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Você está em:   IGF Modelos de documentos Petição Penal Queixa-crime por calúnia

Petição - Penal - Queixa-crime por calúnia


 Total de: 15.244 modelos.

 

QUEIXA-CRIME - Estabelecimento escolar - CALÚNIA - DIFAMAÇÃO - ART 138 CP - ART 139 CP - ART 141 CP - ART 145 CP

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE .... - ESTADO DO ....

.... (qualificação), portadora da CI/RG nº ...., proprietária da Pré-Escola ...., estabelecida na Rua .... nº ...., na Comarca de ...., através de seu advogado e procurador adiante assinado, vem, respeitosamente, com fundamento nos arts. 138, caput; 139, caput; 141, inc. III e 145, caput, do Código Penal e arts. 30, 38 e 44 do Código de Processo Penal, e com base no incluso inquérito policial, oferecer a presente

QUEIXA-CRIME

contra .... (qualificação), portadora da CI/RG nº ...., residente e domiciliada na Rua .... nº ...., na Comarca de ...., e .... (qualificação), portadora da CI/RG nº ...., residente e domiciliada na Comarca de ...., na Rua .... nº ...., pelos seguintes fatos:

I - NATUREZA DA CAUSA

1. A querelante é proprietária da Escola ...., estabelecimento de ilibada reputação, adquirida nos seus mais de .... anos de existência.

2. Na data de .... de .... de ...., a querelante tomou conhecimento que .... (doravante indicada por primeira querelada), havia propalado fatos inverídicos, caluniosos e difamadores envolvendo a si própria e a outros elementos do corpo docente.

Segundo a primeira querelada, os professores praticavam orgias sexuais envolvendo alunos da Escola, inclusive sua própria filha.

3. Como se não bastasse a grave e leviana divulgação dos caluniosos e infamantes eventos, a primeira querelada procurou influenciar negativamente os pais dos demais alunos com a sua fantasiosa narrativa.

4. Os pais dos alunos, conhecedores da reputação da Escola e sabedores da moral e dignidade dos professores aos quais haviam confiado a educação dos filhos, repudiaram as acusações, convictos da inocência daqueles que, com muito zelo, guiaram os primeiros passos na formação intelectual e moral das crianças.

5. Lamentavelmente, a única pessoa que se prestou a aceitar e multiplicar as criminosas imputações foi ...., doravante indicada por segunda querelada.

6. A partir de então, as quereladas, de comum acordo e conscientes da gravidade das imputações, atribuíram falsamente à querelante a prática do ilícito de corrupção de menor (CP art. 218) dos quais seriam vítimas os alunos do estabelecimento.

A querelante sofreu toda a sorte de danos morais e psicológicos, além de desgastes em sua vida profissional em face da divulgação sensacionalista das acusações.

As falsas imputações alcançaram também o conceito do estabelecimento de ensino dirigido pela querelante, como ficou demonstrado no inquérito nº ..../...., instaurado pela Delegacia Policial do ....º Distrito da Comarca de ....

A diligente atuação da equipe de investigação daquela Delegacia chegou mesmo a proceder buscas no local a fim de averiguar a ocorrência dos fatos imputados a Requerente. Nada foi confirmado.

II - A CARACTERIZAÇÃO DA CALÚNIA

7. Uma vez demonstrada a falsidade dos fatos criminosos imputados a peticionária, resta claro o crime de calúnia praticado pelas quereladas. Com efeito, a Requerente foi acusada de "abaixar as calcinhas das meninas" e de "tocá-las com as mãos nas suas partes íntimas", além de inúmeras outras ações que configurariam, se verdadeiras fossem, o delito previsto no art. 214 do Código Penal.

8. Houve, inequivocamente, o dolo de produzir o resultado danoso à integridade moral da querelante, bem como a consciência da ilicitude de tal comportamento continuado. Vale referir o precedente do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo:

"Na calúnia o dolo do agente é sempre presumido, cabendo-lhe a prova da verdade para isentar-lhe a culpa. E para a configuração do delito basta a voluntariedade da imputação do fato ou a consciência do caráter calunioso do escrito. Ainda quando a agente suponha estar publicando um fato verdadeiro, sendo este falso, incorrerá em sanção."

(Ac. nº 7.225 - Campinas - Apelante: José Moraes Coelho - Apelada: Justiça Pública).

III - A CARACTERIZAÇÃO DA DIFAMAÇÃO

9. Além da imputação falsa da prática de crime, as quereladas imputaram outros fatos ofensivos à reputação da querelante, ao afirmarem que "as professoras tiravam suas roupas e andavam nuas na sala de judô e na casinha de bonecas". Inúmeras pessoas, notadamente outros pais que têm seus filhos matriculados naquela Pré-Escola, tomaram conhecimento das afirmações difamadoras, sendo que a mensagem difamante teve larga divulgação.

Configurou-se o ilícito de difamação (CP, art. 139).

IV - PEDIDO

10. Em face do exposto, é proposta a presente Queixa, requerendo-se se digne Vossa Excelência adotar as providências determinadas pelo art. 519 e s. e 539 e s. do Código de Processo Penal, devendo as quereladas serem citadas para responderem aos termos da presente Ação Penal, a qual deverá ser julgada procedente, condenando-as nas penas previstas pelos mencionados dispositivos legais.

11. Requer-se a produção de todas as provas admitidas em Direito, inclusive a inquirição das testemunhas do rol anexo, as quais deverão ser devidamente intimadas.

N. Termos,

P. Deferimento.

...., .... de .... de ....

................
Advogado


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