Dentro das empresas, eles têm o respeito dos colegas, a empatia de todos e
influenciam diretamente a opinião e até mesmo o trabalho dos outros. Estes
profissionais não têm cargos de chefia, mas são reconhecidos por serem líderes
informais.
Para o diretor de relações trabalhistas da ABRH-SP (Associação Brasileira de
Recursos Humanos), da Regional de Campinas, Samir Salomé, ter um líder informal
no ambiente de trabalho pode ser tanto positivo como negativo. O que irá
determinar é o comportamento deste profissional.
Se o líder informal estiver alinhado com os valores e o pensamento da
empresa, suas atitudes e liderança serão boas para o empregador. Já se ele andar
em um caminho oposto, sua liderança pode ser vista como algo ruim, podendo até
mesmo gerar conflitos e problemas para a empresa.
“Ele tem de ter limite. Ele não pode achar que é o líder formal e confundir
as coisas. Mas ele é visto como algo positivo, quando facilita o processo que o
líder formal já traçou. O melhor conselho para o líder formal é que ele oriente
o informal”, aconselha.
Reconhecimento
O professor do núcleo de gestão de pessoas da ESPM (Escola Superior de
Propaganda e Marketing), Gilberto Cavicchioli, acredita que a diferença entre o
líder formal e informal é que o primeiro foi designado pela empresa para
chefiar, enquanto o segundo foi escolhido indiretamente pelos outros
profissionais.
“O líder informal é reconhecido pelos pares. Muitas vezes, ele entende melhor
a situação dos colegas do que o líder formal, porque ele está próximo. Eles
almoçam juntos e pegam até a mesma condução. Ele sabe falar a linguagem dos
colegas”, diz.
Ele acrescenta que o líder formal tem de reconhecer o informal e,
principalmente, considerar a opinião do profissional que exerce influência sobre
os outros. “Caso contrário, fica cada um puxando para um lado da corda”.
Competências técnicas
Na opinião de ambos os especialistas, o líder informal tem grandes chances
de se tornar líder formal no futuro. Entretanto, Salomé ressalta que não basta
ter somente um comportamento de liderança, é necessário ter competências
técnicas.
“Não basta somente ter liderança, é preciso conciliar com a parte técnica.
Juntando os dois, provavelmente, a própria empresa reconhecerá este
profissional”, finaliza.