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Você está em:   IGF Modelos de documentos Petição Penal Interposição de justificação judicial, em face de inocência do réu

Petição - Penal - Interposição de justificação judicial, em face de inocência do réu


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Interposição de justificação judicial, em face de inocência do réu.

 

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO .....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar

JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

O Justificante .... foi preso em flagrante no dia .... de .... de .... e denunciado perante o MM. Juiz de Direito da Comarca de ...., em .... de .... de ...., como incurso nas sanções do art. 157, § 2º, inciso I, c/c o artigo 61, inciso II, letra "h", sob a alegação de ter roubado mediante ameaça a bicicleta de ...., conforme se constata pelo doc. nº .... Denúncia e doc. nº ..... Peça inicial do Inquérito.

A peça vestibular da ação foi recebida aos .... de .... de ...., e o processo chegou ao seu termo em .... de .... de ...., com a respeitável sentença que lhe impôs a pena de seis anos e oito meses de prisão, mais o pagamento de cento e sessenta dias-multa e a obrigação de satisfazer às despesas processuais.

Durante toda a instrução criminal, o Justificante foi mantido preso negando de forma categórica que tivesse praticado tal ato e o nega até hoje, arrolou testemunhas que naquela ocasião comprovaram a existência do empréstimo da bicicleta como já acontecera em outras oportunidades.

...., compromissado legalmente, e testemunha ocular dos fatos, judicialmente declarou:

"que no dia dos fatos estava trabalhando na ...., situada na Rua ...., próximo das Lojas ...., descarregando uma carreta de cimento, tendo percebido que a vítima emprestou sua bicicleta para o denunciado; que a vítima na ocasião dos fatos estava vendendo salgadinho; que a vítima já havia emprestado sua bicicleta para o denunciado em outras ocasiões e no mesmo local; que a testemunha sabe disso porque o réu de vez em quando ajudava a descarregar carretas de cimento na mesma firma em que estava trabalhando o depoente; que no dia dos fatos o réu não estava trabalhando; que não viu o réu portando o punhal alinhado na denúncia;..." (Assentada judicial de .... às fls. ....)

...., compromissado e também testemunha ocular dos fatos, da mesma declarou não ter havido roubo de espécie alguma, mas sim empréstimo:

"que no dia dos fatos o depoente estava, na qualidade de 'chapa', ajudando, junto com mais três peões e o denunciado inclusive a descarregar uma carreta de cimento na firma do Sr. ...., situada na Rua ...., próximo das Lojas ....; que na ocasião percebeu que a vítima emprestou sua bicicleta para o réu dar umas voltas; que em outras ocasiões anteriores a vítima já havia emprestado sua bicicleta para o réu; que no momento em que o réu tomou a bicicleta emprestada e foi dar umas voltas, o depoente e os demais peões continuaram descarregando a careta de cimento; que o réu dirigiu-se para a cidade sul; que mais tarde soube que o motorista da carreta trouxe o réu de carona da cidade sul para a cidade norte, por ter a bicicleta que este conduzia quebrado naquelas imediações; que não sabe onde o réu deixou a bicicleta; que não viu o denunciado portando nenhum punhal;..." (Depoimento judicial de ...., às fls. ....).

Não se conformando com a sentença exarada, em .... de .... de .... foi interposto recurso de apelação, recebido na mesma data, com vistas às partes para apresentação de razões e contra-razões de apelação.

No entanto, em .... de .... de ...., houve a fuga do requerente da cadeia pública desta cidade e o Dr. Promotor de Justiça da Comarca, aos .... de .... de ...., requereu a declaração da deserção do recurso de apelação, com fundamento no art. 595 do Código de Processo Penal.

Por este motivo, o honrado Magistrado, em .... de .... de ...., julgou deserta a apelação, com o consequente trânsito em julgado da sentença.

A versão correta dos fatos, dá conta que no dia o réu ...., encontrava-se trabalhando na firma de propriedade de .... e precisava se deslocar até a Rua ...., na Cidade ....

Para tanto emprestou, como já havia emprestado em outras ocasiões, a bicicleta de ...., seu conhecido e posteriormente, a vítima daqueles autos.

No caminho, a correia da bicicleta rompeu, tendo Marcos a deixado na Oficina de .... para consertar, após, voltou um trecho à pé e outro de caminhão, portando a correia danificada, para mostrar o acontecido à vítima.

Como o requerente estava demorando, .... começou a ficar desesperado, mas principalmente por encontrar-se num ambiente onde é comum brincadeiras entre os descarregadores do tipo: "Dê adeus à sua bicicleta" ou "Nunca mais você vai ver a sua bicicleta".

Policiais Militares, que estavam à procura de ...., por ter supostamente havido um desentendimento em um bar da periferia, encontraram .... que a esta altura clamava por sua bicicleta.

Ao voltar, mesmo trazendo consigo a correia danificada da bicicleta para mostrar à .... o que tinha acontecido, Marcos foi preso, quase em frente à firma onde trabalhava, por policiais militares, que ainda lhe "plantaram" um punhal para caracterizar a ameaça e aproveitando-se da situação envolvendo uma criança, "montaram" a prisão em flagrante.

O réu é inocente.

As testemunhas de defesa, que viram os fatos, em juízo, foram unânimes em declarar .... não roubou a bicicleta, apenas a emprestou.

No entanto, fragilmente, foram totalmente desconsideradas, apesar de .... confirmar a versão, disse que por engano que Marcos não estava trabalhando.

.... que era o "chapa" uma espécie de encarregado pelo descarregamento de caminhões de cimento, afirmou que o Justificante estava trabalhando no dia dos fatos e teve que sair para ir até a Cidade .....

Ora, Excelência, se .... estava ou não trabalhando é de somenos importância, haja vista as testemunhas declararem que o réu não roubou a bicicleta.

Todavia agora, passados mais de um ano de efetivo cumprimento da pena em regime fechado, já quase com direito a progressão, novos fatos vêm surgindo e uma luz no fim do túnel está deslumbrando para Marcos e certamente a sentença que o condenou será totalmente reformada.

Excelência, uma marreta enorme começou a bater na consciência de ...., que mesmo com tenra idade, não suporta mais coadjuvar com a prisão de um inocente.

Através de um pequeno bilhete o Justificante comunicou, que havia sido procurado pela vítima a fim de esclarecer toda a verdade.

"Dia .../.../...
Doutor será que o senhor pode vim falar comigo e pegar a minha causa. Eu estou preso inocente, foi uma "armação" dos policiais, agora a vítima quer falar a verdade no fórum. A vítima me falou por carta que é para mim pegar um advogado e mandar na casa dele que ele vai no fórum falar a verdade. Se o senhor pode vim falar comigo e falar quanto o senhor cobra de mim. Tchau. Assina: ...."

Espontaneamente, a vítima ...., procurou o réu e posteriormente este subscritor, com a finalidade precípua de se retratar das acusações feitas em Juízo.

Pretende, agora, retificar seu depoimento, confirmando que realmente emprestou sua bicicleta como já havia feito em outras ocasiões e não que ela fora roubada, tampouco mediante ameaça.

Também estavam presentes, trabalhando no local onde ocorreu o empréstimo, além das testemunhas já ouvidas, os Srs. .... e ...., arrolado na defesa prévia como .... de tal, à época não encontrado.

Todos são unânimes em afirmar que não houve roubo algum e que em nenhum momento o réu portava o punhal que lhe foi impingido.

À vista desses novos fatos, mister se faz que se intente junto ao Egrégio Tribunal de Justiça do ...., a competente REVISÃO CRIMINAL, com o intuito de se ver triunfar a verdade e a justiça, evitando desta forma que persista mais um erro judiciário.

DO DIREITO

A justificação é uma medida cautelar pela qual alguém procurará provar a existência de uma fato ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo judicial ou administrativo (LEVENHAGEN, Antônio José de Souza, "Medidas Cautelares e Ações Especiais", p. 43, Ed. Atlas, 1978).

Por isso, o Justificante .... necessita, que seja realizada a oitiva da vítima daqueles autos .... e dessas outras testemunhas presenciais, para fazer prova, de que efetivamente não roubou a bicicleta, tencionando propor a competente revisão.

Neste caso, aplica-se subsidiariamente ante a omissão do código Penal os artigos 861-866 do C.P.C.

Neste sentido é a jurisprudência:

TACRSP: " De qualquer forma, porém, tratando-se de procedimento destinado a pré-constituir prova, a sentença que julga a justificação não entra em seu mérito, limitando-se o julgador a proclamar a observância dos preceitos legais, cujos autos, depois, serão entregues ao requerente, independentemente de traslado, em conformidade com o disposto nos artigos 861-866 do CPC, de aplicação subsidiária na espécie, ante a omissão do Código de Processo Penal" (RT 641/355). No mesmo sentido, TJSP: RT 469/329, 477/383.

DOS PEDIDOS

Requer, dessa forma, receba Vossa Excelência a presente, designando data e horário para a oitiva de ...., (qualificação), residente e domiciliado na Rua .... nº ...., Bairro ...., Município e Comarca de ...., o qual deverá ser acompanhado por seu progenitor ....; ...., (qualificação), residente e domiciliado em ...., podendo ser encontrado na Firma dos ....; ...., (qualificação), residente e domiciliado em ...., podendo ser encontrado na Firma dos .... e ...., (qualificação), residente e domiciliado em ...., podendo ser encontrado na Firma dos .... nesta cidade e ...., (qualificação), residente e domiciliado em ...., intimando-se-os para comparecerem em dia e hora que for designado.

Requer a citação do réu ...., para acompanhar tal ato.

Requer, ainda, a intimação do Ilustre Promotor de Justiça.

Requer, finalmente, após as formalidades de estilo, seja o processo devolvido ao Justificante, independente de traslado, nos termos do artigo 872 do Código de Processo Civil.

Outrossim, por ser o justificante pessoa extremamente pobre e não dispor de recursos financeiros, requer a justiça gratuita, com fundamento na Lei nº 1.060/50.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]


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