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Você está em:   IGF Modelos de documentos Petição Administrativo Alegações finais em processo ético-administrativo junto ao Conselho Regional de medicina

Petição - Administrativo - Alegações finais em processo ético-administrativo junto ao Conselho Regional de medicina


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Alegações finais em processo ético-administrativo junto ao Conselho Regional de medicina, em que responde pela acusação de exercício ilegal da profissão.

 

ILUSTRÍSSIMO SENHOR INSTRUTOR CONSELHEIRO DO CONSELHO REGIONAL DE ÉTICA MÉDICA DO ........ - SECCIONAL DE ......... - DR. ..........

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, em processo ético administrativo, em que responde pela acusação de exercício ilegal da medicina, à presença de Vossa Excelência propor

ALEGAÇÕES FINAIS

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

1) DO PROCESSO ÉTICO

Após sindicância instaurada pela ......a Regional de ......., decidiu este Conselho pela instauração de Processo Administrativo Ético Profissional contra o Dr. ........., sob a alegação de infração ao art.38 do Código de Ética Médica referente ao possível exercício ilegal da medicina pelo médico ucraniano Dr. ............, que se caracterizaria pelo atendimento a pacientes do ............ do qual o ora Defendido é proprietário e atual diretor-clínico.

Todavia, consoante resultou exuberantemente demonstrado na instrução deste processo ético-administrativo, perante este D. Conselho, os fatos se deram de forma totalmente diferente da narrada na denúncia. Os depoimentos ouvidos posteriormente no presente processo não deixaram dúvidas quanto à inocência do ora Defendido. Foram elucidativos e não há provas de que houve por parte do Defendido, favorecimento ao possível exercício da medicina pelo médico estrangeiro.

2) DOS DEPOIMENTOS

Os depoimentos colhidos durante a instrução vem corroborar a verdade dos fatos:

Eis alguns trechos:

DEPOIMENTO DE .........

"... que se lembra que Dr. ...... ficou ao redor de 3 meses no hospital e que estava sempre "passeando" e as vezes observando as cirurgias e os atendimentos médicos prestados pelo Dr. ...... Nega que tenha sido o Dr. ..... que operou o Sr. ....., Sr. ..... e ......, pois o mesmo apenas assistia as cirurgias. "

DEPOIMENTO DO SR. .........

" ... Dr. ...... apenas acompanha na condição de observador o Dr. ............nas suas cirurgias e atendimentos, porém sem participar de atos cirúrgicos ou examinar pacientes.

...

O Dr. ....... dizia-me que não poderia atender nenhum paciente, pois não tinha condições de manter diálogos com eventuais pacientes para executar qualquer procedimento médico.

... neste período até agora, auxilia financeiramente o Dr. ....... para que o mesmo consiga se manter..."

DEPOIMENTO DE ........

" ... que conheceu Dr. ....... e que o mesmo permaneceu três meses ficou hospedado no Hospital, que o mesmo neste período acompanhava o Dr. ............ durante seu atendimento a pacientes e nas cirurgias.

.... o Dr. ...... não atendia pacientes e nem participava de atos cirúrgicos."

DEPOIMENTO DO MÉDICO DR. ........

"... o Dr. ............não participava de atendimentos e ou cirurgias...

... que o Dr. ............viajava bastante, não ficando, portanto, todo este período no Hospital.

Perguntado sobre o atendimento prestado ao Sr. ........., refere que permaneceu um período na sala de cirurgia, sem estar auxiliando ou operando e quem estava realizando a cirurgia era Dr. ............e não o Dr. ....... "

Dos depoimentos acima mencionados contrapondo-se com as declarações que ensejaram a denúncia, verifica-se claramente que os depoimentos traduzem de forma inequívoca a realidade dos fatos, enquanto que as declarações dos pacientes foram inconclusivas, contraditórias. Como já foi dito anteriormente na Defesa apresentada, declarações estas influenciadas pela .....a Regional de ......, que há anos tenta prejudicar o defendido, sem, no entanto, obter sucesso. Tanto isso é verdade que os pacientes que fizeram tais declarações, não se prestaram a isso de livre e espontânea vontade e sim foram convocados pela .....a Regional. Observe-se que em momento algum ficou comprovado que os mesmos tenham sido atendidos pelo médico estrangeiro. Foram chamados a prestar depoimento neste D.Conselho e não compareceram para ratificar suas declarações. O que demonstra perfeitamente a fragilidade de tais declarações. Se estivessem insatisfeitos com o atendimento e certos de que suas declarações eram "verdadeiras" não teriam comparecido para ratificá-las?

Das declarações de todos os pacientes, conclui-se o seguinte:

- Os pacientes ........ E ............., ambos submetidos a procedimento cirúrgico não poderiam afirmar com certeza qual o médico que procedeu a cirurgia. Os próprios profissionais do hospital, entre médicos, enfermeiros e auxiliares muitas vezes não se reconhecem no centro cirúrgico. Como é de conhecimento de Vossa Senhoria, o cirurgião utiliza-se de roupas apropriadas, máscara, gorro e avental, tornando-se praticamente impossível o reconhecimento e identificação até mesmo para colegas que convivem no mesmo ambiente, que dirá para pessoas leigas submetidas a todo um estresse pré-operatório?

- O paciente ........, atendido em procedimento ambulatorial, também admite o equívoco.(doc. anexo)

- nada restou provado quanto a alegação de que o Dr. ............teria realizado qualquer procedimento junto a estes pacientes;

- não houve problemas quanto à evolução clínica de cada caso, todos demonstraram satisfação com o atendimento e boas condições de saúde;

Dessume-se das declarações não ratificadas perante este D. Conselho, que as alegações dos pacientes não revelam prova conclusiva de que foram realmente atendidos pelo médico Dr. ............, inexistindo, portanto, infração ao Código de Ética Médica por parte do Defendido.

.3) DA SINDICÂNCIA

Analisando o conteúdo das fls.008 dos autos, temos o relatório da visita realizada ao ............, a pedido do Conselho Sindicante, conduzida pelo médico fiscal Dr. ..............

Eis sua conclusão a respeito da pretensa prática de medicina pelo médico Dr. ............ naquela instituição:

" ...Avaliando alguns prontuários da instituição; indagando alguns funcionários e alguns pacientes que aguardavam atendimento, não conseguimos constatar que o Sr. ............ esteja fazendo atendimento ou cirurgias ..."(grifei)

Para finalizar, as correspondências enviadas por este Conselho formulando quesitos aos pacientes e designando datas para as suas ouvidas, foram respondidos (os quesitos) por correspondência e apenas por um dos pacientes.

O correto não seria a ouvida no próprio Conselho Regional de Medicina, oportunidade em que decidir-se-ia pela instauração ou não do procedimento administrativo, ante as confirmações ou não dos depoimentos na Regional de Saúde?

Diante da inexistência de confirmação das declarações dos pacientes, da análise dos prontuários médicos juntados aos autos, outro caminho não resta ao Processo Ético-Administrativo que não o da NULIDADE POR ABSOLUTA AUSÊNCIA DE PROVAS.

4) DO PROFISSIONAL

Finalmente é de se ponderar ainda, o fato de que o ora Defendido, exerce a profissão de médico clínico geral com especialidade em pediatria e atua no ............ do qual é proprietário, a mais de vinte anos e nunca obteve qualquer reprimenda por parte deste Conselho de Ética, nem tão pouco figurou como protagonista em processo administrativo, ao contrário, sempre zelou pela ética, prestando um excelente serviço à comunidade.

Não se pode admitir que, partindo de um pressuposto, de uma presunção com base em depoimentos inconcludentes e confusos, pairem dúvidas quanto à seriedade do Defendido. Os depoimentos colhidos, posteriormente, durante a instrução demonstram e não deixam dúvidas quanto à inocência do defendido.

Durante o período em que o Dr. ............esteve presente na cidade de Imbituva e hospedado no ............, o Defendido, o acolheu na qualidade de anfitrião, para que o médico estrangeiro conhecesse a região, a comunidade, a língua nacional e a realidade brasileira, mas em momento algum o contratou para prestação de serviços no hospital. Muito ao contrário, tomou todas as providências no sentido de informar ao médico ucraniano suas reais possibilidades dentro da legislação pátria de atuar como profissional aqui no Brasil.

Assim, permitiu o Defendido, que o Dr. ............observasse alguns procedimentos, sobre os quais conversaram após os procedimentos cirúrgicos, discutindo técnicas médicas de evolução, atitude esta que não configura infração ao Código de Ética Médica.

A par disso, há necessidade de muita cautela na apuração dos fatos, o que se requer desde já, pois reportando-se à defesa inicial há fortes indícios de tentativa de denegrir a imagem do profissional ............ perante este Conselho, com fins políticos, pois, o destruindo como profissional, não teria como rivalizá-los no campo político.

Está muito evidente a intenção em prejudicar aquela instituição, na pessoa de seu proprietário.

Portanto, é imoral tal denúncia e se acatada estará caracterizada a injustiça, posto que não há provas, apenas depoimentos inconclusivos os quais foram veemente refutados pelos depoimentos posteriores. Além disso, há de se observar os documentos trazidos aos autos pelo ora defendido. E neste caso, os prontuários médicos falam por si só.

DOS PEDIDOS

Por todas as razões expostas, ratifica-se os termos da Defesa e requer-se a Vossa Senhoria:

A nulidade do Processo Ético Administrativo, bem como seu arquivamento perante este Conselho, isentando o Defendido de qualquer penalidade, face à absoluta ausência de provas de possível infração ao art. 38 do Código de Ética Médica.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]


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