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Você está em:   IGF Modelos de documentos Petição Civil e processo civil Ação ordinária de nulidade de cláusula contratual

Petição - Civil e processo civil - Ação ordinária de nulidade de cláusula contratual


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AÇÃO ORDINÁRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL - UNIMED

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE _________ - UF

Jurisdição cível

Ordinária de nulidade de cláusula contratual

Justiça de graça

____________, brasileira, viúva, enferma, residente e domiciliada na Rua _________ nº ____, Bairro _________, nesta cidade de _________, pelo Procurador subfirmado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, ajuizar, a presente

Ação Ordinária Declaratória de Nulidade de Cláusula Contratual, prestação da tutela jurisdicional, que intenta contra

UNIMED _________, (Sociedade de Serviços Médicos Ltda) com sede na Rua _________ nº ____, cidade de _________. Para tanto, inicialmente expõe os fatos, que secundados pelo pedido e embebidos no direito, ensejarão, os requerimentos, na forma que segue:

OS FATOS

A requerente é titular de plano de saúde empresarial Junior, opção "A", com prazo de validade até _____ de _____ de _____, inscrita sob o código nº ______, conforme faz certo a cópia xerográfica de seu cartão de filiação, constante à folha 08, da demanda cautelar tombada sob o nº _____

A adesão ao plano de saúde, deu-se por intermédio do Clube _________, consoante dilucida o termo de contratação e adesão (vide folha 09 e verso do feito cautelar).

Para viabilizar o tratamento médico por intermédio do plano de saúde, firmado com a demandada (UNIMED), ingressou a autora com a competente medida cautelar inominada no dia ___ de ________ de _____, haja vista, que a requerida, secionou de forma abrupta e repentina o tratamento médico despendido, sob a alegação de que ter-se-ia esvaído o prazo legal de internação, igual a (30) trinta dias, nos termos da cláusula 5.7 alínea "a" do contrato de adesão firmado. Vide folha 22, da referida cautelar.

Obtempere-se, que estado de saúde da autora, diagnosticado por seu esculápio, Dr. ____ (CRM nº _____), em _____ de _____ de _____, pode ser assim resumido: a-) endocardite bacteriana aguda; b-) edema agudo de pulmão; c-) perda de função renal. (Vide solicitação de IAH, e missiva dirigida pelo esculápio a UNIMED, documentos insertos à folhas 10/11 da cautelar.

Assim, assegurado por liminar, o tratamento de que carecia a autora, serve-se, da presente para desconstituir dita cláusula, que restringe, de forma indevida e desumana o tratamento hospitalar, fixando, no caso da autora em trinta dias.

O DIREITO

Anela, a autora, com a presente ação, a anulação da cláusula contratual que fixa o período máximo de internação hospitalar, balizando-o em 10 dias na UTI e 20 dias de Hospitalização normal, porquanto, dita disposição contravem as regras basilares e primordiais que regem o Código de Defesa do Consumidor, bem como fere e transgride de forma frontal com a Portaria nº 04, de 13 de março de 1.998, editada pela Secretaria de Direito Econômica, afeta ao Ministério da Justiça.

Outrossim, entende a autora, que possui direito (no ocaso da vida, velha e exangue) de ser tratada com respeito e dignidade, atendo-se, ainda a circunstância, de que dita dilação temporal estatuída pelo contrato para efeito de internação em nosocômio (igual a trinta dias) é nula de pleno direito, nos termos da Portaria nº 04, item 14, (de 13.03.98) expedida pela Secretária de Direito Econômico, como já referido.

Ademais, inadimite-se, que a entidade requerida, fixe, aleatoriamente, prazo certo de internação, sob pena de emprestar-se crédito a premissa em que labora a autora, a qual pressupõe, que todas as doenças de que venha a ser acometida a beneficiária (autora), tenham prazo certo de início e fim, limitadas ao lapso temporal previsto. Ora, isto contraria a natureza, constituindo-se em obra de quimera; verdadeiro delírio.

A referendar o aqui expendido, é a mais lúcida jurisprudência, a qual por sua extrema pertinência ao tema em disceptação é aqui coligida:

"Nos termos dos arts. 6º, V, 39, V, 47 e 51, IV, § 1º, I e III, da Lei 8.078, a cláusula contratual, em plano de saúde, que limita o prazo de internação do paciente é leonina e, conseqüentemente, deve ser considerada não escrita, sendo inadmissível, também, a alegação pela contratada da ocorrência de desequilíbrio contratual, pois a longas enfermidades de qualquer contratante é risco do negócio" (RT 746-215).

"Nos termos da avença é colocado em nítida desvantagem frente àquele que se obrigou a colocar os serviços de terceiro à sua disposição, restringindo direito fundamental do paciente inerente à natureza do contrato firmado, descabendo fixar a priori curto período de permanência em UTI". (RT 726/248)

Obtempere-se, por pertinente, que o plano de saúde firmado pela autora com a demandada, se sujeita ao regime do Código de Defesa do Consumidor, sendo, tida, reputada e havida como "abusiva", a cláusula limitadora da internação da autora, nos termos do artigo 51, inciso IV, da Lei nº 8.078 de 11.9.90.

Destarte, anela a requerente, por via da presente demanda, seja proclamada a nulidade da referida cláusula limitadora de internação, prefigurada no contrato de adesão firmado com a demandada, em especial a que jaz estereotipada no item 5.7, alínea "a".

ISTO POSTO, REQUER:

I - APENSAMENTO DE AUTOS nº ___

Determine Vossa Excelência, sejam apensados ao presente feito, a medida cautelar inominada, tombada sob o nº ____, da qual a presente demanda é sucessora, aproveitando-se, por economia processual, todos os termos e demais documentos lá insertos, aqui não reproduzidos via fotostática, face o alto custo de tal operação.

II - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Conceda Vossa Excelência, a requente o benefício da justiça de graça, eis constituir-se em pessoa pobre e carente, auferindo rendimento mensais equivalente a R$ _____,___. O pedido tem arrimo na Lei nº 1.060 de 05.02.50, artigo 4º.

III - CITAÇÃO DA REQUERIDA

Após de apreciados os itens supra, seja determinada a citação por precatória da requerida, à Comarca de _______, franqueando-lhe o prazo de resposta, sob as penas de revelia, confissão e julgamento antecipado.

IV - MEIOS DE PROVA

Além, do depoimento pessoal da representante legal da requerida, que desde já requer sob pena de confissão quanto a matéria de fato aqui articulada, protesta oitiva do médico que vela e zela pela autora: DOUTOR ______, brasileiro, casado, médico, com endereço profissional junto a _____, ______

V - PEDIDO FINAL

Ao final, requer a procedência da presente ação, desconstituindo-se a estipulação limitadora da internação da autora junto a nosocômio, proclamando-se, pois, a nulidade da cláusula 5.7, alínea "a", inserta no contrato de adesão firmado, eis manifestamente, abusiva, leonina e ilegal, forte na considerações fáticas e jurídicas retro expendidas, eximindo-se, por decorrência lógica e necessária a requerente, do pagamento de quaisquer valores, decorrentes de sua internação, além do período arbitrariamente fixado pela demandada.

Arque a requerida com as verbas derivadas do princípio da sucumbência, inclusive, em honorário advocatícios, fixados, estes, em 15% do valor estimado a ação.

Estimando a presente R$ ______

PEDE E ESPERA DEFERIMENTO

____________, ___ de __________ de 20__.

______________
PROCURADOR

OAB/


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