Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Você está em:   IGF Modelos de documentos Petição Previdenciário Contra razões em apelação no qual o INSS alega que não existe união estável

Petição - Previdenciário - Contra razões em apelação no qual o INSS alega que não existe união estável


 Total de: 15.244 modelos.

 
Contra razões em apelação no qual o INSS alega que não existe união estável.

 

COLENDO CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Processo nº
Recorrente:
Recorrida:

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO


Colenda Câmara Julgadora,
Cuida-se de processo administrativo em que a requerente, ________, na condição de dependente de __________ (companheira) busca a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte.

De início, junto à agência em que foi pleiteada a pensão por morte, restou o benefício indeferido sob o fundamento de não ter sido comprovada a qualidade de dependente, eis que os documentos apresentados não comprovariam a união estável em relação ao segurado instituidor da pensão (fl. 18).

Contudo, tendo a interessada interposto recurso daquela decisão, houve por bem a ___ª Junta de Recursos da Previdência Social, por unanimidade, diante dos documentos apresentados e da justificação administrativa realizada, dar provimento ao recurso interposto pela requerente, reconhecendo a união estável mantida entre o casal até a data do óbito e concedendo a pensão por morte pleiteada (fls. 57-58).

O Instituto Nacional do Seguro Social, então, insurgiu-se contra o acórdão da ___ª Junta de Recursos, requerendo a esse Conselho de Recursos da Previdência Social a reforma daquela decisão, defendendo, basicamente, a inexistência de provas materiais em número suficiente para comprovar o vínculo de companheira, com fulcro no art. 22 do Decreto nº 3.048/99, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto nº 3.668/2000.

Não há, contudo, razões para se reformar a decisão tomada por unanimidade pela ___ª Junta de Recursos da Previdência Social, a qual deve ser mantida por seus próprios fundamentos.

Ora, o benefício pleiteado pela requerente encontra amparo legal nos artigos 74 e seguintes da Lei n.º 8.213/91, os quais estabelecem dois pressupostos que se fazem necessários para a sua concessão, quais sejam, a condição de segurado do de cujus e a relação de dependência entre o mesmo e quem está requerendo o benefício.

Sobre a dependência econômica, há que se observar o que prescreve o art. 16 da Lei n. 8.213/91, seus incisos, e o parágrafo 4º:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;
...omissis...
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. (grifei)

No caso em apreciação, a requerente pretende a concessão da pensão por morte em virtude do falecimento de seu companheiro, _________, ocorrido em data de ______, conforme consta na certidão de óbito acostada à fl. 05. A qualidade de segurado do "de cujus" está demonstrada pelos documentos de fls. 06,10 e 11, sendo incontroversa na espécie. O cerne da discussão, por sua vez, refere-se à comprovação da qualidade de dependente, defendendo o INSS a insuficiência da prova material apresentada, enquanto a __ª Turma de Recursos reconheceu como suficientemente demonstrada a união estável mantida entre o casal.

Para comprovar a condição de companheira do segurado falecido, a recorrida apresentou os seguintes documentos:

a) Certidão de óbito do segurado, em que a mesma consta qualificada como sua esposa (fl. 05);

b) Identidade dos três filhos em comum do casal, _________, _________ e ___________, nascidos, respectivamente, em _________, _________ e _______ (fl. 28);

c) Escritura pública de declaração, em que a mesma declara ter convivido com o segurado falecido por mais de 29 anos, até a data de seu óbito (fl. 13);

d) Comprovantes de mesmo endereço, demonstrando que tanto a recorrida quanto o segurado falecido residiam naquele mesmo endereço apontado na certidão de óbito (fls. 21, 24, 27 e 31);

e) Ficha de acompanhamento funeral, em que consta a recorrida qualificada como viúva do segurado falecido (fl. 23);

f) Contrato de locação firmado pelo casal ainda no ano de 2002, referente ao imóvel em que residiam por ocasião do óbito (fl. 25); e

g) Recibos de aluguel (fl. 30).

Mencionados documentos são prova mais do que suficiente para a demonstração da união estável mantida entre o casal, na forma preconizada pelo parágrafo 3º do art. 22 do Decreto nº 3.048/99. Veja-se que a recorrida comprovou o nascimento de filhos em comum (art. 22, § 3º, inciso I, do Decreto nº 3.048/99), fez prova de mesmo domicílio (art. 22, § 3º, inciso VII, do Decreto nº 3.048/99), apresentou contrato de locação firmado pelo casal (art. 22, § 3º, inciso XVII, do Decreto nº 3.048/99), além de outros documentos que corroboram a demonstração da convivência da recorrida com o segurado falecido, mantida até a data do óbito.

Como se não bastasse, foi ainda realizada uma justificação administrativa para melhor elucidação dos fatos, tendo sido inquiridas quatro testemunhas.

A primeira, _________ (fls. 45-46), afirmou conhecer a recorrida desde o ano de 1974, época em que aquela já vivia maritalmente com o segurado falecido na cidade de ________. Disse, também, que deixou a cidade em que residia, _________, no ano de ______, mudando-se para _______, sendo que anos mais tarde a recorrida e o segurado falecido também se mudaram para esta capital, passando a residir no Bairro ________. Informou, ademais, que o casal teve três filhos, bem assim que o segurado ficou doente cerca de cinco anos antes de falecer, recebendo os cuidados da recorrida até a data de seu óbito. Por fim, esclareceu que após o falecimento do segurado as condições financeiras do grupo familiar decresceram consideravelmente, ficando muito difícil.

No mesmo sentido foram as declarações prestadas por __________ (fls. 47-48), que conheceu a recorrida no ano 2000, época em que passaram a trabalhar juntas na Loja _____, no _________l. Afirmou que chegou a freqüentar a casa da recorrida, situada no Bairro _________, quando conheceu o segurado falecido. De relevante, esclareceu que sempre reconheceu a recorrida como esposa do segurado falecido, sendo que o casal possuía três filhos em comum. No mais, disse que a recorrida cuidou de seu companheiro até a data de seu óbito, após o que teve que se mudar para uma outra casa cujo aluguel era menor, diante das dificuldades passadas pela família após o falecimento do provedor do lar.

_________ (fls. 49-50), também inquirida na justificação administrativa, afirmou ter conhecido a recorrida em 1999, quando aquela veio de mudança da cidade de Cascavel e passou a residir próximo à depoente. Confirmou igualmente que a recorrida vivia como se casada fosse com o segurado falecido, freqüentando juntos festas na comunidade.

Por fim, _______________ (fl. 51), afirmou que conhece a recorrida desde 1986, quando ambos residiam em _______, em razão de seu pai ser vereador naquela cidade e auxiliar a família da recorrida com passagens de ônibus para que um dos filhos do casal pudesse fazer um tratamento de saúde em Curitiba. Revelou, outrossim, que voltou a encontrar a recorrida, o segurado falecido e um dos filhos do casal por volta do ano de 2000 ou 2001 em Curitiba, época em que continuavam a residir juntos, como se casados fossem. No mais, afirmou ter conhecimento de que a recorrida cuidou do segurado falecido até a data de seu óbito, tendo passado por sérias dificuldades financeiras desde então.

Como se vê, a prova oral produzida na justificação administrativa bem comprova que o casal vivia junto desde 1974, inicialmente na cidade de __________ e após nesta cidade de Curitiba, tendo tido três filhos em comum, sendo reconhecidos pela comunidade da localidade em que residiam como marido e mulher. Ainda, ficou suficientemente demonstrado que tal convivência perdurou até a morte do segurado, com significante queda do padrão de vida familiar após aquela ocorrência.

Registro, por oportuno, com relação aos dizeres de fl. 53, no sentido de que a recorrida deixou de atender ao disposto no art. 146, IV, do Decreto 3.048/99, que com exceção da testemunha __________, companheira/esposa do filho da recorrida, as demais pessoas ouvidas na justificação administrativa não possuem qualquer laço de parentesco até o terceiro grau, por afinidade ou consanguidade, com a recorrida.

Dessa forma, a união estável mantida entre a recorrida e o segurado falecido se encontra devidamente comprovada neste processo administrativo, tanto pela prova material apresentada, quanto pela prova oral produzida na justificação administrativa, de modo que a recorrida faz jus ao benefício de pensão por morte, uma vez que legalmente presumida a dependência econômica, devendo ser mantida a decisão da __ª Junta de Recursos da Previdência Social.

Tendo em vista que o benefício restou postulado administrativamente em data de 11-02-2005, ou seja, dentro do trintídio da morte, a DIB do benefício deve ser fixada na data do óbito (art. 74, I, da Lei 8.213/91), com o pagamento de todas as parcelas vencidas desde aquela data.

Diante de todo o exposto, requer-se a esse Colendo Conselho de Recursos da Previdência Social que seja negado provimento ao recurso interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social, com a manutenção da decisão prolatada pela __ª Turma de Recursos, por ser medida de Justiça.

Salienta-se, por fim, que a Lei Complementar nº 80/94, em seu art. 44, inciso XI, garante ao membro da Defensoria Pública da União a prerrogativa de representar a parte, em feito administrativo ou judicial, independentemente de mandato.

Termos em que pede deferimento.
______, ____ de ______ de 2007.

__________
Defensora Pública da União


Veja mais modelos de documentos de: Petição - Previdenciário
Contra-razões de apelação, pelo INSS
Mandado de Segurança em face de determinação de recolhimento previdenciário em prazo inferior ao
Contestação, apresentada pelo INSS, à ação revisional de pensão acidentária
Impugnação a contestação de revisional de aposentadoria
Contra razões de apelação, nas quais o apelado pugna pela manutenção de reajuste de aposentadoria
Medida de comparação de trabalho agrícola
Discordância de cálculo apresentado pelo INSS, em liquidação de sentença
Impugnação ao cálculo apresentado por contador judicial
Ação ordinária de revisão de pensão
Pedido de reconhecimento de tempo de serviço para complementação de aposentadoria
Interposição de ação de cobrança no intuito de auferir benefícios previdenciários em atraso
Pedido de revisão de pensão previdenciária, devida em razão de falecimento de cônjuge em acidente