ____________ - ___, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

- DOS FATOS -

1. A Autora, no dia ___ de ____________ de 2000, ingressou com ação cautelar de arrolamento de bens contra o primeiro réu. O feito em questão foi distribuído a ___ª Vara Cível.

2. A Digníssima Magistrada ao apreciar a petição inicial deferiu a liminar postulada, a qual, posteriormente, foi integralmente cumprida.

3. No prazo legal está ingressando com a presente ação de dissolução de sociedade, objetivando dissolver a empresa que outrora fora constituída.

4. Tal demanda somente foi proposta em virtude da impossibilidade da continuidade da empresa, face a antipatia recíproca criada entre as sócias a partir de meados do ano de 2000.

5. O conflito iniciou quando a Srª. ____________ passou a esconder números da Autora, não mais lhe fornecendo as senhas dos bancos onde a empresa Ré possuía conta corrente, a realizar empréstimos com familiares, sem necessidade, a atrasar o pagamento dos funcionários, a realizar ornamentações caríssimas e desnecessárias.

6. A Autora, face a rescisão do contrato com a Unimed em ____________ - ___, passou a trabalhar diariamente na sede da empresa Ré, na cidade de ____________ - ___, tentando participar, em igualdade de condições, na administração da sociedade.

7. Fato que incomodou sobremaneira a outra sócia Srª. ____________, que passou a não mais comparecer no laboratório quando a Autora estava lá, a mandar os funcionários quando do recebimentos dos salários a cobrarem da Autora, a omitir despesas, a omitir receitas, enfim, o conflito entre as duas aumentou, não possuindo, a sociedade, mais condições de existir.

8. Este não era o desejo da Autora, que tentou de todas as formas amenizar o problema criado, única e exclusivamente por culpa da outra quotista, requerendo, inclusive, prestação de contas da Srª ____________ através de notificação extrajudicial (Doc. 3), sem sucesso.

9. Diante deste fato, a Autora, escolheu o caminho do Poder Judiciário para solucionar o problema, ingressando com a medida cautelar preparatória de arrolamento de bens e agora com a ação principal de dissolução da sociedade objetivando pôr fim a este empreendimento mal sucedido.

- DO DIREITO -

10. Estabelece o art. 336, 1 do Código Comercial, que:

"As mesmas sociedades podem ser dissolvidas judicialmente, antes do período marcado no contrato, a requerimento de qualquer dos sócios:

1. mostrando-se que é impossível a continuação da sociedade por não poder preencher o intuito e fim social, como nos casos de perda inteira do capital social, ou deste não ser suficiente".

11. Este dispositivo define bem a situação em que se encontra a empresa, que face a discórdia existente entre as sócias, está impossibilitada de continuar sua existência.

12. O mestre José Waldecy de Lucena em sua obra Das Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada. Rio de Janeiro : Renovar, 1999, 3ª edição, página 686, manifesta-se com muita proficiência a respeito do dispositivo acima mencionado, asseverando que:

"Sem embargo de imprevista em lei, harmonizam-se doutrina e jurisprudência ao entendimento de que a discórdia entre os sócios, se impeditiva de que possa a sociedade "preencher o intuito e fim social" (Cód. Comercial, art. 336, 1º), para os quais fora constituída, erige-se em causa de sua dissolução.

....

Se a sociedade nasceu do consensus, o dissensus a extingue. A união dos esforços de todos a criou e a manteve; a desunião leva-a à garra, à deriva. Ao fim ruinoso, à quebra humilhante, há de optar o sócio sensato por sua dissolução.

...

Os tribunais mostraram-se sensíveis a questão e, em remarcada construção pretoriana, colmataram a lacuna legal, subsumindo o dissenso entre os sócios à causa expressa ao artigo 336, 1º, do Código Comercial, ou seja, assentaram que se a discórdia for de monta, a comprometer o fim social, caracterizada estará a causa determinante de dissolução da sociedade".

13. A discórdia entre as partes é facilmente verificada, tanto que a Autora para poder tomar conhecimento da real situação da empresa teve que enviar a Ré ____________ uma notificação extrajudicial de prestação de contas.

14. Esta notificação foi recebida pela Srª. ____________ em ___ de ____________ de 2000, que até agora não prestou as devidas contas.

15. Também, as sócias não conseguem mais conversar amigavelmente, sem se ofenderem mutuamente, estando os ânimos acirradíssimos.

16. Ainda sem saber a realidade do laboratório, e para evitar maiores prejuízos, propôs a venda de suas quotas partes para ____________, que também até agora não deu resposta.

17. Viu-se, então, forçada a buscar a tutela jurisdicional para assegurar seu direito e pôr fim a este fracassado empreendimento.

18. Verificamos claramente a quebra do "affectio societatis", elemento específico do contrato de sociedade comercial, caracterizador da vontade de união e aceitação das áleas comuns do negócio.

19. Quando este elemento não mais existe em relação a algum dos sócios, causando a impossibilidade da consecução do fim social, plenamente possível a dissolução, com fundamento no art. 336, I, do CCo.

20. O eminente comercialista José Waldecy Lucena, em obra já citada, na página 792, comenta que:

"Nem a sociedade pode ser in aeternum, nem pode o sócio ser compelido a manter-se indefinidamente como sócio.

Sendo a sociedade instituída com prazo indeterminado - escreveu aquele que foi o maior comercialista de seu tempo - , isto, é, sem duração fixada no contrato (sine temporis proefinitione), a presunção legal é que os sócios se reservaram o direito de dissolvê-la, quando qualquer deles bem entendesse. A sua duração foi deixada ad beneplacitum sociorum.

É entendimento generalizado o de que ninguém pode ser forçado, contra a vontade, a permanecer no estado de sócio, o que feriria a liberdade do homem de dirigir seu próprio destino, ou como querem alguns mais específicos, haveria violação à liberdade de trabalho.

Daí a advertência de Waldemar Ferreira de que quem "contrata sociedade sem determinar o prazo de sua vigência sabe bem o que ajusta: o direito, que assiste a qualquer dos seus consórcios, de lhe pôr termo em qualquer momento".

21. Portanto, outra decisão não pode ser tomada senão a decretação de dissolução da sociedade.

DIANTE DO EXPOSTO, requer:

a) o recebimento e processamento da presente demanda, com final sentença no tempo do art. 656, § 2º do Decreto-lei nº 1.608 de 18 de setembro de 1939, decretando-se dissolvida totalmente a sociedade, até porque não há permissivo legal que garanta a continuidade com um único sócio, nomeando-se liquidante de vossa confiança para as funções de liquidação da empresa, ordenando-se a apuração dos haveres da Autora, observando a orientação da jurisprudência do C. STF, devendo ser avaliado todo o ativo, material e imaterial, da sociedade a preço de mercado, sendo pago de forma única e em dinheiro;

b) caso não seja este o entendimento de V. Exª, verificando tratar-se de dissolução parcial, seja determinado o afastamento da outra sócia quotista, Srª. ____________ do cargo de gerência, nomeando-se um administrador judicial para desempenhar as funções de administração da sociedade até a devida apuração e pagamento dos haveres da Autora, que para tanto deve ser observado a orientação da jurisprudência do C. STF, devendo ser avaliado todo o ativo, material e imaterial, da sociedade a preços de mercado, sendo pago de forma única e em dinheiro;

c) protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a tomada de depoimento pessoal e oitiva de testemunhas oportunamente arroladas.

N. T.

P. E. Deferimento.

Valor da Causa: R$ ____________.

____________, ___ de ____________ de 20__.

Pp. ____________

OAB/


Veja mais modelos de documentos de: Petição - Civil e processo civil