A uma universitária
(nome),
tenho que te contar uma coisa engraçada: sabia que eu quase morri por tua causa?
Pois bem, hoje cedo, quando chegavas à faculdade, eu ainda estava do outro lado
da avenida. Quando te vi, imediatamente saí do ar, fiquei completamente aéreo
como fico em todas as vezes que te vejo e quase atropelei um ônibus que vinha em
alta velocidade para aproveitar o sinal amarelo.
Esta sensação de alheamento do mundo é ainda mais forte de manhã cedinho,
pois eu nunca sei estou sonhando ou não, mas quando percebo que já saí da cama
há quase uma hora e descubro que o que trago nos braços é uma pilha de livros e
não um travesseiro, chego à conclusão de que não posso estar sonhando e que,
então, a tal distração só pode ser provocado por um certo poder inebriante que
possui e que finges não conhecer.
Olha, pequena, bela e elegante criaturinha, acho que estou apaixonado por ti,
pois eu nunca senti tanto prazer em acordar cedo para vir à escola, embora já
não consiga prestar atenção às aulas. Aceite de coração este bilhetinho, o
último drops de anis que eu tinha no bolso e me responda depressa: posso te
pagar uma Coca-Cola (mesmo que seja uma Coca-light) no intervalo? Por favor,
diga que sim, me dê uma chance para dizer-te pessoalmente que eu sou o seu maior
em todo este planeta.
Com carinho,
(assinatura)