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Negócios / Empreendedorismo - Empreender e inovar: uma decisão difícil, mas viável 

Data: 08/10/2008

 
 
Ouve-se, com freqüência, o comentário de que o brasileiro é um empreendedor nato. Em poucos países do mundo, existiria tanta gente com a disposição e o entusiasmo para lançar seu próprio negócio. Mesmo assim, dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que 56% dos novos negócios fecham as portas antes de completar três anos de vida. O que há de errado, então?

A resposta óbvia é a de que nem sempre a empreitada é bem lançada. Abrir um negócio próprio, empreender, não deve ser algo para o qual se foi empurrado por uma situação extrema, como quando se perde o emprego e não há perspectivas de outro no horizonte. Como tantas coisas na vida, empreender tem o momento certo. E, especialmente, deve-se estar bem preparado para enfrentar os desafios que, inevitavelmente, surgirão.

O objetivo, aqui, é o de alertar. Acho o empreendedorismo um elemento importantíssimo para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. Mais do que isso. É algo essencial para o crescimento do país. O que defendo é a conscientização plena do candidato a empresário para a necessidade de conhecer e estar preparado para os obstáculos existentes em sua nova carreira.

Para isso, não basta apenas olhar para o mercado. Estar capacitado para enfrentar esses desafios exige uma habilidade mais poderosa do que os nossos cinco sentidos, que é a consciência. Cada pessoa tem a sua percepção de quais são as suas possibilidades em um empreendimento. Ser bem-sucedido é ter consciência dos caminhos para a realização (sejam eles bons ou ruins). Assim, o candidato a empresário pode definir quais são as áreas que ele deve continuar progredindo e quais são os setores que ele tem que desenvolver para conquistar seu objetivo dentro do mercado.

Abrir a própria empresa equivale a expor-se a riscos. Os perigos e os desafios vão aparecer diariamente, queiramos ou não. A escolha da área na qual o empreendedor vai investir seus esforços é apenas parte desse processo. Há quem tome a decisão pensando apenas no potencial de lucro do investimento. Não é o correto. É preciso também pensar em algo que a pessoa goste de fazer. A motivação e o entusiasmo não devem cessar, nunca.

Nem tudo precisa ser intuitivo nas avaliações do empreendedor. Hoje já existem ferramentas que o auxiliam a determinar suas tendências e preferências de trabalho. O Team Management Profile (TMP), por exemplo, separa perfis de profissionais com relação a oito características básicas. Essas características são:

- a promoção, a maneira como o interessado vende suas idéias para outras pessoas;
- o desenvolvimento, o jeito como molda e estrutura os conceitos;
- a organização, a forma como se planejam as ações para serem realizadas e como se encaminham as idéias para a concretização;
- a produção, ou a reunião de esforços para alcançar resultados;
- a inspeção, ou como verificar as atividades para que não ocorram erros nos processos;
- a manutenção, ou estabelecimento de padrões para sustentar a eficiência do trabalho;
- a consultoria, ou formas de obter e receber informações;
- a inovação, o empenho em sempre procurar melhorar a forma como as coisas são feitas.

Empreendedores são desejavelmente pessoas observadoras, criativas, otimistas, que transformam em realidade ações que muitas vezes nem tinham sido pensadas. É importante sublinhar, também, as condições específicas do Brasil, um país grande e diversificado, onde sempre surgem oportunidades. Para aproveitá-las, é fundamental estar atento a novas tendências.

Uma pessoa que aprecio muito, João Fernandes, presidente de uma empresa de sucesso no ramo da construção do Rio de Janeiro, a Cofix, costuma dizer que empreendedorismo não se aprende na escola. “A pessoa já nasce com esta ambição”, repete ele. João nem sabe quando a intenção de criar algo diferente se cristalizou dentro dele, mas lembra que quando tinha cinco anos, ganhou dos pais uma caixa de lápis de cor. No dia seguinte, estava no quintal, espetando os lápis na terra. Queria que nascessem árvores coloridas.

O conselho que João dá a quem está começando é nunca desistir. Há adversidades sobre as quais ele não tem controle, como períodos de inflação e estagnação na economia. “Ações negativas não ajudam ninguém a corrigir os rumos. O líder deve ter visão de longo prazo, pensar rápido, ter flexibilidade”, conta. “Ser transparente, ter foco nas inovações, ser criativo e ter paixão pelo que faz”, acrescenta.

Ele continua: “Atualizar-se sempre, deixar de ser sonhador para ser um realizador de sonhos, ser disciplinado e disciplinador, acreditar que velhos caminhos levam sempre aos mesmos lugares e ter em mente que precisa gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais, assumir hoje posições com quais será possível ter condições de sobrevivência amanhã”.

Muitas pessoas querem começar um negócio, mas nunca se aventuram. Outras se lançam em planos sem base e logo desistem. Há ainda os que, com medo, preferem não se arriscar. Nenhuma dessas posições é boa. O grande desafio é desenvolver a capacidade de acreditar em si mesmo e, ao mesmo tempo, ter humildade para não se superestimar e ouvir opiniões de quem tem conhecimento e experiência.

Há ocasiões, sem dúvida, em que o melhor é ser orientado. Nada é demais nessa hora. O sucesso do negócio depende de se estar bem preparado, não só profissionalmente, mas também de maneira emocional e intelectual. Atualizar-se constantemente, inclusive recorrendo a treinamentos adequados, pode ser o caminho. Com isso, o candidato a empreendedor terá mais informações para tomar decisões e encarar o novo desafio, além de encaminhar-se, com mais segurança, para o sucesso.



 
Referência: rh.com
Autor: Adriana Fellipelli
Aprenda mais !!!
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