Um dos momentos mais críticos e importantes de uma carreira é quando o
profissional decide mudar de área. As razões são muitas: por ter descoberto sua
real vocação, por querer ter uma carreira mais abrangente que o leve a uma
gerência geral, por não se sentir progredindo numa área funcional, por exemplo
tecnologia da informação ou recursos humanos, ou até mesmo para procurar novos
desafios intelectuais.
Se esse é o seu caso, vão aqui algumas recomendações. Essa mudança, em geral,
deve ser feita na empresa onde você está trabalhando. É muito difícil mudar de
área de atuação e de emprego ao mesmo tempo. O pior é que uma dupla mudança
implica muitas vezes você ter de pagar um pedágio, ou seja, ter de aceitar uma
remuneração menor, para justificar o investimento e o risco que a empresa está
correndo em colocá-lo numa área em que ainda não atuou.
Vejamos como conduzir o processo internamente. Em primeiro lugar, você precisa
ter todas as informações disponíveis sobre a área em que quer atuar. E essas são
informações que você precisar ter direto da fonte. Procure os colegas da
área-foco, pergunte sobre os principais desafios, o estilo de gestão das
chefias, os planos futuros e preste atenção no 'tipo' de profissional que
naquela área é considerado de alta performance. As mudanças de carreira, em
geral, são de áreas funcionais para áreas de negócio.O profissional sente que
precisa estar mais perto do cliente, mais ligado diretamente ao resultado. Um
aspecto importante, portanto, é o autoconhecimento e também os registros de
avaliação de desempenho existentes na empresa. É aí que estão os principais
argumentos para conquistar a mudança. O segundo passo é você ter o apoio das
chefias das áreas para as quais você quer se mudar. Aí é mesmo um processo
político (do bem) de formar alianças e parcerias. Seus colegas é que deverão ser
os seus parceiros para que você possa se fazer conhecer por aqueles que poderão
lhe fazer o convite.
Mas muito cuidado! Não converse com nenhum dos 'potenciais futuros chefes' sem
falar com o seu chefe primeiro. Essa é uma conversa muito delicada. Não é hora
de falar de nenhuma insatisfação passada. É hora de falar somente de futuro, de
seu plano pessoal, de sua vocação e de seus objetivos. O que você precisa pedir
é apoio e garantir que fechará os ciclos que estiverem abertos.O processo
político (do bem) é delicado porque mexe com poder e com sentimentos. É uma
combinação explosiva que você precisa trabalhar com todo o cuidado e
integridade. É por isso que a decisão tem de estar bem madura, pois a negociação
da mudança quando começa, em geral, é irreversível.