Medida cautelar de separação de corpos, tendo em vista a conduta agressiva do réu, pleiteando-se outrossim a guarda dos filhos.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua
....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01),
com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade
....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
MEDIDA CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS
em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua
....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de
fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
Casaram-se em ...., pelo regime de separação de bens, e desse consórcio,
nasceram .... (....) filhos: ...., em data de ....; ...., em data de .... e
...., em data de ....
Com a chegada do primeiro filho, ...., o relacionamento do casal sofreu sensível
deterioração, face a falta de amparo moral, material e de colaboração da
requerida nos cuidados com o bebê.
Após o casamento, a requerida passou a se manifestar agressiva, de forma como
nunca havia se demonstrado, vingando-se nos filhos do casal, como por ex.:
a) Além de abandonar seus filhos até alta hora da noite, os mesmos, com exceção
da menor ...., se refugiam por si próprios nas casas de vizinhos, ficando por
lá, até por volta das .... horas;
b) O filho ...., quase todos os dias, vai para a escola sem almoço, tornando
impossível a vida escolar do menor, haja vista também a preocupação dos seus
professores nesse sentido;
c) Como se não bastasse o constante nas letras acima, a requerida vem
desrespeitando a vida conjugal, tendo em vista as freqüentes visitas do sexo
masculino que a mesma vem tendo na residência do casal e na presença dos filhos,
inclusive fica requerido , para comprovação do alegado, a oitiva do filho ....
perante este E. Juízo e com a presença do ilustre representante do "parquet".
4. Se a vida do Requerente foi destruída parcialmente pelo malfadado casamento,
este não pretende que seus filhos venham a crescer junto de uma mãe imoral, que
os abandona até mesmo na alimentação, impossibilitando-os de estudar, como vem
ocorrendo com o filho ...., com apenas .... (....) anos de idade.
DO DIREITO
A separação de corpos é regulada pelo artigo 1575, do Código Civil, a saber:
"Art.1575. A sentença de separação judicial importa a separação de corpos e a
partilha de bens.
Parágrafo único: A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos
cônjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida".
Autoriza o presente pedido a disposição contida no artigo 888, inciso VII, do
Código de Processo Civil:
"Art. 888. O juiz poderá ordenar ou autorizar, na pendência da ação principal ou
antes de sua propositura:
....
VI - o afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal;
VII - a guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visitas;"
Tal medida cautelar tem por objetivo o afastamento de um dos cônjuges do lar
comum, quando desaconselhável a coabitação e na iminência de lesão irreparável,
física ou moral, tanto para os filhos como para o casal.
Em suma, quando a vida a dois se torna insuportável, a coabitação, até o momento
de ser decretada a separação judicial, pode ser danosa para o casal, pois
dividirão o mesmo teto dois litigantes. A existência dos filhos acaba por
acirrar mais as animosidades, expondo-os a situações que marcam definitivamente
seus caracteres, ainda em formação.
A separação de corpos, segundo a melhor doutrina, é medida acauteladora em favor
do cônjuge que não tem mais condições de permanecer no lar comum, sem que lhe
seja imputado o abandono, segundo ensina Yussef Said Cahali:
"Clóvis Beviláqua já havia observado que a separação dos cônjuges, como
preliminar da ação, tem por fim a dissolução da sociedade conjugal, é uma
providência que a razão aconselha, pelo inconveniente e até perigo de
continuarem sob o mesmo teto os contendores no pleito judiciário. Para que os
cônjuges tenham liberdade de ação, para tirá-los da situação de constrangimento,
em que se achariam, e ainda, para que a irritação não tenha, nos encontros
inevitáveis de quem habita a mesma casa, motivo para recrudescer e desmandar-se,
é de razão que se separem, provisoriamente. E, para que não seja, nesse
movimento, um ato de rebeldia contra a prescrição legal e as exigências da
sociedade que impõem a vida em comum, aos que se uniram para a vida, o autor da
ação de desquite deve pedir que se lhe permita deixar a habitação comum. 479"
(in Divórcio e Separação, Revista dos Tribunais, 5ª ed., pag. 295, 1987).
E por ser medida acautelatória, que visa afastar a ameaça de lesão, iminente e
irreparável, ao direito de um dos cônjuges, a separação de corpos deverá ser
concedida o mais rápido possível.
Não é outro ensinamento do doutor Desembargador Yussef Said Cahali:
"Ante os fundamentos que a justificam, "a separação de corpos, como medida
preparatória do desquite, é de ser antes concedida que negada". 480
"Na separação provisória de corpos, como processo cautelar, a única prova a ser
examinada é da existência do casamento, revelando-se inoportuna e impertinente
qualquer discussão sobre os fatos que devam ser apreciados e julgados na ação de
separação judicial; a gravidade do fato que a legítima resulta, por prevenção
legal, do enunciado da própria ação de dissolução da sociedade conjugal que vai
ser proposta (ou já proposta, se a medida cautelar for incidente); devidamente
instruído com a prova do casamento, solicitada a separação de corpos como
preliminar da ação de separação definitiva ante o natural constrangimento que
daí resulta, não é dado ao juiz negá-lo, pois este não pode substituir as partes
na avaliação de existência, ou inexistência, do constrangimento, nem julgar se
é, ou não, insuportável o convívio dos futuros litigantes; ..." (op. cit, pág.
295/296).
Dessa forma, a pretensão do requerente está amparada, não só pela lei, mas pela
doutrina e jurisprudência unânimes de nossos tribunais, devendo ser acatada de
plano.
Presentes estão, portanto, os requisitos necessários para a concessão LIMINAR da
medida cautelar de separação de corpos e guarda dos filhos.
O "fumus boni iuris" está consubstanciado no direito líquido e certo do
requerente em obter sua separação de corpos e o termo de guarda de seus filhos,
tendo em vista conduta desregrada e desonrosa da requerida com seus filhos e
marido, bem como a infidelidade conjugal ora denunciada, que tornam insuportável
a vida em comum.
O "periculum in mora", por sua vez, está caracterizado pela urgência do
afastamento da requerida do lar, tendo em vista a possibilidade de ser noticiada
da presente ação e vir a cometer outras violências contra os filhos, e em
especial ...., pela notícia dos relacionamentos amorosos quando da ausência do
requerente, que por força de seu trabalho, somente vem final de semana para o
lar do casal.
Por tais razões, MM. Julgados, a concessão liminar da medida pleiteada impõe-se
como indispensável para manter a integridade física e moral dos filhos do casal
e do próprio requerente.
A guarda dos filhos ...., .... e .... deve ter o requerente que, inegavelmente
tem melhores condições de atender as necessidades básicas de carinho, afeto,
alimentação e higiene, sem contar que estarão livres de serem expostos às
truculências e relações sexuais pervertidas na residência do casal, onde os
menores presenciam cenas deploráveis de sua mãe, além do risco psicológico e de
possíveis doenças venéreas das transas sexuais.
De forma alguma, uma mulher que deixa à vista, dentro de sua própria casa,
provas de sua infidelidade conjugal, sem menor preocupação de que mais cedo ou
mais tarde tais provas chegassem ao conhecimento de todos, tem condições morais
para ser responsável pela guarda dos filhos. Seria a inversão dos valores
básicos de nossa sociedade, e a completa destruição do alicerce da boa formação
que pretende o requerente assegurar a seus filhos.
Além de todos os argumentos já enfocados acerca da convivência e da permanência
dos filhos com a requerida, o mesmo se dará com a avó materna, trazendo
prejuízos irreparáveis, uma vez que a mãe da requerida .... não tem conduta
ilibada apesar de sua faixa etária, tendo em vistas as coabitações flutuantes
com homens sem escrúpulos, tanto é verdade, que cada .... (....) meses ela troca
de marido. Tal afirmação poderá vir a baila em dia e horário que V. Exa.
designar.
Pelo exposto, restou provado preencher o requerente todas as condições, bem
como, através de escritura pública de declaração, onde vizinhos declaram as
aberrações da personalidade ativa do dia-a-dia da requerida. (docs. anexos).
DOS PEDIDOS
A presente medida é preparatória para a ação de separação judicial, que será
proposta dentro do prazo legal (art. 806 do CPC).
Face a todo o exposto, e a urgência da situação, vem, com o devido acato,
requerer:
a) CONCESSÃO LIMINAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS, SEM A OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA,
PARA AUTORIZAR O AFASTAMENTO DA REQUERIDA DO LAR CONJUGAL E EXPEDIÇÃO DE
COMPETENTE ALVARÁ; ou
b) QUE O REQUERENTE POSSA TIRAR SEUS FILHOS PARA MORAREM CONSIGO E COM OS AVÓS
PATERNOS, PODENDO ESTE E. JUÍZO COMPROVAR A IDONEIDADE DOS MESMOS E DO PRÓPRIO
REQUERENTE;
c) SEJA ATRIBUÍDA AO REQUERENTE A GUARDA PROVISÓRIA DOS FILHOS DO CASAL, RETRO
MENCIONADOS E COM AS RESPECTIVAS CERTIDÕES DE NASCIMENTO;
d) CASO PAIRE ALGUMA DÚVIDA EM VOSSA ABALIZADA DECISÃO, DIGNE-SE DETERMINAR O
AUTO DE CONSTATAÇÃO, ATRAVÉS DE FUNCIONÁRIOS ADEQUADOS (ART. 440 E SEGUINTES DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL) OU, PELA GRAVIDADE, IR PESSOALMENTE;
e) EM HIPÓTESE ALGUMA, DISPENSAR OITIVA DO FILHO MENOR ...., ENTRETANTO, SEM A
PRESENÇA DE SUA MÃE, ORA REQUERIDA, SALVAGUARDANDO INTERESSES DO MENOR;
f) AS TESTEMUNHAS ARROLADAS ABAIXO, A SEREM OUVIDAS SEM A PRESENÇA DA PARTE
CONTRÁRIA, ORA REQUERIDA, PARA QUE NÃO OFEREÇA CONSTRANGIMENTOS PARA OS MESMOS;
g) APÓS O PREENCHIMENTO DAS LETRAS ACIMA, SEJA A REQUERIDA CITADA PARA QUE,
QUERENDO, CONTESTE OS TERMOS DA PRESENTE AÇÃO, NO PRAZO LEGAL, SOB AS PENAS DA
LEI.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,
especialmente pela oitiva de testemunhas, depoimento pessoal da requerida,
juntada de novos documentos, que, desde já, requer. Requerendo que as
testemunhas sejam intimadas por este E. Juízo.
Por cautela, requer-se os beneplácitos do artigo 172 e seguintes do CPC e 227 do
mesmo "codex" para as diligências do Sr. Oficial de Justiça.
Dá-se à causa o valor de R$ ......
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
ROL DE TESTEMUNHAS
1......, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua
....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado .....
2. ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a)
na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado .....