Ação de anulação de compra e venda de imóvel, tendo em vista que o negócio jurídico foi celebrado por parte ilegítima.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO
DO .....
....., brasileiro (a), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º
..... e do CPF n.º ..... e ....., brasileiro (a), profissional da área de .....,
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., casados entre si, residentes
e domiciliados na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado
....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a)
(procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua .....,
nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e
intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
ANULAÇÃO DE ATO JURÍDICO C/C PERDAS E DANOS - observado o PROCEDIMENTO SUMÁRIO
em face de
....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com
sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP
....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). .....,
brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do
CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.
DOS FATOS
Que o marido da primeira Requerente e pai dos demais, Sr. .... já falecido,
adquiriu da Requerida, ..., o imóvel com as seguintes características e
confrontações: Lote nº .... da quadra ...., da planta ...., situado em lugar
...., município de ...., medindo .... metros de frente para a Rua .... nº ....;
.... metros da frente aos fundos do lado direito de quem da Rua olha o imóvel,
confrontando com o lote nº ...., lado esquerdo com igual metragem confronta com
o lote nº ...., e na linha de fundos com .... metros confronta com o lote nº
...., todos da mesma planta, com a área total de .... m², sem benfeitorias, com
a inscrição cadastral nº ...., da prefeitura de ....;
Que, a citada aquisição ocorreu consoante contrato de compromisso de compra e
venda nº ...., firmado em .... de .... de ...., averbado sob nº ...., no Livro
..... - Aux. de Cartório de Registro de Imóveis da .... Circunscrição (atual
.... Circunscrição) desta Comarca, conforme consta da Escritura Pública de
Compra e Venda anexa. Que após quitado integralmente o preço do imóvel, na forma
avençada naquele compromisso, foi o referido lote de terreno transferido
definitivamente para o comprador, ...., como dá notícia a Escritura Pública de
Compra e Venda lavrada às fls. ...., Livro nº ...., pelo ...º TABELIÃO DA
Comarca de ...., em .... de .... de ...., e devidamente transcrita sob o nº
...., do Livro nº ...., do Cartório de Imóveis da ....ª Circunscrição da Comarca
de ...., em .... de .... de ...., documentos inclusos;
Que, com o falecimento de ...., ocorrido em .... de .... de ...., seus bens
foram inventariados, por arrolamento, cujos autos tramitaram pelo MM. Juízo de
Direito da .... Vara Cível desta Comarca e conforme FORMAL DE PARTILHA, anexo,
foram partilhados aos Requerentes, incluindo o acima descrito lote de terreno;
Que ao levar o já referido Formal de Partilha a registro na ...ª Circunscrição
Imobiliária da Comarca de ...., constataram, com surpresa, que: "FEITA A
VERIFICAÇÃO DO TÍTULO PROTOCOLIZADO DEIXAMOS DE REGISTRÁ-LO PELOS MOTIVOS
SEGUINTES:
1. O IMÓVEL OBJETO DO PRESENTE FORMAL DE PARTILHA JÁ FOI TRANSFERIDO
DEFINITIVAMENTE PARA ...., CONFORME ...., REG. GERAL DESTE OFÍCIO."
Tudo segundo se depreende da Ficha de Apresentação, Prenotação nº ...., do Prot.
...., datado de ...., daquele Ofício (doc. anexo);
Que, os Requerentes procuraram a origem desta transação e verificaram que a
...., por escritura pública de Compra e venda lavrada às fls. ...., Livro ....,
em .... de .... de ...., nas notas do Tabelionato do ...., vendeu o lote acima
descrito a ...., apesar de já tê-lo vendido anteriormente, em caráter definitivo
a ...., consoante provam os documentos inclusos.
Que, esta última transação configura ato ilícito, eis que, a venda foi realizada
por quem não era mais dono, por non domino. A venda e compra por não
proprietário é nula de pleno direito e, face a existência do registro nº ....,
da ....ª Circunscrição Imobiliária. O indisputável direito real, contra o qual
nenhuma operação constitutiva ou translativa de direito real deverá prevalecer,
e que tal direito pode opor-se contra o adquirente do citado lote e contra ele
se fazer valer, pela sua característica que vale erga omnes.
Como se não bastasse a nulidade já apontada. Outra, clara e insofismável,
ressurge: a cessionária, ...., que representou a Requerida, ...., bem como o
procurador daquela que assinou a escritura pública de compra e venda, lavrada
nas notas do Tabelionato do ...., não tem capacidade para representá-la.
"Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos no limites de
seus poderes definidos no ato constitutivo. (art. 47, do Código Civil).
A prova da assertiva acima está consubstanciada na certidão anexa (CONTRATO
SOCIAL), expedida pela Junta Comercial do Paraná, onde se constata: "que fazem
parte da sociedade com sócios, .... e ...."
Para reforçar a prova os Requerentes juntam respeitável decisão, prolatada pelo
Meritíssimo Juiz de Direito da .... Vara Cível, onde é analisado, com
profundidade, o procedimento ilícito da Requerida.
No mesmo sentido juntam certidões dos distribuidores da Comarca de .... até a
data de ....
DOS PEDIDOS
Requer-se a Vossa Excelência a citação de ...., na pessoa de seu representante
legal, na Rua .... nº .... e de .... na Rua .... nº ..., ou onde possam ser
encontrados, a fim de responderem aos termos da presente, sob as penas do artigo
319, do Código de Processo Civil, e como consequência seja a presente ação
julgada procedente, para declarar nula de pleno direito a escritura de compra e
venda lavrada às fls. ...., do Livro nº ...., do Tabelionato de ...., da Comarca
de ...., e conseqüente matrícula sob o nº ...., da .... Circunscrição do
Registro Imobiliário, com a condenação dos réus em perdas e danos, custas
judiciais, juros, correção monetária, honorários e demais cominações legais.
Ainda, na conformidade do artigo 44, do Código de Processo Penal e artigo ...,
do Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado ...., requerem que V.
Exa. determine a extração das principais peças dos autos e sejam encaminhadas ao
Excelentíssimo Procurador Geral da Justiça, considerando que os Requeridos
infringiram as normas do artigo 171, parágrafo 2º, inciso I do Código Penal.
Dá-se à causa o valor de R$ .....
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]