Nossas doces manhãs
Dulcíssima criatura,
São quatro horas da tarde e, portanto, há mais de trinta horas que eu não sinto
a maciez dos teus lábios e a doçura do teu hálito.
Saudades do ritual matutino, do café na cama, do "bom dia" repetido vinte
vezes. Saudades da janela ainda fechada enfrentando o sol, sempre a querer
penetrar teu quarto com a mesma insistência com que minhas mãos, pouco-a-pouco,
vão redescobrindo os caminhos deste teu corpo maravilhoso, que se transformou em
ilha de paz para a minha alma e na maior razão de desejo para o meu magro corpo.
Saudades de você, meu amor. De roçar minha coxa na tua púbis e, lentamente,
muito lentamente, beijar teu longilíneo e belo pescoço, desde cedo perfumado,
ora com um Gió, ora com um Dolce Vitta, outrora apenas rescendendo à tua natural
e excitante fragrância. Saudades de deixar meus dedos percorrerem lentamente
cada curva, cada dobra, cada reentrância tua, até ouvir você sussurrar,
perguntando, "pelo jeito, vamos começar tudo de novo, não é..." e eu, também
sussurrando ou grunhindo, sei lá, responder que sim.
Saudades de perceber, então, que a temperatura de teu corpo já subiu, que há
mais saliva em tua boca, que a tua respiração mudou, que o teu coração acelerado
já pulsa grudado em meu peito, que a tua camisola de seda desapareceu de cima de
ti como por encanto, e que agora tuas carninhas mais rosadas estão úmidas, muito
úmidas, implorando beijinhos e lambidinhas.
Saudades de sentir tuas pernas se abrindo e ouvir-te dizer, com todas as
letras e em várias línguas, para que eu te coma gostoso. Amore mio, acredite,
estou com muitas saudades de você, de teu colo aconchegante e dessa tua cama com
a cabeceira apontada para o norte.
Beijo carinhoso no teu doce rosto ou, se você preferir, nos majestosos bicos de
teus seios.
Vejo-te em breve, muito breve,
teu (assinatura)