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Carreira / Emprego - O lado positivo de usar emprego como "trampolim" 

Data: 05/08/2009

 
 

A tática é bastante usada no mercado de trabalho, embora não fique explícita: alguns profissionais aceitam um emprego como "trampolim". Isso significa ocupar por alguns meses a vaga para depois conseguir algo que realmente deseja.

Mas a tática tem seu lado positivo e negativo, o que deve ser levado em consideração. De acordo com a consultora comportamental e financeira Suyen Miranda, de qualquer maneira, é importante ocupar uma posição no mercado de trabalho, mesmo que não seja aquilo que se pretende fazer pelo restante da vida.

"Se a situação de desemprego está causando desconforto, indico que pegue a vaga de emprego", disse a consultora para aquelas pessoas que se sentem incomodadas porque estão sem uma colocação. Porém, nestes casos, existe a armadilha de, ao conquistar o cargo, se acomodar e não ir em busca daquilo que realmente deseja, o que pode causar frustrações no futuro.

Perigo é a acomodação
Suyen afirmou que é melhor aceitar empregos e usá-los de "trampolim" do que ficar acomodado em uma vaga. Hoje, o mercado de trabalho já não dá tanta importância quanto no passado para um profissional que muda com certa frequência de emprego. Não se tem mais aquela impressão de que a pessoa tem de passar toda a vida em uma empresa.

O fato de o mercado valorizar um profissional que tenha formação eclética, por exemplo, incentiva as pessoas a passarem por diversas experiências no mercado de trabalho, mesmo que não tenham ligação com o que desejam. "O Caco Barcellos, por exemplo, já foi motorista de táxi, e ganhou muito conhecimento por causa disso", exemplificou.

Além disso, o emprego que é um "trampolim" pode ajudar em âmbito financeiro. Às vezes, ele remunera melhor do que aquela vaga que se pretende ocupar no mercado de trabalho. Enquanto estiver nele, a orientação da consultora é que se faça uma poupança, para poder se adaptar ao mudar de emprego e ver sua renda cair.

"Trampolim" que vira sonho
Ao usar a tática do "trampolim" a pessoa ainda pode identificar uma atividade que realmente gosta de fazer. Por isso não é indicado colocar para a empresa que pretende ficar pouco tempo. Mesmo porque a companhia pode não querer contratá-lo, já que o processo de seleção envolve custos altos, bem como o desligamento de um profissional.

Olhando dessa forma, usar um emprego como "trampolim" não é antiético, já que você está dando uma oportunidade para verificar se gosta daquela atividade, por exemplo. Agora, assumir o cargo e deixar a empresa "na mão" quando ela mais precisa pode fazer com que o profissional fique com uma imagem negativa na empresa.

Suyen indica que o profissional fique um tempo mínimo de seis meses na empresa, para poder aproveitar o conhecimento que ela pode lhe dar.

Experientes x jovens
De acordo com Suyen, antes de entrar na faculdade, é comum encontrar um emprego para "tapar um buraco", seja uma vontade de trabalhar, seja a necessidade de juntar dinheiro. Porém, quando o jovem entra na faculdade, ele tem a vontade de atuar com aquilo que vê na teoria, nas aulas. Já as pessoas com mais responsabilidades financeiras e familiares são guiadas pelo salário e, por isso, topam ocupar uma vaga que não tenha tanta relação com o que gostam. Desta maneira, um emprego que não tem nada a ver com a área de formação é usado como "trampolim".

Mas algumas pessoas querem subir em sua área de formação e trabalham em empresas pequenas para depois ocupar uma vaga naquela sonhada grande companhia. Isso é bastante comum entre jovens que querem subir na vida profissional e que têm o respaldo da família quando o assunto é dinheiro.

Na hora de dizer "tchau"
Seja qual for a sua intenção ao ocupar uma vaga no mercado de trabalho, o fato é que é preciso tomar cuidado quando pedir demissão. "Tem de mostrar que foi uma boa oportunidade de aprendizado, minimizar contratempos e deixar as portas abertas", disse Suyen.

Além disso, por mais que tenha em mente que vai ficar pouco tempo na empresa, dê sempre o seu melhor, para não deixar impressões negativas para trás.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Flávia Furlan Nunes
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