Ao marinheiro
Meu querido (nome),
acho desnecessário dizer que estou com saudades e que vivo apreensiva em saber
como você está, em saber da sua saúde, do seu estado de espírito, e das
condições do mar, essa entidade tão misteriosa, por onde você navega, sempre tão
longe de mim.
Você sabe, não é, que Portugal é terra de grandes navegadores? Pois é, há uns
versos do grande poeta português Fernando Pessoa, em que ele fala da saudade
provocada pelo mar naqueles que ficam em terra. Os versos dizem mais ou menos
assim: "Ah, mar salgado! / Quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal!"
Pois bem, as lágrimas dedicadas à saudade que eu sinto de você são tão
sentidas quanto essas do poema, mas o meu consolo é saber que, por mais distante
fisicamente que você esteja, nossas almas estão sempre juntas...
Meu querido marinheiro, quem foi o malvado que te ensinou a navegar? Por que
você escolheu uma profissão que nos obriga a permanecer tanto tempo separados?
As vezes eu sonho que você está voltando.. imagino o seu navio entrando por esse
rio que passa aqui perto de casa, imagino você atracando aqui no meu portão...
Não sei exatamente em que ponto do oceano você está agora, mas tenha a
certeza de que eu estou contigo. Tenha a certeza de que eu penso em você todos
os dias, todas as horas, e não vejo a hora de te abraçar de novo, de te oferecer
os meus braços e o meu carinho.
Receba um beijo carinhoso da sua
(assinatura)