Por onde passo e com quem quer que eu fale lá está o tabu. Falar de dinheiro
de uma forma extrovertida, inteligente e subjetiva parece ser proibido! Eu hein.
Você tem medo de expor parte de seus apuros financeiros temendo represália,
chacota ou deboche? Que tal se pudesse ouvir uma dica sobre investimento,
patrimônio ou ferramenta de algum colega? Será que só eu valorizo isso?
Falar de dinheiro significa compartilhar suas experiências e criar um canal
aberto de discussão para também aprender, não acha? O filtro é
importante, claro, mas deixar de ouvir e compartilhar é seguramente um erro.
Não me conformo com minha própria conclusão de que falar de dinheiro seja um
tabu. Considerar o dinheiro algo tão complicado e delicado a ponto de nada
comentar sobre ele pode ser a razão para tamanha pobreza. Ora, se você tem
vergonha de seu próprio conceito sobre o dinheiro, de sua condição financeira e
de sua capacidade de poupar, a ponto de não externá-la nem aos mais chegados,
está aceitando e incentivando o sentimento de impotência diante do dinheiro que
aparece em suas mãos. A conseqüência será uma decisão insegura sobre seu
dinheiro, com grandes chances de se mostrar inapropriada (em pouco tempo).
Ninguém quer discutir aspectos importantes sobre dinheiro, mas todos
querem encontrar a fórmula para ficar rico. Um paradoxo intrigante, não
acha? As milhões de maneiras de ficar rico são discutidas diariamente nos
lugares onde há quem se interessa pelo assunto. Os autores que se aventuram a
escrever livros sobre riqueza estão fazendo algo muito simples no seu dia-a-dia:
estão falando sobre dinheiro. Suas obras são comentários, opiniões e
experiências por eles vividas que podem demonstrar como é relevante importar-se
com dinheiro e querer aprender mais sobre ele. Os autores passam seu tempo
freqüentando seminários, eventos e relatam ali o que lhes parece melhor para
despertar, em você, interesse no assunto. Eles sabem ouvir.
Vá além das sentenças e chavões da moda, além do óbvio e mágico segredo
destes mesmos livros e procure viver mais próximo do seu dinheiro. Pergunte
mais, explique mais, arrisque mais, experimente mais. Tenha uma opinião
formada sobre dinheiro, suas vantagens para você e seus planos para sua
administração. Opinião é o resultado mais importante que devemos
perseguir se queremos dominar nosso dinheiro. Defenda seu ponto de vista com
clareza, porém de forma receptiva e cordial. Prefira escutar e aprender mais com
os outros que com os livros e revistas. Vale a pena.
Já notei que certas pessoas simplesmente não ficam à vontade para lidar e
falar sobre dinheiro. Você é assim? Pode ser que haja um bloqueio que o impeça
de pronunciar-se nestas ocasiões. Acredito nisso! Também acredito nos resultados
de uma boa terapia. Estes bloqueios podem ser a causa, mas nunca a
desculpa. São estes mesmos bloqueios que o impedem de investir em algo
mais arriscado? Que o impedem de falar aos filhos o quanto as contas estão altas
e que a mesada deve ser melhor controlada? Que o impedem de criar coragem para
começar a controlar seu orçamento, criar limites e se educar financeiramente? Se
o problema é você, a solução também é você.
Que tal então agendar um dia da semana para conversar com alguém sobre
investimentos, dinheiro e seu poder de realização? Chame um amigo que gosta do
assunto e discutam um pouco sobre o cenário atual da economia, o que os bancos
andam oferecendo, os juros, as compras do mês, os descontos. Comece devagar.
Crie e demonstre interesse através da leitura de periódicos, jornais, livros.
Dedique-se um pouquinho todo dia a ler uma ou duas notícias sobre economia e
finanças na internet. Enfim, se você não sabe falar (e bem) de dinheiro,
como poderá administrá-lo (e bem)?