Na briga pelos talentos do mercado, é difícil que uma pequena empresa ganhe
de uma grande. As grandes corporações, além de terem mais estrutura e reputação,
costumam oferecer inúmeros benefícios atraentes e salários mais altos.
Resta às pequenas usar de muita criatividade para não perder seus talentos,
explica Angela Souza, diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional das
empresas Knowtec, Talk Interactive e Instituto de Estudos Avançados.
"Com criatividade, as pequenas empresas captam talentos extraordinários de
maneira eficaz, barata, rápida e participativa, estimulando o engajamento de
toda a organização no processo", afirma ela.
Explore seus pontos altos
As pequenas empresas devem saber aproveitar suas próprias características. Por
exemplo, como são organizações mais enxutas e de estrutura simples, costumam ter
poucos níveis hierárquicos e, consequentemente, mais flexibilidade no que diz
respeito às regras.
Assim, geralmente, todos da empresa se conhecem, a comunicação flui e as pessoas
participam mais das decisões estratégicas da empresa.
As pequenas empresas com este grau de abertura promovem mais rapidamente seus
talentos e dão a eles a chance de ganhar visibilidade e prestígio, em uma
estrutura de hierarquia enxuta.
No dia-a-dia...
É muito importante, uma vez descoberto o talento, empenhar-se em oferecer
desafios estimulantes e possibilidade de autorealização, ampliando o acesso do
profissional a informações e ao conhecimento (por meio de treinamentos),
incentivando a geração de ideias, delegando poder, dando feedback com frequência
e possibilitando o reconhecimento (inclusive em termos financeiros) e o
crescimento rápido.
Segundo a especialista, as pessoas gostam de se sentir envolvidas em algo maior,
de fazer parte de uma organização que adota princípios e valores com os quais se
identificam e que não visam exclusivamente - ou de forma escancarada - ao lucro.
Caçadores de talentos
Uma alternativa interessante para esse tipo de organização é a transformação de
cada um de seus funcionários em "caçador de talentos". "O objetivo é que todos
sejam incentivados a identificar e a atrair para a organização pessoas
talentosas, sendo recompensados financeiramente por isso".
"Além do incentivo material, o efeito dessa política é positivo, porque todos
poderão se sentir um pouco responsáveis pelas contratações, muitas vezes até se
transformando em um mentor do talento", conclui Angela.