Resultado de competitividade sem fim, as pessoas estão a cada dia que passa
acumulando doenças psicológicas. Cobranças frenéticas que vêm do trabalho, do
chefe, do lar, dos filhos, da escola, dos amigos, e o resultado disso é que as
pessoas vão acumulando, no decorrer do tempo, aquilo que se denomina “lixo
interior” que, em outras palavras, pode ser sinônimo de sentimento de raiva,
amargura, vingança e inveja.
Esses sentimentos só aguçam as pessoas a ver o lado ruim das coisas e a
intensificá-los ao máximo. Isso faz com que só falem do que é negativo na vida,
sem que ao menos possam perceber que o ato de reclamar virou prazer.
Não é raro, em nosso dia-a-dia, depararmos com pessoas amargas, mal
humoradas, com olhos fundos e sem brilho, que fazem os outros, sem saber o
porquê, se afastarem delas. Afinal, todos nós temos problemas, porém devemos
administrá-los da melhor maneira possível, sem que, para isso, precisemos
agredir o próximo. Esta agressão, embora não seja verbal, não deixa de ser
psicológica e que, por isso, transmite uma espécie de ondas negativas.
O pior de tudo é que pessoas assim acabam se afastando do trabalho com
sintomas de doenças psíquicas, com sensação de ansiedade e depressão. E esse
afastamento só piora um quadro que já é grave, pois aumenta a sensação de
incredulidade, de incapacidade e de solidão.
Se pararmos para pensar, podemos observar o mal que sentimentos negativos e
mesquinhos acarretam a quem os sente e a quem os recebe. O orgulho é tão
permissivo que conduz o indivíduo ao isolamento social; a inveja é sinônimo de
pobreza de espírito, que só leva a pessoa ao sofrimento pela sensação que tem de
incapacidade (e na verdade não é nada disso – ele pode, se quiser). Todo ser
humano amargurado vive com a alma em prantos e, quando isso cria raízes no
coração, produz ressentimento e tristeza que acarreta um olhar que perde o
brilho, o sentido da vida e do mundo.
O ódio é prejudicial e desnecessário à vida e quanto mais é alimentado, menos
chance de felicidade terá quem o sente e o cultiva. Nós não nascemos para
cultivar sentimentos negativos, o que negaria nossa humanidade. Nos tornamos
assim - talvez em decorrência das cobranças sem limites que fazemos a nós
mesmos, das preocupações excessivas -, e o que é pior, às vezes não percebemos
que todos esses sentimentos tomaram conta de nós.
Viver bem é nosso desafio. Devemos nos preocupar e cuidar da nossa vida
interior, eliminando o lixo e as agruras da alma, pois se assim não o fizermos,
exterminaremos sem que possamos perceber, nosso sentimento mais puro e belo que
se traduz no amor, na sensação gostosa de ter e de ser, de vibrar com as coisas
boas da vida e de sentir boas emoções. Sem isso, deforma-se nosso ser, que perde
a vontade de existir.
Nesse contexto, devemos reavaliar nossas atitudes frente às situações com as
quais nos deparamos no nosso dia-a-dia. Será que estamos conseguindo dar toque
mágico em nossa vida? Será que a alegria de viver depende de coisas materiais ou
ela está dentro de nós?
Se você acha que enfrenta essa fase, faça um inventário psicológico e pense
em sua maior missão aqui na Terra – a de viver e a de transformar esse ato
sagrado em prazer. Essa reflexão nos remete a mudança de paradigma em relação ao
modo de ver, sentir e enxergar as coisas. Que tal praticarmos esse exercício?
Sempre que se deparar com pensamentos que julgar indesejados, procure desviá-los
e pensar outra coisa boa no lugar, assim, os pensamentos,
comportamentos e atitudes que podem transformar sua vida em tristeza constante,
são automaticamente substituídos, cedendo lugar à energia positiva.
A partir do momento em que você descobrir que viver é sonhar, é
sentir, é agir, e que viver é um dom que - se bem aperfeiçoado -
expande-se de forma que você sinta e valorize o prazer de estar vivo, tudo à sua
volta será transformado, porque, no fundo, nós vemos aquilo que queremos ver.
Essa é uma das formas de você se livrar das doenças psicológicas,
transformando suas ações e reações em ondas que transmitem energias positivas
tanto para você, quanto para as pessoas à sua volta. Tente, experimente,
acredite mais no ser que você é. Só assim, você reciclará o lixo interior,
cedendo lugar à magia de viver!