Petição
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Trabalhista
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Embargos de declaração - Acórdão omisso sobre horas extras
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O acórdão reformou a decisão de 1º grau, reconhecendo
como válidos os cartões - pontos e determinando o pagamento de horas extras,
em razão de violação do acordo de compensação de horário. No entanto, o
acórdão foi omisso, porque não estabeleceu a forma pela a qual deverá ser
apurada a jornada extraordinária. Dessa forma, pede seja suprida a omissão,
para o efeito de se determinar se os minutos residuais deverão ser ignorados
ou a apuração deverá levar em consideração minuto a minuto.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ, RELATOR DO ACÓRDÃO Nº .... - .... TURMA.
...., já qualificada, por seus procurador judicial infra-assinado, inscrito na
OAB/..., sob nº ...., nos autos TRT-PR-RO .../... da .... Turma, em que figura
como recorrente ...., vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com
fundamento nos artigos 535 a 538 do Código de Processo Civil, interpor
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,
conforme os motivos abaixo:
O V. acórdão reformou a decisão de primeiro grau, reconhecendo como válidos os
cartões ponto e determinando o pagamento de horas extras em razão de violação do
acordo de compensação de horário.
Disse o aresto:
"Horas extraordinárias - cartões-ponto
Pleiteia o reclamante deferimento de horas extraordinárias aduzindo que os
registros de horário não registram o real horário laborado.
... omissis ...
Os cartões-ponto registram jornada variável, labor sabatino bem como em dias
destinados ao repouso. As jornadas registradas são variáveis. Logo, entendo que
a prova produzida não é suficiente para descaracterizá-los.
Prevalecem, pois, os registros de horário para comprovar a jornada de trabalho
desenvolvida pelo reclamante.
Acordo de compensação de jornada
Aduz o reclamante que o acordo de compensação de jornada não foi cumprido, bem
como que ao firmá-lo não houve assistência sindical.
... omissis ...
Em sendo assim, considera-se destituídos de validade os acordos individuais
juntado às fls. 79 e ss.
Mesmo que assim não fosse, também não pode pravelecer a argumentação da
recorrente de que o labor sabatino esporádico não teria o condão de invalidar
referido acordo compensatório.
Os cartões-ponto carreados aos autos mostram a existência de extrapolamento
sistemático da jornada normal de trabalho, de segunda a sexta-feira e ainda,
eventualmente, trabalho aos sábados, circunstâncias estas que descaracterizam o
acordo firmado.
São devidas, portanto, como extras as horas excedentes da 8ª diária de segunda a
sexta-feira e 4ª aos sábados, com adicional de 50%, divisor 2209, e reflexos em
rsr e destes em aviso prévio, 13º salário, férias com acréscimo de 1/3 e FGTS e
multa de 40%.
As horas extras comprovadamente devem ser abatidas, sob pena de enriquecimento
ilícito.
Por derradeiro, não há que se cogitar em aplicação da orientação sufragada pela
Súmula nº 85 do E. TST, eis que também verificado o descumprimento do acordo."
"Data venia", o aresto foi omisso, porquanto não esclareceu se a apuração da
jornada extraordinária deve ser feita minuto a minuto ou devem ser considerados.
Argumente-se que tal ponto é de suma importância, porquanto os minutos que
medeiam entre o registro de horário no cartão ponto e o horário de início e
término do labor não podem ser considerados como jornada extraordinária, mas
mera cautela para se evitar atrasos.
Por estes motivos, faz-se necessária a presente medida para que seja suprida a
omissão, esclarecendo-se se os minutos residuais devem ser ignorados na apuração
das horas extraordinárias ou se estas devem ser apontadas minuto a minuto.
Diante do exposto, requer-se que seja dado provimento aos embargos.
Termos em que,
Pede deferimento.
...., .... de .... de ....
..................
Advogado
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