Imóveis - As partes do edifício como o corpo humano
Engenheiros e arquitetos costumam dizer que as edificações
são erguidas à nossa imagem e semelhança. Ao nosso esqueleto corresponderiam as
estruturas; à musculatura, a alvenaria; à pele, os revestimentos; e ao sistema
circulatório, as instalações hidráulicas e elétricas.
E como nosso corpo, as construções, em certas circunstâncias, adoecem por
fatores internos (endógenos), externos (exógenos) ou ação da natureza. Os
primeiros decorrem de deficiências de projeto ou execução da obra, falhas de
utilização ou deterioração natural, pelo esgotamento de sua vida útil, estimada
em geral em 60 anos, ou seja, fatores inerentes ao próprio imóvel.
Os fatores externos são produzidos por ações voluntárias ou não de terceiros e
não previstos quando da construção. Finalmente, a ação da natureza se manifesta
em falhas decorrentes de forças não provocadas diretamente pela ação humana,
previsíveis ou não, e sobre as quais o homem não tem controle.
O estudo dessas falhas construtivas é feito pela Patologia das Construções que,
segundo especialistas da Escola Politécnica da USP, analisa "as origens, causas,
mecanismos de ocorrência, manifestações e conseqüências das situações em que os
edifícios ou suas partes apresentem um desempenho abaixo do mínimo
pré-estabelecido".
Esse mínimo é a eficiência e durabilidade de materiais e técnicas necessárias
para assegurar a vida útil da edificação e estão prescritas em leis (normas)
próprias de fabricação, manipulação, aplicação e testes de resistência. Tal
desempenho, previsivelmente, costuma decair ao longo do tempo, requerendo
manutenções periódicas para restabelecer o nível satisfatório e obrigando a
custosas reparações.
É possível estabelecer o possível roteiro de diagnóstico e conduta, quando se
trata de patologias das edificações, à semelhança da medicina:
1. Vistoria do local e possível diagnóstico - Anamnese e diagnóstico - Exames
complementares e diagnóstico - Pesquisa
2. Diagnóstico: Origens, Causas e Mecanismos de Ocorrência - Alternativas de
Intervenção
3. Definição da Conduta - Pesquisa da Terapia - Seleção dos Materiais - Execução
- Avaliação - Registro do Caso.
Segundo os especialistas, 70% das anomalias poderão ser prevenidas, entendidas,
diagnosticadas e corrigidas por engenheiros civis e arquitetos habilitados. Os
outros 30% demandarão recurso a profissionais especializados e treinados.
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