Quando se realiza um processo de recrutamento e seleção, os candidatos passam
por várias etapas para que sejam avaliadas suas competências técnicas e
comportamentais. Isso é perfeitamente compreensível, afinal, a empresa
contratante espera que o profissional recém-contratado atenda às suas
expectativas e agregue valor ao negócio. Dentro desse contexto, os
selecionadores aplicam testes, realizam entrevistas e, inclusive, dinâmicas de
grupo. Essa última atividade tem sido alvo de questões polêmicas, pois
dependendo da forma como é conduzida pode não ser vista com "bons olhos", seja
pelos profissionais ou a própria organização. Abaixo, seguem algumas sugestões
que podem fortalecer a credibilidade dessas metodologias aplicadas tanto em
processos de R&S quanto para trabalhar questões relacionadas ao dia-a-dia
organizacional como, por exemplo, estímulo ao trabalho em equipe e gestão de
conflitos.
1 - A dinâmica de grupo é uma ferramenta valiosa para a
Gestão de Pessoas. Por esse motivo, quem a aplica deve estar preparado para
conduzir os trabalhos e isso requer que o facilitador mantenha-se atualizado:
faça cursos, leia sobre as tendências relacionadas às dinâmicas.
2 - O local para a condução da dinâmica deve ser adequado
com as atividades que serão realizadas. Imagine um grupo de candidatos
participando de atividades em uma seleção, onde a porta da sala em que se
encontram esteja aberta. Se o local tiver um fluxo razoável de pessoas, não
faltará um curioso para dar uma "paradinha" e ver o que está acontecendo. Isso
desviará a atenção tanto dos participantes quanto dos candidatos, comprometendo
os resultados da atividade.
3 - Ao escolher uma dinâmica para ser aplicada, seja em um
processo seletivo ou em algum trabalho específico da empresa, leve em
consideração a reação de quem participará das atividades. Tenha o foco voltado
para seu público-alvo. Não são raros os casos em que as pessoas se sentem
constrangidas com situações mais condizentes a uma festinha de crianças.
4 - Quando a dinâmica de grupo for selecionada para
determinada finalidade, verifique se haverá material necessário e suficiente
para todos os participantes. Isso evitará correria para suprir as necessidades
das atividades. Não custa fazer um check-list com todos os recursos
necessários à sua aplicação.
5 - Outro fato relevante: se o facilitador marcou um horário
para realizar as atividades, deve chegar com antecedência ao local para preparar
o material que será utilizado com calma e receber os participantes. Essa é uma
questão de respeito e as pessoas se sentirão valorizadas.
6 - No início da atividade, explique às pessoas que
participarão da dinâmica as fases do processo e o motivo delas estarem
participando daquele processo. Isso mostrará que a dinâmica não é uma
brincadeira, mas sim uma atividade que agrega valor à Gestão de Pessoas.
7 - Depois que a condução das atividades for apresentada ao
grupo, o facilitador pode perguntar se algum dos participantes tem alguma dúvida
sobre como a dinâmica será realizada. Isso evitará que alguém argumente que não
entendeu o que seria realizado e comprometa o andamento e o resultado dos
trabalhos.
8 - A dinâmica de grupo deve estar próxima à realidade
organizacional, pois os participantes revelarão comportamentos que podem se
tornar um diferencial para a empresa. Seja em um processo seletivo ou não, os
participantes devem "sentir" o momento que vivenciam.
9 - O facilitador deve ficar sempre atento às respostas
dadas pelas pessoas que participam da dinâmica. Por isso, um bloco de notas
discreto e uma caneta certamente serão bons aliados, pois as anotações devem
registrar fatos relevantes ao momento e à proposta da atividade.
10 - Caso a dinâmica seja realizada para trabalhar questões
relacionadas a conflitos, trabalho em equipe, estímulo à comunicação,
criatividade, processo decisório, entre outros, se as atividades forem
conduzidas por um facilitador terceirizado, a área de RH deve procurar
informações sobre esse profissional. Contratar alguém completamente
"desconhecido" é um risco que pode levar à falta de credibilidade de quem
apresentou a proposta à organização.