Vendas - Frases e Abordagens Proibidas em Vendas
Existe uma série de frases que tiram o poder de determinação da venda do
profissional e fazem com que a sua taxa de fechamentos decresça. Eu ajustei os
conceitos para fazerem sentido em nossa realidade. Também selecionei os exemplos
interessantes:
Confie em Mim! Mandar as pessoas confiar em um vendedor
é como querer aceitar o cinismo subliminar sob o sorriso que diz: seja um
completo idiota e transfira o seu dinheiro para mim agora. A confiança é um dos
dois conceitos que por característica, quanto mais se pede a alguém, mais as
pessoas se esquivam. Confiança – como o Amor – não pode ser solicitado com
eficácia. Embora seja abundante e pleno, tem que ser conquistado para ser
considerado genuíno e duradouro. Além disso é prerrogativa do consumidor decidir
em quem, como e quanto confiar! O marketing erra neste ponto. O simples pedido
de confiança criará obstáculos para o vendedor realizar o pedido e isto inclui
variações do tema, como: Acredite em mim, Acredite quando eu falo, Vai por mim
etc.
Sou seu Amigo. É algo tentador para o profissional de
vendas pensar que está frente a um novo amigo, na figura do comprador, após
quinze minutos de identificação de interesses, experiências e – até paixões
mútuas. Pescar, futebol ou até do mercado que se está atuando, enfim, podemos
ter muitas coisas em comum com desconhecidos. Sem embargo, muitos vendedores
também confundem simpatia (rapport) com amizade. Os dois não são iguais. Mesmo
relações se dão em níveis distintos ou somente em certos aspectos. A amizade
toma tempo, energia e um bom grau de dedicação – às vezes até sacrifício para
efetivar-se. A amizade pode até ser um facilitador de qualquer tensão dentro do
processo de vendas, mas ultrapassar as fronteiras do relacionamento é uma
espécie de sobre-amizade, uma invasão. Abusar desta perspectiva ou querer
passar-se por tal pode levar a uma instância de ressentimento nas mentes dos
consumidores.
Ninguém vende mais barato do que nós. Ninguém?
Primeiramente, o mundo é um lugar grande com milhares de empresas e pessoas que
vendem coisas muito similares a que você tem. Talvez melhores e com maior valor
agregado de serviços ou facilidades. Se você realmente tiver o preço mais baixo
do mundo e puder fazer o negócio legalmente e ainda ter lucro, porque
desperdiçar tempo com esta abordagem um-para-um? Coloque um destaque no seu
website, propague e massifique as vendas. Depois, outro problema com estas
assertivas barateiras é, no longo prazo, provocar o ceticismo de seus
compradores (veja só o exemplo das conhecidas redes de varejo, anunciando
descontos de até 70% todos os dias na TV. Alguém sabe se isto é verdade? Claro
que não, além do mais ninguém pode enganar a todos por todo o tempo. Tática
desgastada e irritante). Uma aproximação mais satisfatória seria mostrar o valor
do produto, do serviço, ou da idéia. O valor faz parte do exame - na integridade
da experiência do cliente – junto com: serviço, confiabilidade, índice de
qualidade, univocidade, desejabilidade, atendimento, verdadeiros dados imediatos
para o cliente decidir comprar. Promover o valor antes do preço é uma estratégia
sólida como rocha para o sucesso a longo prazo.
Nós somos os melhores! Muito bem: talvez existam algumas
poucas situações onde isto seja possível de se aproximar da realidade. Não vamos
desprezar o poder do pensamento otimista e da confiança. Mas a verdade é: os
consumidores aprenderam que 99% dos vendedores dizem possuir o que se está
procurando, ou ter um similar. Portanto, isto significa que estão mentindo
descaradamente para fazer você comprar. Uma frase como esta aciona o
desconfiômetro do cliente, fazendo-o desistir da compra. Cuidado! O melhor,
assim como a beleza, está no olho do comprador (que vê) - não na pessoa do
vendedor.
Nunca e Sempre: Esta dupla está no mesmo patamar
movediço do item anterior sobre o melhor: Soam como perfeito exagero e são
percebidos como ações de esticar ou encolher a verdade. Por exemplo, qual o grau
de confiança entre estas duas declarações: “Nós sempre oferecemos serviços de
qualidade” ou “Nossos entregadores nunca se atrasam”. As pessoas simplesmente
não apreendem o sempre ou o nunca com seus valores de face. É uma metáfora
morta, uma catacrese, como dizer o pé da mesa. Sabemos que isto não corresponde
senão a uma aproximação e a relativizamos. De fato, ninguém em sã consciência
pode admitir um absoluto em termos práticos: sempre significa eternamente e
nunca também é algo que não pode ocorrer. Assim, de tanto abuso, estas palavras
acabaram se tornarnando sinônimos de frequentemente e ocasionalmente e acabam
sofrendo inversões. Por exemplo, se alguém disser “eu nunca mentiria” será
imediatamente percebido como uma mentira e reinterpretada da seguinte forma:
“ele mente ocasionalmente”.
O que você precisa é… Esta é realmente uma boa frase
para usa depois que os níveis de simpatia e confiança se tenham sedimentado. Mas
pode ser apenas uma presunção apressada do vendedor, já que ele não terá que
conviver com aquilo que vende. O comprador sim. Uma vez um vendedor desconhecido
se aproximou de mim e disse: “Este computador é o que você precisa, se fosse
você não perderia a oportunidade”. Ora, ele sequer fez perguntas! Não
estabeleceu nenhuma relação de simpatia (rapport) ou confiança. Como poderia
saber o que eu desejava, precisava ou que tipo de consumidor era? Mesmo que ele
tivesse chutado a verdade eu não liguei a mínima para o que ele pensava ou
dizia. Então, escutei, aprendi algumas coisas sobre o produto e me dirigi para a
loja ao lado, onde efetuei minha compra.
Isto é perfeito para qualquer um! Eis outra indicação
difícil de aceitar como verdade (investir na Bolsa é perfeito para todo mundo?)
Antes de adicionar esta frase na lista, nos esforçamos para pensar em um produto
ou serviço que fosse idealmente perfeito para todos. O mais próximo que
conseguimos chegar foi supor que você vendesse água mineral. Mas então,
pensamos: Se o tipo de água que você vende é perfeita para todos, porque existe
tanta competição? A mera existência de árdua competição não indica por si só,
que para alguns consumidores outros tipos de água são melhores para eles? Aliás,
qual produto ou serviço não tem competição? Isto é uma condição fundante ou
fundada: a competição existe pela diversidade de consumidores ou a diversidade
de produtos gera tipos diferentes de consumidores? Boa questão filosófica! Sei
que você não deve vender água, mas a substitua pelo seu produto ou serviço e
releia o texto.
Enfim, vejam só como pequenas discursividades podem causar efeitos negativos.
Outras frases e posturas também criam nuvens de vapor tóxico ao redor do
consumidor. Não importa a boa vontade do profissional de vendas, para quem ouve
o questionamento é iminente. E não se trará de apenas “objeções”, mas formação
imediata de rejeição.
Portanto, faça as coisas darem certo logo de início e procure vender melhor e
não vender arduamente. Aliás, esta técnica vale para outras situações: Esforço
pode ser desnecessário quando se tem uma atitude inteligente. Pense nisto!
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