Reclamação trabalhista por parte de motorista, na qual
se pleiteia o vínculo empregatício de determinado período, o pagamento de
horas extras, verbas rescisórias, diferenças de FGTS e liberação das guias
de seguro-desemprego.
EXMO. SR. DR. JUIZ DA .... VARA DO TRABALHO DE ..... ESTADO DO .....
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua
....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01),
com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade
....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de
....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com
sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP
....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). .....,
brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do
CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.
PRELIMINARMENTE
A presente demanda foi submetida à Comissão de Conciliação Prévia, de que trata
a Lei nº 9958/00 ( certidão negativa de conciliação anexa - doc .....).
DO MÉRITO
1 - DA ADMISSÃO E DEMISSÃO
O Reclamante foi admitido pela Reclamada em ........ de ......... de
............. para desempenhar as funções de motorista e carregador de caminhão
de grande porte, conhecido como toco. Entretanto, a Reclamada apenas efetuou o
registro em CTPS um mês após a admissão, em data de ...... de ...... de ......
(doc. .... ), descumprindo o previsto no art. 29 da CLT.
Foi demitido sem justa causa em .... de ...... de ...... sem receber as verbas
trabalhistas devidas.
Assim, deve ser reconhecido o vínculo empregatício havido entre o Reclamante e a
Reclamada no período de .... de ...... de ...... a ..... de ........ de .....,
para que o contrato de trabalho na sua integralidade seja o período de .......
de ...... a ....... de ......, com a retificação da CTPS do Reclamante.
2 - DA JORNADA DE TRABALHO
O Reclamante laborava como motorista e carregador de caminhão. Sua atividade
consistia em viajar até fazendas cultivadoras de ....... na cidade de ........,
........, a ..... km de ........, e buscar ........ para a Reclamada revender em
seu estabelecimento comercial.
O Reclamante normalmente saía de ......... no ........ às ..... horas, com o
caminhão vazio. Chegava em ....... na ...... por volta de ...... horas, sem
parar no caminho para descansar; percorria ainda mais ....... km em estrada de
terra dentro de fazendas até chegar na plantação de ...... Lá chegando, o
Reclamante, ainda sem nenhum descanso, carregava o caminhão com a carga da fruta
e saía da lavoura às ..... horas de ....., retornando à .......... na ..........
por volta de ...... horas.
Essa jornada acontecia na entressafra, ou seja, de ..... a ....... Nesses meses
o Reclamante viajava uma vez por semana. Quando a safra florescia, nos meses de
........ a ........., fazia uma viagem após a outra: chegava em ..........,
descarregava o caminhão e em seguida retornava à ....... A cada semana viajava
.... vezes à ..........
O Reclamante fez este percurso durante todas as semanas do contrato de trabalho,
desde ..... de ...... de ...... a .... de ...... de ..........., no total de
....... viagens aproximadamente. É importante ressaltar que a Reclamada contava
apenas com um motorista de caminhão - o Reclamante. Desta forma todas as viagens
para buscar frutas no período de ......... de ........ a ........ de .......
foram feitas pelo Reclamante.
Durante as viagens o Reclamante dormia dentro do caminhão, quando dormia. Muitas
vezes era obrigado a apenas cochilar por poucos minutos antes de iniciar a
viagem de volta, inclusive colocando em risco a sua própria vida por dirigir
extremamente cansado. Mas não tinha outra opção senão cumprir esta jornada
absurda, para a qual não foi devidamente remunerado.
Na temporada de safra baixa, quando finalmente retornava à ........., o
Reclamante descarregava o caminhão na terça-feira às ..... horas e em seguida
trabalhava no Mercado .......... das ..... às ..... horas, e das ..... horas às
..... horas, com descanso de duas horas, em especial neste dia a jornada era de
.... horas, nos demais dias da semana a jornada era das .... às .... horas, e
das .... horas às ...., ultrapassando a jornada constitucional de 44 horas
semanais, sem considerar as viagens semanais.
Aos sábados o Reclamante laborava das .... horas às ... horas descarregando
frutas ou entregando em cidades próximas a ............., numa jornada de ....
horas ininterruptas.
Desta forma, constatamos que a jornada de trabalho do Reclamante era de ....
horas semanais na baixa temporada, e .... horas na alta temporada, representadas
por três viagens semanais de .... horas cada.
3 - DO INTERVALO INTERJORNADAS
Como demonstrado anteriormente o Reclamante tinha jornada de trabalho muito
acima do limite constitucional de 44 horas semanais, tendo laborado ...., ... e
até ... horas por dia muitas vezes.
Desta forma o intervalo de 11 horas entre duas jornadas de trabalho previsto no
art. 66 da CLT deixou de ser respeitado, impondo-se à Reclamada a sanção
estabelecida no art. 75 da CLT, devendo o valor da multa ser arbitrado segundo
os critérios da Delegacia do Trabalho, conforme art. 75, parágrafo único e art.
626 da CLT.
4 - DAS HORAS EXTRAS:
O Reclamante foi contratado para laborar 44 horas semanais na função de
motorista de caminhão, entretanto, habitualmente ultrapassava o limite da
jornada de trabalho prevista na Carta Magna de 1988.
Como já demonstrado no item n.º 2 desta inicial, a jornada de trabalho do
Reclamante na baixa temporada era de .... horas semanais, resultando em ....
horas extras semanais, extrapolando absurdamente a jornada constitucional de
.... horas semanais, que durante todo o contrato de trabalho totalizam .....
horas extras, sendo ..... horas com acréscimo de 65%, .... horas com acréscimo
de 85%, e .... horas com acréscimo de 100%, que devem ser pagas imediatamente.
Na alta temporada por semana laborava .... horas, o que ultrapassa o limite
constitucional em .... horas extras, que durante todo o contrato de trabalho
perfazem .... horas extras por mês, e ..... horas extras, sendo ..... horas
extras com acréscimo de 65%, .... horas extras com acréscimo de 85% e .... horas
extras com acréscimo de 100%, tudo conforme estipulado na cláusula ... da
Convenção anexa..
Desta forma, são devidas ao Reclamante .... horas extras, sendo ..... horas
acrescidas de 65%, .... horas acrescidas de 85% e .... horas extras acrescidas
de 100%.
Conveniente salientar que no caso ora analisado deve ser utilizada a Convenção
Coletiva da Categoria dos Motoristas, mesmo tendo a Reclamada atividade
distinta, ou seja, o comércio de ...., visto que o Reclamante desempenhava
função de motorista. Neste sentido:
MOTORISTA de CAMINHÃO - Exercício da profissão independentemente da ATIVIDADE
PREPONDERANTE da EMPRESA -
ENQUADRAMENTO na respectiva CATEGORIA DIFERENCIADA - ART. 511/CLT, § 3º.
Relator: Ione Ramos
Tribunal: TRT/12a. Reg.
Motorista. Categoria diferenciada. Independentemente da atividade principal da
empresa, restando incontroverso nos autos que o empregado exercia a função de
motorista de caminhão, nos termos do que preceitua o artigo 511, § 3º, da CLT,
aplicam-se a este os instrumentos coletivos de trabalho da respectiva categoria
diferenciada. (TRT/12a. Reg. - RO-V-009521/93 - JCJ de Curitibanos - Ac. 3a. T.
-004827/95 - unân. - Rel: Juíza Ione Ramos - Recte: Serpinus Indústria e
Comércio de Madeiras Ltda. - Recdo: Pedro Freschi Matos - Advs: Edezio Henrique
Waltrick Caon e outros; Ivan Ribeiro dos Santos - Fonte; DJSC, 14.07.95, pág.
51).
Antes que se questione a jornada feita pelo Reclamante, bem como seja levantado
o fato de ser motorista e viajante, situação esta que impediria o controle de
sua jornada pela Reclamada traz-se a esta exordial o entendimento
jurisprudencial pacífico de que a própria distância entre a cidade de origem e o
destino do empregado são suficientes para demonstrar o tempo despendido para tal
percurso.
A Jurisprudência vem reiterando o entendimento de que o motorista que realiza
viagens para o empregador, ainda que não sujeito a controle de horário, tem
direito a perceber as horas extras de sua jornada quando a distância a ser
percorrida é incompatível com o tempo da jornada legal, exigindo do empregado
labor extraordinário.
MOTORISTA - SERVIÇO EXTERNO - Dificuldade de FISCALIZAÇÃO - Possível mensuração
do tempo gasto para realização do trabalho - JORNADA DE TRABALHO normal
ultrapassada - PROVA TESTEMUNHAL - HORA EXTRA devida
Relator: Luiz Eduardo Gunther
Tribunal: TRT/9a. Reg.
Motorista - Mensuração possível do trabalho realizado - Direito a horas extras -
Sentença reformada nos termos do acórdão de lavra do eminente magistrado
Indalécio Gomes Neto. "Em princípio, o motorista que realizava serviços externos
não se submete à regra geral relativa a duração do trabalho, notadamente pelas
dificuldades de fiscalização. Todavia, se o serviço é externo, mas o empregado
está de algum modo subordinado a horários ou as tarefas que lhe são atribuídas,
sendo mensuráveis, leva a conclusão que não poderiam ser realizadas senão
ultrapassadas a jornada normal e se o próprio Manual de procedimento prevê o
horário que o motorista pode trafegar e a prova testemunhal respalda o
deferimento de horas extras, mantém-se a sentença de primeiro grau que as
acolheu." (RO-3979/91 - Ac. 3º T 3726/92 - Relator Designado Indalécio Gomes
Neto - DJPR 15/05/92). (TRT/9a. Reg. - RO-06999/95 - 4a. JCJ de Maringá - Ac.
2a. T. -07447/96 - maioria - Rel: Juiz Luiz Eduardo Gunther - Recte: Natanael
Carlos de Aguiar - Recdo: Transportadora Matsuda Ltda. - Advs: Walter Aparecido
Costa e Leonora Vieira de Mello Ramalho - Fonte: DJPR, 12.04.96, pág. 307).
Os controles de jornada eram feitos pelo próprio Reclamante, que modestamente
anotava seus horários de chegada e partida de ..... (doc. ...). Através de tais
controle é possível verificar que o Reclamante laborava em média .... horas por
dia.
Se o Reclamante saía de ........., percorria os ....... km até .........., e
ainda mais ......... km em estrada de terra e retornava em menos de ..... horas,
torna-se evidente que laborou em horas suplementares, inclusive com o fim de
evitar a deterioração da carga.
A situação do Reclamante é de tal maneira corriqueira entre os motoristas de
caminhão que a Jurisprudência vem assegurado a esta categoria o direito à hora
extra, principalmente ante, muitas vezes, a dificuldade de provar-se o trabalho
extraordinário.
MOTORISTA - HORA EXTRA prevista em INSTRUMENTO COLETIVO - VALIDADE - JORNADA DE
TRABALHO
Relator: Umberto Grillo
Tribunal: TRT/12a. Reg.
É eficaz a cláusula instituída em convenção coletiva de trabalho que assegura
aos empregados motoristas quando em viagens prolongadas a percepção de horas
extras, independentemente de sua comprovação. (TRT/12a. Reg. - Rec.
Ordinário-Voluntário n. 0192/93 - 1a. JCJ de São José - Ac. 1630/94 - unân. -
2a. T. - Rel: Juiz Umberto Grillo - Recte: Expresso Mercúrio S.A. - Advs: Carlos
Emílio Jung e outros - Recdo: Gustavo da Silveira - Advs: Sidney Guido Carlin
Júnior e outros - Fonte: DJSC, 07.04.94, pág. 64).
Assim, o entendimento que deve prevalecer é que a jornada legal do Reclamante
era de 08 horas diárias, ou 44 horas semanais, sendo as horas excedentes
computadas como horas extras.
Neste sentido:
JORNADA DE TRABALHO - Trabalho externo - HORA EXTRA - MOTORISTA
Relator: José Waster Chaves
Tribunal: TRT/3a. Reg.
- Se o trabalho externo de motorista é desenvolvido através de roteiros
prefixados e viagens de duração determinada, acha-se o empregado enquadrado na
jornada legal de 8 horas diárias, sendo extras as horas que a excederem. (TRT-
Rec. Ordinário n. 1240/88 - Ac. da 2a. Turma - p. em 06.04.89 - Rel: Juiz José
Waster - Recte: Expresso Barreto Ltda - Recdo: Moacir de Souza França.)
Conforme estipulado na Convenção Coletiva da Categoria, na cláusula ...., são
devidas ao Reclamante ........ horas extras, sendo ..... horas extras com
acréscimo de 65%, .... com acréscimo de 85% e ...... com acréscimo de 100%.
5 - DA REMUNERAÇÃO - DIFERENÇA SALARIAL:
Ao ser contratado a Reclamada ofereceu ao Reclamante salário mensal de R$
......; entretanto, quanto efetuou o registro em CTPS anotou a remuneração de R$
....., pagando a diferença de R$ ......... sem registrá-la, ou seja, "por fora".
Esta situação perdurou até ...... de ....., quando a Reclamada aumentou o
salário de R$ ..... para R$ .....; entretanto, conforme verifica-se nos
demonstrativos de comprovante de salário (doc. ....), a Reclamada apenas tentou
disfarçar as irregularidades cometidas ao Reclamante e elevou sua remuneração
registrada de R$ ..... para R$ ......, ou seja, reajustou em 4,07%, conforme
previsto na Convenção Coletiva da Categoria ....../..... (doc. ....).
Em ..... de ..... a Convenção Coletiva da Categoria estipulou aumento salarial
na ordem de ...% sobre o salário fixo. A Reclamada, utilizando-se de meios
maliciosos, efetuou o aumento sobre o valor de R$ ........., elevando o salário
do Reclamante a R$ .........., quando, na verdade, deveria ter calculado o
aumento sobre o salário de R$ ........, que chegaria a R$ .........
Assim, o Reclamante recebeu no período de ....... de ..... a ........ de
........ a remuneração mensal de R$ ......, mas teve apenas R$ ..........
registrados em CTPS.
Na verdade o salário-base do Reclamante no período de ..... de ...... a .......
de ......... que deveria ter sido pago é a quantia de R$ ........., valor este
que deve ser acrescido das horas extras para obter-se a remuneração total do
Reclamante.
A Reclamada ainda não considerou as horas extras feitas pelo Reclamante durante
todo o contrato de trabalho e nunca pagas.
Constatamos, então, que é devida ao Reclamante a diferença salarial sobre o
valor pago efetivamente e o que deveria ter sido pago, tudo conforme cálculo
anexo.
6 - DA INTEGRAÇÃO DAS HORAS EXTRAS:
Diante da habitualidade com que o Reclamante laborava em horas extras, com
natureza salarial, tais horas extras geram reflexos sobre as férias, 1/3 de
abono de férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS, multa de 40 % sobre o FGTS e
dsr, que não foram pagos pela Reclamada e são devidos.
7 - DA JORNADA NOTURNA:
O Reclamante laborava, conforme demonstrado no item n.º 2 desta exordial, em
média .... horas no período noturno semanalmente, na baixa safra.
Quando era época da alta safra a jornada noturna era, em média, de .... horas
semanais, pois o Reclamante viajava .... vezes por semana.
A Constituição Federal, bem como a CLT, em seu art. 73, garantem ao trabalhador
remuneração diferenciada ao trabalho noturno.
A jornada noturna tornou-se rotina na vida do Reclamante, uma vez que a maior
parte de suas viagens era realizada neste período. Desta forma, o pagamento do
adicional noturno deve integrar o salário para que gere efeitos sobre as demais
verbas trabalhistas devidas.
7 - DO AVISO PRÉVIO E 1/12 DE SUA PROJEÇÃO:
O Reclamante foi demitido sem justa causa e não recebeu as verbas trabalhistas
devidas, inclusive o aviso prévio.
Deve o tempo de aviso prévio ser integrado ao contrato de trabalho para que gere
efeitos nas demais verbas trabalhistas.
8 - DAS FÉRIAS E 1/3 CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS:
Em ..... de ...... de ..... a Reclamada concedeu ao Reclamante férias relativas
ao período de ......... de ........ a ....... de ........ (doc. ....). Não
considerou o período em que o Reclamante laborou sem registro em CTPS, ou seja,
o mês de ........... de ......
Também não considerou as horas extras mensais que o Reclamante fazia, e que
geraram reflexos nesta verba, bem como no 1/3 constitucional de férias.
Assim, o período aquisitivo de férias é de ........ de ........ a ......... de
.......
Quando demitiu injustamente o Reclamante em .... de ..... de .......... a
Reclamada não fez o pagamento das verbas rescisórias, incluindo as férias
proporcionais de ........ de ......... até ......... de ........, na razão de
.../12, mais .../3 constitucional, e ainda ..../12 referentes à projeção do
aviso prévio, verbas estas que devem ser pagas imediatamente.
9 - DO 13º SALÁRIO:
Conforme observa-se através dos comprovantes de pagamento de salário a Reclamada
pagou o 13º salário de ........ sem considerar o mês de ........ laborado nem as
horas extras. Portanto, o 13º salário de ....... deveria ter sido pago na razão
de .../12.
No período de ......../......... a ........../....... temos o 13º salário devido
na razão de ..../12.
É devido ainda .../12 referente à projeção do aviso prévio, valores estes que
devem ser pagos imediatamente.
10 - DO FGTS E MULTA DE 40%:
A Reclamada, durante todo o contrato de trabalho, recolheu o FGTS apenas sobre a
remuneração registrada em CTPS, conforme observa-se nos comprovantes de
pagamento de salário.
Não considerou as horas extras, que diante da habitualidade com que eram
prestadas geraram reflexos sobre esta verba.
O Reclamante não pôde sacar a verba depositada em virtude da não liberação das
guias pela Reclamada, tão pouco recebeu a multa de 40% sobre o FGTS por ter sido
demitido injustamente, pois a Reclamada nem mesmo efetuou o pagamento das verbas
rescisórias, sendo esta verba devida.
11 - DO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO:
Durante todo o contrato de trabalho o Reclamante habitualmente laborou aos
domingos, em virtude das constantes viagens que fazia.
Desta forma, assiste-lhe o direito de receber esta verba de forma dobrada,
inclusive sobre as horas extras não pagas.
12 - DO SEGURO DESEMPREGO:
O seguro desemprego é direito garantido ao trabalhador pela Constituição
Federal.
Inobservando a disposição legal, a Reclamada não liberou as guias do seguro
desemprego quando demitiu injustamente o Reclamante, devendo regularizar a
situação do Reclamante perante o programa de seguro desemprego com a liberação
das guias, sob pena de arcar com o pagamento das parcelas devidas.
Havendo recusa por parte da Reclamada em proceder a liberação das guias, que
seja condenada a indenizar o Reclamado no respectivo valor.
12 - DA MULTA DO ART. 477 DA CLT:
A Reclamada não obedeceu o prazo legal para o pagamento das verbas rescisórias,
ensejando assim o pagamento da multa no valor de um salário do reclamante, nos
termos do art. 477, § 8º c/c § 6º, "b" da CLT.
13 - DA MULTA DA CLÁUSULA .... DA CONVENÇÃO COLETIVA:
Em razão da não observância da cláusula ... da Convenção Coletiva da Categoria
dos Motoristas a Reclamada deve ser penalizada com a multa estipulada na
cláusula ... da Convenção, que prevê pagamento de multa de ...% sobre o piso
salarial do prejudicado.
A multa deve ser paga tendo como base para o cálculo o piso salarial de R$
........ assegurado na cláusula ..... da Convenção, por ser o Reclamante
motorista de caminhão de grande porte, ou toco.
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto o Reclamante requer:
a) seja reconhecido o vínculo empregatício havido entre o Reclamante e a
Reclamada no período não registrado em carteira, ou seja, ..... de ..... de
..... a .... de ...... de ....,
b) seja reconhecido o período de .... de .......... de ....... a .... de
........ de ......... como período total do contrato de trabalho, com
retificação da anotação feita em CTPS;
c) seja reconhecida a jornada de .... horas semanais no período de baixa safra e
.... horas semanais na alta safra;
d) seja reconhecida a remuneração de R$ ........ como salário-base nos meses de
.......... de ....... a ......... de ........;
e) seja reconhecida a remuneração de R$ ........ como salário-base nos meses de
........ de ......... a ........ de ........;
f) seja reconhecida a média de horas extras mensais do período de baixa safra,
ou seja, de ......... a ........ no total de ........ horas extras mensais, no
total de ........ horas extras durante o referido período;
g) seja reconhecida na alta safra, de ........ a .........., durante o contrato
de trabalho, a média de ..... horas extras mensais, totalizando ..... horas
extras;
h) seja a Reclamada condenada a pagar ...... horas extras, sendo .... com
acréscimo de 65%, ..... com acréscimo de 85% e ....... com acréscimo de 100%;
i) seja a Reclamada condenada a pagar a diferença das férias e 1/3
constitucional dos períodos de ....... de ......... a .......... de ......... e
.......... de ....... a ...... de ......., esta última na razão de ..../12;
j) seja a Reclamada condenada a pagar a diferença do 13º salário dos períodos de
......../...... a ....../....; ........./.......... a .........../........; e
............/....... a ........./........;
k) seja a Reclamada condenada a pagar a diferença do FGTS, no período de
......./........ a ...../...... e no período de ......../....... a
........./.......;
l) seja a Reclamada condenada ao pagamento da multa de 40% sobre a diferença do
FGTS;
m) seja a Reclamada condenada a liberar as guias do programa do seguro
desemprego ou indenizar o Reclamante no respectivo valor;
n) seja a Reclamada condenada ao pagamento do aviso prévio;
o) seja a Reclamada condenada a pagar 1/12 de férias mais 1/3 constitucional e
13º salário, referente à projeção do aviso prévio;
p) seja a Reclamada condenada a pagar a multa de 25 % sobre o piso salarial da
categoria do Reclamante prevista na cláusula .... da Convenção Coletiva;
q) seja a Reclamada condenada ao pagamento da multa prevista no art. 477, § 6º,
b por não ter pago as verbas devidas no prazo legal;
r) seja informado à Delegacia do Trabalho a infração cometida pela Reclamada nos
moldes do art. 75, parágrafo único da CLT, para que comine multa;
s) que os valores já pagos pela Reclamada sejam descontados do montante devido;
t) arbitramento de honorários advocatícios em conformidade com o art. 133 da
Constituição Federal e Estatuto da Ordem dos Advogados;
u) aplicação do art. 467 da CLT em caso de não pagamento das verbas
incontroversas em primeira audiência;
v) juros e correção monetária sobre todas as verbas pleiteadas, desde a
rescisão, nos termos da lei 7.738/89.
REQUERIMENTOS FINAIS
Ante o exposto, requer seja a Reclamada notificada no endereço inicialmente
declinado para que compareça à audiência de conciliação, instrução e julgamento
a ser designada por Vossa Excelência, sob pena de confissão e revelia.
Requer seja concedido ao Reclamante o benefício da Justiça Gratuita, nos termos
da lei 1.060/50, por estar o Reclamante desempregado e sem condições financeiras
de arcar com o ônus processual.
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em
especial o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, juntada de
novos documentos e oitiva de testemunhas a serem oportunamente arroladas.
Pede-se a condenação da Reclamada em todo o pedido, julgando-o integralmente
procedente.
Dá-se à causa o valor de R$ ........
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]