Não fui indiscreto, acredite
Querida (nome),
Espero que você não rasgue esta cartinha antes de lê-la, porque quero
explicar exatamente o que aconteceu. Na verdade, escrevo-lhe para pedir
desculpas, apesar de, nesta história, eu ter sido tão vítima quanto você, pois
roubaram do meu bolso aquele bilhete que você me escreveu.
Juro que não foi culpa minha. Jamais deixaria que alguém lesse a sua mensagem
para mim, ainda mais sabendo que os meus amigos são muito crianças (se é que dá
para chamar de amigos uma turma assim...).
Quero que você saiba que o bilhete estava no meu bolso porque eu me sentia
muito feliz em perceber que você estava se desculpando comigo, o que é um grande
sinal de afeto e me deixava, além de feliz, também orgulhoso. Por isso ele
andava pra baixo e pra cima comigo, guardadinho com todo o carinho bem perto do
coração.
Gostaria muito que você acreditasse em mim, pois jamais ficaria por aí
espalhando o conteúdo de uma correspondência tão pessoal, tão íntima e tão cara
para mim. Não fui indiscreto, acredite. Acredite e me perdoe, porque você sabe
que eu te adoro e sou capaz de fazer qualquer coisa para que você volte a fazer
as pazes comigo e, quem sabe, talvez ainda seja capaz de deixar essa amizade
evoluir para algo maior e mais sério.
Minha querida, mais uma vez peço-lhe perdão e tenho a esperança profunda de
que você seja tão bela por dentro quanto é por fora e, assim, tenha a grandeza
(própria das princesas) de perdoar.
Aceite as desculpas e um beijo do
(assinatura)