Imóveis - Condomínio: Quanto vale ?
Apesar de ser uma prática comum entre síndicos e moradores de edifícios,
comparar valores de condomínio não é a melhor alternativa para descobrir se o
preço pago é justo ou não. Isso porque cada edifício possui peculiaridades que
podem baratear ou encarecer sensivelmente a taxa, sendo que muitas delas não
podem ser aplicadas de um prédio para outro.
Qualquer análise séria deve começar pelo número de apartamentos de um edifício.
A regra é inversamente proporcional: quanto maior for o número de unidades,
menor tende a ser a taxa condominial. De acordo com Jorge Damas, da
administradora Adville, parte-se do princípio que a mesma conta referente a luz
elétrica e portaria 24 horas, por exemplo, será paga tanto por um edifício com
10 apartamentos quanto por um com 50. Com a diferença de que o primeiro vai ter
uma conta muito maior.
Outro aspecto é o número de funcionários. Para Maria Cristina Melquíades da
Rocha, proprietária da administradora Mineira, portaria 24 horas é um dos
principais fatores que agrega valor a taxa. “Se analisarmos o custo total das
despesas do condomínio, mais de 50% são do departamento pessoal. E, se o
funcionário for antigo, esse valor aumenta ainda mais, já que todo ano ele
recebe um acréscimo no salário referente ao anuário”, afirma.
De acordo com Otávio Lopes Filho, vice-presidente da Administração de
Condomínios do Secovi, alguns prédios já decidiriam substituir a portaria 24
horas por portaria eletrônica, outros resolveram reduzir o horário para 12
horas. “Ao invés de ser integral, funciona somente durante o dia, com um zelador
que faz todos os serviços. É uma maneira de baratear o custo, já que o horário
noturno é o mais caro, por causa do adicional que o porteiro recebe, que no
final acaba onerando ainda mais para o condomínio”, diz.
A fração ideal do apartamento também pesa na taxa. Ela é considerada, da área
total do prédio, a parte de uso comum dos moradores e toda a área privativa,
incluindo garagem. “Quem mora na cobertura normalmente paga mais porque a fração
ideal da sua área é maior do que dos outros moradores”, explica Lopes Filho. O
executivo acrescenta que “ter duas vagas de garagem, ao invés de uma, também
aumenta o custo para o morador”.
O padrão do apartamento é outro ponto que deve ser levado em consideração. “Não
adianta reclamar que paga mais pelo condomínio se tem à disposição sala de
ginástica, salão de festas, piscina e aquecimento central. Há uma despesa extra
para a manutenção desses equipamentos e conseqüentemente isso aumenta a taxa”,
argumenta Lopes Filho.
Esses cálculos explicam porque muitas vezes apartamentos semelhantes têm valores
tão diferentes de condomínio. “Às vezes as pessoas vão morar em imóveis menores
com a ilusão de que a taxa de condomínio é mais barata, o que nem sempre é
verdade”, diz Jorge Damas, proprietário da Adville.
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