Que bagunça, querido!
Meu amor,
você sabe que eu te adoro e que esta casa não teria a menor graça sem você, mas
que você é o cara mais bagunceiro e desorganizado que eu conheço isto é mesmo,
não tenho a menor dúvida. Juro que nas suas gavetas eu não boto mais minhas
delicadas mãozinhas (nem de luvas!), pois se não há ratos vivendo nelas é porque
as cobras já os comeram.
Mas, meu amor, minha criança peralta, esta que você aprontou hoje de manhã
foi demais, não acha? Qualquer dia você põe fogo na casa. Onde já se viu alguém
que esqueceu de pagar a conta de gás (e esse alguém não sou eu), resolver fazer
café deixando um ridículo fiozinho de água fervente escapar por uma torneira
elétrica que pipocava, desesperadamente, clamando por um pouco mais de líquido
em sua sacrificada resistência.
Sabe, querido, não fique triste porque eu não estou brigando com você, apenas
estou pedindo, com todo o carinho, que você tome alguns pequenos cuidados para
tornar a nossa vidinha um pouco mais confortável. Por exemplo: na próxima vez
que você for fazer xixi, levante a tampa do vaso ou capriche um pouco mais na
mira. Se estiver difícil, simplesmente sente-se.
Um beijo da sua (assinatura)