Ação de indenização em face de falecimento de
empregado em razão de culpa "in vigilando" do empregador.
EXMO. SR. DR. JUIZ DA .... VARA DO TRABALHO DE ..... ESTADO DO .....
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua
....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., ....., brasileiro
(a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º
..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º .....,
Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., ....., brasileiro (a), (estado civil),
profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade
....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito
à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
em face de
....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com
sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP
....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). .....,
brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do
CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.
PRELIMINARMENTE
O art. 114/CF, VI (com nova redação atribuída pela EC 45) reza que as ações de
indenização são de competência da Justiça do Trabalho.
DO MÉRITO
DOS FATOS
Os Autores são: mulher e filhos do falecido .... (docs. .... à ....), e deste,
são sucessores legais e possuem interesse moral e econômico (artigos 3º e 7º do
CPC) no que ora se pleiteia, bem como, possuem plena legitimidade ativa.
Em ..../..../...., por volta das .... horas, o falecido ...., foi assassinado
(Atestado de Óbito - doc. ....) à tiros no centro da Cidade de .... - ...., por
pistoleiros profissionais à serviço de um fazendeiro daquela região, de apelido
"....".
Em decorrência deste homicídio, tramitou na Polícia e Justiça da Comarca de ....
- ...., Inquérito Policial contra os assassinos (docs. .... à ....), onde
somente em ..../..../...., os autores foram julgados, não se sabendo ainda a
sentença daquele Juízo.
Outros elementos, dados e informações, de interesse para o julgamento da causa e
que agasalham as pretensões dos Autores, estão no processo crime na Justiça de
.... - ...., e serão trazidos para estes Autos, a posteriori.
O falecido ...., era na época do assassinato, empregado da Ré, e esta, teve
culpa na morte de seu funcionário, como demonstrarão adiante, e conforme será
provado no transcorrer do processo. Em decorrência desta culpa, os Autores têm o
direito de exigir da Ré a indenização ora pleiteada.
A relação de emprego do falecido .... com a Ré - e as provas da culpa:
a) O de cujus foi admitido em ..../..../.... aos serviços da Ré, quando morava
em .... - ...., e para exercer as funções de "gerente de uma madeireira" em ....
- .... (docs. .... a ....);
b) A Ré, atuando no ramo de exploração de madeiras, com sede na Comarca de ....
- ...., tinha e tem, outras filiais em outras Cidades do Brasil, a exemplo de
.... e .... - ....;
c) Na Cidade de .... - ...., a Ré, desde o início desta década, mantém uma
grande Fazenda, a "....", para o fim de extração de madeira, e na época, repleta
de florestas;
d) Na época (....), a administração regional desta Fazenda ficava em .... -
...., porém, a sede nacional ficada (e fica) em .... - ...., de onde partia
todas as regras e decisões para a administração e operações relativas à Fazenda
.... em .... - ....;
e) Em ..../..../...., o falecido .... foi promovido gerente da Fazenda ...., em
.... - ...., por força de decisão tomada pela Diretoria da Ré, conforme mostra a
"ata de reunião" - docs. .... e ....;
f) Em ..../..../...., quando o falecido .... assumiu a administração da Fazenda
em .... - ...., encontrou muito trabalho a ser feito - como: aberturas de
picadas e estradas; retirada de muito mato; extração de madeiras; preparação e
providências para a abertura de uma verdadeira Fazenda. Mas as coisas não param
por aqui: o de cujus também tinha a missão de afugentar pistoleiros, jagunços e
matadores profissionais, grileiros e posseiros de todas as espécies, tinha a
missão de expulsar invasores, e acabar com os roubos de madeiras, tudo provocado
por fazendeiros da região, ou a mando desses. Portanto, a vida e integridade
física da vítima estava em constante perigo; poderia ser morto assassinado a
qualquer instante, fato que a ré tinha pelo conhecimento, mas calou-se,
omitiu-se, algemou-se em nome da ganância, em nome do lucro exacerbado,
esquecendo-se que aquele homem que administrava sua Fazenda, tinha esposa e
filhos que o aguardavam em casa, cujas esperanças foram destruídas por alguns
disparos de arma de fogo numa noite negra e nebulosa;
g) A Fazenda constantemente vinha sendo invadida, os roubos de madeiras foram
acentuando-se. Famílias inteiras passaram a ocupar as terras da Ré. O falecido
.... comunicou tais fatos para .... - ...., via rádio amador, mas a Ré, sempre
insistiu que continuasse, mesmo havendo o risco de ser assassinado a qualquer
momento. A Ré também tinha jagunços, e determinou que rechaçassem os invasores
com violência e até com sangue. Vários tiroteios aconteceram, morreram pessoas
de ambos os lados. E o falecido .... ficava permanentemente na Fazenda, exposto
de forma aberta, à todos estes perigos, e por .... meses, o de cujus travou uma
luta sem fim, na defesa da propriedade, e por tudo isto, ficou jurado de morte,
sob a ameaça de muitos inimigos.
h) Em determinado momento, informou a Ré, que não suportava mais tal situação, e
que queria retornar para o Estado do ...., pois poderia ser morto a qualquer
instante, pois os posseiros e pistoleiros eram ameaçadores, insistentes e
decididos. Mas, a Ré insistia para que o Sr. .... permanecesse;
i) Pediu garantias de vida para a Polícia de .... - ...., pois estava na
iminência de ser morto, mas não foi atendido da forma como pretendia. E em
seguida, após um clima de muita violência e perseguição, conseguiu um avião, e
saiu fugido da Cidade de .... - .... para não ser morto, na companhia do filho
...., vindo à sede da Ré em .... - ....;
j) Informou então aos seus Empregadores, que não queria jamais retornar à .... -
...., e sim, queria a sua pronta demissão, pois procuraria um outro emprego,
menos perigoso. Aquela, disse que perigo nenhum existia, "que era tudo coisas da
cabeça do empregado", e que não acataria a demissão, porque ele era uma pessoa
muito importante para as Empresas, e que deveria retornar a .... - ....
Determinando-lhe que tirasse uns .... dias de Férias ao lado da família.
Esclarece que, esta fuga de .... - ...., deu-se em ..../..../....;
k) a Ré então, muito insistiu para que o Sr. .... retornasse a .... - ...., pois
seria muito bem recompensado, fizeram diversas promessas até hoje não cumpridas,
a exemplo de uma doação de .... alqueires de terras no Estado do .... Acabaram
por convencê-lo a retornar, o qual acabou aceitando, mesmo sabendo conjuntamente
com a Ré, que poderia morrer. A Ré disse naquela oportunidade, que assumiria
qualquer responsabilidade, e insistiu que seu funcionário retornasse, mesmo
sabendo que seria fatalmente assassinado, e assim, "assinaram o seu passaporte
para a morte", "despacharam" o Sr. .... de .... - ...., num avião qualquer,
tinham certeza de sua morte, o que de fato acabou ocorrendo. Deverá a Ré,
indenizar os Autores, pois tiveram culpa no passamento do Sr. ...., pois se ele
não tivesse retornado para .... - ...., não teria morrido, estaria vivo até
hoje. A Ré deverá indenizar na forma pleiteada nesta Ação;
l) Esclarece que o assassinato ocorreu depois de .... dias de ter chegado à ....
- ...., procedente de .... - .... Na realidade, houve um misterioso "complô"
dentro das Empresas ...., contra o mesmo, no sentido de convencê-lo retornar a
.... - .... E quando afirmava que poderia ser morto, seus empregadores afirmavam
"que ele tinha que aceitar, porque todos morrem um dia, e que teria chegado a
sua vez ...", também diziam "que teriam feito um acordo com os grileiros, e que
poderia retornar, que não haveriam problemas ...". Na verdade tudo isto foram
artimanhas no sentido de prejudicá-lo, com certeza, não o convenceram a retornar
à .... - ...., "mas sim ... convenceram-no a morrer";
m) por final, a Ré não prestou qualquer assistência à família, recusaram-se a
pagar qualquer indenização, mas deverão fazê-lo agora, na forma da Lei, como se
pede, porque a Justiça existe.
O Sr. .... antes de morrer, deixou um depoimento por escrito, e que confirma o
alegado nesta inicial, este, ora é juntado para o convencimento de Vossa
Excelência (doc. ....).
Estão nos Autos, cópias de diversas peças do inquérito policial que tramitou em
.... - ...., contendo depoimentos de pessoas, e informações policiais, que
agasalham as pretensões dos Autores e ajudam a convencer V. Exa. que a verdade
dos fatos é o que ora se alega - as partes mais importantes estão grifadas em
vermelho, e adiante são transcritas na íntegra - senão vejamos:
Doc. nº .... - Termo de Ocorrência:
"... encontrado já sem vida o corpo de .... (...) oito orifícios de entrada,
produzido por arma de fogo (...) agiram de tocaia ..."
Doc. nº .... - Depoimento do Sr. .... - residente em .... - .... na Praça ....
nº ....:
"... crime (...) contra (...) .... (...) que o Sr. .... ao se dirigir ao Hotel
se fazia acompanhar de seu filho menor .... ..."
Doc. nº .... - Depoimento do Sr. .... - radicado em .... - .... na Av. .... nº
....:
"... que ao se aproximar do corpo caído, encontrou um rapaz que se encontrava
por ali e perguntou ao mesmo quem era o falecido, e este lhe respondeu, que o
falecido era seu pai (...) que eram pistoleiros do Sr. .... ..."
Doc. nº .... - Depoimento do Sr. .... - radicado em .... - .... na Rua .... nº
....:
"... o referido falecido como sendo o Sr. ... (...) que era filho do falecido
(...) uns pistoleiros de volquis verde contratados pelo Sr. ...., haviam atirado
em seu pai ..."
Doc. nº .... - Depoimento da Sra. .... - radicada em .... - .... na Rua .... nº
....:
"... e que o falecido dizia que ia até .... - ...., comunicar ao seu patrão que
uma tal de .... um fazendeiro que tem propriedade nesta cidade mandava seus
empregados a retirar da fazenda onde o falecido gerenciava madeiras, e que o
falecido disse a declarante que tinha medo dos empregados do .... porque o mesmo
havia prometido matar. Que o falecido dizia para a declarante como naquelas
terras havia tido morte (...) Que uns dias depois o falecido .... foi até a casa
da declarante e disse que o roubo de madeira continuava e ele tinha que ir até
.... para comunicar ao seu patrão ..."
Doc. nº .... - Depoimento do Sr. .... - radicado em .... - ...., na Rua .... nº
....:
"... que (...) mataram o Sr. .... com tiros de revólver ..."
Doc. nº .... - Depoimento do Sr. .... - radicado em .... - ...., na Av. .... nº
....:
"... que este .... estava sendo ameaçado de morte e pessoas desta cidade tinham
comunicado ao falecido ...., que tomasse cuidado pois corria perigo de vida
(...) Que depois de uma viagem que a vítima fez ao Estado do .... nunca mais
houve diálogo entre ambos (...) o motorista de volquis trabalhava para um
fazendeiro conhecido nesta cidade por .... ..."
Doc. nº .... - Depoimento da Sra. .... - radicada em .... - .... na Rua .... nº
....:
"... que ouviu comentários de irmão de fé que o falecido .... estava sendo
ameaçado ..."
Doc. nº .... - Depoimento em vida do falecido ....:
Este, quando em vida, percebendo que estava sendo ameaçado de morte por gente
vizinha à Fazenda a qual administrava, pediu garantias de vida à Polícia de ....
- ...., pedido este, totalmente infrutífero, e antes de comparecer à presença da
autoridade policial, preparou um depoimento por escrito - transcrevemos na
íntegra partes importantes, para o convencimento de V. Exa.:
"... Que é gerente da filial do .... da firma .... (...) que comunicou tais
fatos ao Diretor da ...., Sr. ...., pelo rádio da firma (...) ficou sabendo que
houve um tiroteio (...) quando foi morto um desses empregados (...) quando houve
a morte, em seguida, comunicou o fato ao Diretor da firma (...) Foi então,
chamado e veio a ...., na matriz da firma, para melhor esclarecer tudo o que
estava ocorrendo e que era do seu conhecimento."
Em ..../..../...., época do óbito, tinha uma remuneração mensal de R$ ....,
conforme doc. .... Nesta data, um salário mínimo importava em R$ ...., isto
significa dizer que, o Sr. ...., ao morrer ganhava mensalmente .... salários
mínimos.
Se, hoje fosse vivo, seu salário importaria em R$ ...., ou seja, .... salários
mínimos atuais.
O de cujus morreu aos .... anos (nasceu em ..../..../.... - cf. doc. ....),
portanto .... meses antes de completar .... anos, limite médio de vida do homem
brasileiro, segundo iterativa e mansa jurisprudência de nossos Pretórios,
adiante citados. Esclarece que, o falecido deixou a viúva e .... filhos, na
época, já maiores e independentes.
A Ré teve culpa na morte do Sr. ...., qualquer que seja o preposto ou empregado
que tenha determinado o retorno do de cujus para .... - .... - pois, conforme
impõe a Súmula 341 do STF, "é presumida a culpa do patrão pelo ato culposo do
empregado ou preposto", se este foi o caso, a culpa imposta contra a Ré é a in
eligendo et in vigilando, porque qualquer preposto que tenha determinado o
referido retorno, é um irresponsável que representou a Ré num ato administrativo
incoerente e impensado. A Ré fez uma péssima escolha ao contratar tal
funcionário, o elegeu muito mal, além do mais, não vigiou seus loucos atos,
deverá pagar por isto. Por conseqüência, deverá recair sobre a Ré a culpa da
morte, com a indenização dos Autores, na forma legal e pedida.
DO DIREITO
A Ré agiu com negligência e imprudência no desfecho do evento danoso e que
ceifou a vida do esposo e pai dos Autores, causou-lhes prejuízos de elevada
monta, não só econômico e financeiro, como moral e afetivo, pis perderam o
sustentáculo do lar e o chefe familiar, além de ficarem privados do aconchego
fraternal. A Ré responde pela culpa in elegendo et in vigilando, se funcionário
seu teve culpa pela morte do Sr. ...., independentemente da vontade dos
diretores proprietários.
A Responsabilidade da Ré resulta do imposto pelos artigos 186 c.c. 932 e 927 e
ss. do Código Civil Brasileiro, ainda: Súmulas nºs 490, 341 e 562, e demais
jurisprudências e doutrinas na seqüência descritas. Iniciamos pela base da
responsabilidade civil.
O artigo 186 do CC, assim dispõe:
"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar danos a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito".
E o artigo 932 do CC, inciso III, assim reza:
"São também responsáveis pela reparação civil:
(...)
III - "O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele."
Confirma a Súmula nº 341 do STF:
É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou
preposto."
A doutrina pátria assim se manifesta:
"Em face, pois, da nossa lei civil, a reparação de dano tem como pressuposto a
prática de ato ilícito. Todo ato ilícito gera para o seu autor a obrigação de
ressarcir o prejuízo causado. É de preceito que ninguém deve causar lesão a
outrem. A menor falta, a mínima desatenção, desde que danosa, obriga o agente a
indenizar os prejuízos conseqüentes de seu ato." (Washington de Barros Monteiro,
in Curso de Direito Civil, Saraiva, 1969, Vol. V, pág. 418).
Ainda:
"Como quer que seja, o que o nosso Código tem em vista é o ato ilícito. Este
acarreta de si só e originariamente o vínculo da obrigação. Nele concorrem
elementos objetivos e subjetivos. São requisitos da primeira categoria: O ato
contra jus, sans droit, isto é, praticado de maneira ilícita, contra o direito;
a relação de causa entre o ato e dano. São requisitos subjetivos: a
imputabilidade do agente e que tenha agido com culpa. (...) A culpa é a falta de
diligência na observância da norma de conduta, isto é, o desprezo, por parte do
agente, do esforço necessário para observá-la, como resultado, não objetivado,
mas previsível, desde que o agente se detivesse na consideração das
conseqüências eventuais de sua atitude." (Responsabilidade Civil, José Aguiar
Dias, 2ª Edição, Vol. 1, pág. 141).
Por outro lado, o de cujus era chefe familiar e tirava de seu trabalho o
sustento próprio e o do lar, percebendo remuneração ou ordenado acima do salário
mínimo legal. Assim, pacífico é o entendimento legal, doutrinário legal,
doutrinário e jurisprudencial de que a obrigação da Ré deve cingir-se na
indenização pela morte da vítima, desde a data do evento, até a idade de ....
anos, limite provável de vida do homem brasileiro, tendo como base de cálculo, o
salário mínimo, conforme pede os julgados adiante citados.
Vale citarmos, um vasto repertório de jurisprudências que agasalham em
sobremaneira, todas as pretensões dos Autores, estabelecendo também, a base de
cálculo para a indenização ora pleiteada, e pedem o seu deferimento - senão
vejamos:
"Indenização - Responsabilidade Civil - Acidente de trânsito - Morte de filho
menor - Pensão de vida - Limitação até quando a vítima alcançasse sessenta e
cinco anos de idade - Recurso provido para esse fim." (TJSP, 59:56).
"Responsabilidade Civil - Indenização - Vida provável da vítima fixada em (65)
sessenta e cinco anos. Ainda que exemplificativamente tenha o pedido admitido o
limite provável de vida de sessenta anos (60), não decide ultra petita,
assentando que o reconhece como sendo de (65) sessenta e cinco anos. Motivação.
Recurso Extraordinário não conhecido, dado que inocorreu denegação de vigência
dos Arts. 4º, 154 e 157 do CPC." (RE nº 76.985, da 2ª Turma do STF, ac. un., in
Jurisprudência Brasileira, Vol. 1, na pág. 127).
Prossegue nossos Tribunais:
"Salário base da indenização. O salário mínimo, tomado como base para cálculo da
indenização, somente poderá ser o atual, isto é, o salário mínimo com os
aumentos legais que se verificam no curso da Ação." (Ac. do 2º grupo de Câmaras
Cíveis, Rel. Garcez Neto, in Rev. de Jur. 12/125).
Perfilha deste mesmo entendimento:
"Salário base da indenização - O salário que serve de base para o cálculo da
indenização, à falta de outros elementos concretos, somente pode ser o atual,
isto é o salário mínimo vigente com todos os aumentos verificados até a data da
sentença de liquidação." (Ac. da 7ª Câm. Cível. Rel. Garcez Neto, in Rev. Jur.
8/129).
Ainda:
"Dano efetivo e dano potencial - Cálculo da indenização - É indenizável não só o
dano efetivo como o potencial. Na falta de comprovação deve ser calculada com
base no salário mínimo." (Ac. 1ª C. Cível de 11.07.68, Rel. Juiz Roberto Vieira
de Castro, in ATA 4/184).
É Mister citarmos a Súmula 490 STF:
"A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade deve ser
calculada com base no tempo da sentença e ajustar-se-á às variações ulteriores."
A RT nº 422/147 esclarece de forma convincente, quando a necessidade dos
Autores:
"... porque não é propriamente alimento, mas reparação do dano causado, sendo
devida, portanto, mesmo que os beneficiários da vítima não necessitem dele por
apresentarem situação econômica boa."
Por final, é bom lembrarmos que a responsabilidade civil é independente da
criminal.
Abaixo segue um extrato de todo o direito invocado, pontos importantes que
acolhem de pronto as pretensões dos Autores, vejamos:
1. Aquele que causa prejuízo à outrem, fica obrigado a reparar o dano, e a culpa
imposta contra a Ré, se o caso for, é a in eligendo et in vigilando;
2. O patrão também é responsável pela reparação civil, pelos atos de seus
empregados;
3. A obrigação da Ré deve cingir-se na indenização pela morte do Sr. ...., desde
a data do óbito, até a idade de .... anos, limite provável de vida do homem
brasileiro;
4. A base de cálculo da indenização é o ordenado da vítima na data do óbito,
dividido pelo salário mínimo (1 SM), também da época da morte; o coeficiente
encontrado (no caso: .... SM), deverá ser multiplicado pelo número de meses de
sobrevida, e por conseqüência, também multiplicado pelo valor do salário mínimo
vigente no momento da liquidação da sentença.
DOS PEDIDOS
Seja concedida undenização a título de danos materiais, no montante de ....
(....) salários mínimos, referentes a somatória de ordenados que o falecido
receberia da Ré, se vivo fosse, durante os .... meses de vida faltantes à
vítima, para atingir os .... anos estabelecidos como vida provável do homem
brasileiro, segundo iterativa e remanosa jurisprudência e doutrina trazidas à
baila, desde a data do seu falecimento, ressarcível com base no salário mínimo
vigente no momento da liquidação da sentença. Incide, também, o 13º salário a
título de indenização, que a vítima também perceberia durante os .... meses de
sobrevida, que somam-se em .... salários mínimos, perfazendo-se à final, um
total exigível de .... salários mínimos, que deverão ser multiplicados pelo
valor do salário mínimo vigente no momento da liquidação da sentença. Esclarece
que, o de cujus percebia na data do óbito, a quantia de .... salários mínimos.
Indenização a títulos de danos morais, a serm abritrados por V.Exa.,
Requerem a citação da Ré, na pessoa de seus representantes legais, para
contestar o presente pedido, querendo, sob pena de confesso e revelia,
prosseguindo-se até final julgamento, para condená-la ao pagamento de ....
salários mínimos, a título de danos matérias, mais os danos morais a serem
arbitrados, requerendo, ainda, os favores contidos no art. 172, § 2º, e a
citação com hora certa se necessário (arts. 227 e 228 do CPC). A indenização
postulada deverá ser, após a sentença, acrescida de juros de mora e correção
monetária, conforme entendimento do MM. Sr. Juiz.
Requerem seja a Ré, condenada ao pagamento dos honorários advocatícios na base
de 20% sobre o valor da causa, e ainda: condena nas custas do processo.
Requer provar o alegado com o depoimento da Ré, na pessoa de seus representantes
legais, protestando-se pela inquirição de testemunhas a serem arroladas
oportunamente, pela prova pericial, documental, e por demais provas em direito
admitidas.
Dá-se à causa o valor de R$ ......
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]