Carreira / Emprego - Líderes menos arrongantes facilitam o trabalho das equipes
O sucesso no mundo corporativo é muitas vezes atribuído à genialidade de
grandes empreendedores. Bill Gates, na Microsoft, Jack Welch, na GE, entre
outros ícones, são aclamados pelas conquistas fantásticas obtidas à frente de
organizações transformadas em referência ao longo de suas gestões. Por maiores
que sejam as competências dos líderes, no entanto, é simplesmente inconcebível
imaginar que empresas globais, ou mesmo aquelas atuantes em mercado mais
regionalizados, obtenham resultados extraordinários em virtude da competência de
um único homem.
O próprio Welch, no livro "Jack Definitivo: Segredos do Executivo do Século",
cita entre os elementos que lhe permitiram fazer a virada da GE um grande
esforço sobre um fator fundamental: a construção de equipes alinhadas à cultura
da organização e comprometidas com a concretização dos objetivos traçados pela
cúpula da empresa. Nesse processo, cada organização adota ações e projetos
diferenciados, porém é possível identificar os elementos centrais das
estratégias bem-sucedidas.
O primeiro passo é o compromisso da liderança com a estruturação de equipes
cujas competências de seus integrantes sejam complementares. O foco não está nas
características individuais das pessoas do grupo. A estruturação de cada time
pode ser feita com homens, mulheres, jovens ou profissionais experientes, desde
que a soma das aptidões forme um quadro de sucesso. Nesse processo, a atenção
deve ser constantemente voltada à necessidade de preenchimento de lacunas de
competências observadas em cada grupo. Quando esgotadas as análises de que não
existe dentro da própria equipe um elemento que possa atender às exigências de
uma determinada função, vale, inclusive, avaliar a possibilidade de buscar
talentos na concorrência, com o cuidado de manter o alinhamento da equipe com a
cultura corporativa.
Pesquisas realizadas pelas Universidades de Harvard e Stanford na década de 1990
demonstram que a cultura de uma empresa, entendida como a forma pela qual as
pessoas compartilham costumes, crenças, idéias e regras em uma corporação, pode
ser gerenciada, com o objetivo de elevar o desempenho da organização. Culturas
de alto desempenho, como as observadas na própria Microsoft, no Google e em
outras entidades, são construídas com base em um relacionamento próximo e de
informalidade entre todos os profissionais.
Nesse tipo de ambiente, propício às novas idéias e à criatividade, prevalecem o
respeito e o profissionalismo. Aliado a esse bom ambiente de trabalho, no
entanto, é preciso estabelecer práticas de mensuração e métricas capazes de
assegurar a valorização dos talentos. O mecanismo de reconhecimento ao mérito de
cada profissional pela capacidade de assegurar bons resultados aos acionistas é
uma ferramenta importante para o desenvolvimento contínuo dos colaboradores. Não
se trata de uma tarefa fácil, pois o processo de motivação e busca pela
superação de resultados coloca sobre o líder a responsabilidade de manter o
grupo empenhado e comprometido com as estratégias traçadas.
Muitas vezes, o mau resultado da empresa não é conseqüência da atuação de suas
equipes, mas, principalmente, da incapacidade do líder de servir, de motivar e
de desenvolver os talentos da organização. Nesse processo, uma comunicação
clara, transparente e direta da cúpula com os colaboradores é um dos fatores
essenciais. A arrogância e a adoção de atitudes próprias de alguém que se julga
dono da verdade estão muito longe das exigências impostas ao líder de sucesso,
mais alinhado, hoje, com a postura de um facilitador para a atuação de seus
liderados do que a de alguém a ser servido por toda a corporação.
Referência:
anefac.com.br
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