Com o aumento exponencial do desemprego verificado atualmente no nosso país,
temos de ter uma preocupação ainda maior de formar os nossos jovens de modo a
que consigam lidar com este panorama e fazer face aos desafios que os esperam no
mundo do trabalho.
A velha idéia de que poderá existir um único emprego ou profissão para toda a
vida, tal como acontecia há não muito pouco tempo, já não faz mais sentido nos
tempos que correm. O sentido de carreira linear e progressiva numa determinada
profissão anteriormente existente na maioria dos casos, tem de ser abandonada
pelos nossos jovens e compreendida pelos seus pais/ família, com o risco de se
aumentarem as conseqüências e impacto negativos.
De fato e segundo Rui Moura (1996, In Revista Dirigir), “a segurança do
emprego típica de uma sociedade industrial, deixa cada vez mais de ter lugar no
sentido estrito da palavra.
Então que fazer para lidar com todos estes problemas do nosso contexto
social? Que competências são exigidas pelos nossos empregadores do mercado de
trabalho atual?
Antes de mais, devemos ter consciência destas situações e por outro lado,
procurar construir não só um projeto de vida, mas preparar-nos para a sua
redefinição constante e por outro, procurar alargar, sempre que possível, o
nosso leque de competências pessoais, sociais e profissionais. “A sociedade
mudou e hoje, no limiar da sociedade da informação, a segurança faz-se sobretudo
de competências múltiplas, isto é, o emprego não está à espera de ninguém- ele
constrói-se por cada qual numa abordagem contingencial ao mercado.”(Moura, 1996,
Revista Dirigir).
Assim, devemos investir numa formação que se adéqüe às exigências dos
possíveis empregadores, com uma estreita colaboração na definição de perfis
profissionais atuais e futuros.
E quais serão as exigências atuais do mundo do trabalho?
Nos tempos que correm e em termos globais, a maioria das empresas valoriza um
conjunto de competências que vão para além das competências técnicas, mas
essencialmente ao nível pessoal e social. Portanto, há que evoluir ao nível
também pessoal, valorizando:
-
O
desenvolvimento de um pensamento flexível;
-
O contacto
com todas as oportunidades de atividades profissionais ou lúdicas/ tempos
livres;
-
A alteração
de funções como uma oportunidade, ao invés de uma ameaça;
-
O
desenvolvimento das diferentes áreas da inteligência (emocional, cognitiva,
…);
-
As
oportunidades de formação que correspondem aos interesses e projetos
vocacionais;
-
A preparação
para a transição de atividade profissional;
-
O
desenvolvimento da autonomia, capacidade de iniciativa, facilidade
relacional e comunicativa, capacidade de resolução de problemas, capacidade
de trabalho em equipa, criatividade.
Finalmente, cada vez mais caminha-se para a polivalência dos trabalhadores e
a necessária humildade na aprendizagem de novas competências, exigências atuais
que permitem aos indivíduos que as possuem, vingar mais facilmente no mercado de
trabalho.