Negócios / Empreendedorismo - Pesquisa aponta falta de qualificação como principal barreira à produtividade
A principal barreira para a produtividade das empresas é a falta de
qualificação profissional. De acordo a pesquisa anual da Proudfoot Consulting,
que contou com a participação de 462 executivos de 10 países - Alemanha,
Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Portugal e
Reino Unido - e foi realizada no primeiro semestre de 2007, no Brasil, dos 250
dias úteis em 2006, 34% foram improdutivos, isto é, 85 dias foram desperdiçados.
As principais causas desse resultado são falta de profissionais qualificados
(23%) e falta de gerência proativa (21%). Apenas a título de comparação, somente
12% do total de respondentes de todos os países citaram a qualificação imprópria
da força de trabalho como um dos entraves à produtividade.
As demais barreiras citadas foram problemas de comunicação externa, ou seja, com
fornecedores e clientes (13%), e de comunicação interna (11%). Porém, quando a
pergunta é sobre as medidas que poderiam aumentar a eficiência e produtividade
nas empresas, a maioria, 33%, optou por investimentos no desenvolvimento e
treinamento da força de trabalho e da gerência, enquanto 13% citaram leis
trabalhistas mais flexíveis (autonomia para contratar e demitir).
Falta de reflexão
Surpreendentemente, enquanto 74% dos executivos brasileiros consideram a
produtividade de suas empresas 'muito boa' ou 'boa', na Alemanha, esse
percentual é de 53% e no Reino Unido, de 58%.
"O resultado deste levantamento demonstra que a auto-reflexão nos países
desenvolvidos, onde as taxas de produtividade já são altas, é maior, pois eles
têm ainda mais perspectivas de crescimento. Já no Brasil, onde a produtividade
pode ser considerada baixa, os números refletem um certo comodismo em ampliar a
eficiência nas empresas", alerta o presidente da Proudfoot Consulting no Brasil,
Manfred Stanek.
Na classificação por setores, na mineração, 71% dos executivos consideram a
produtividade de suas empresas 'muito boa' ou 'boa'. Isso se deve ao caráter
operacional da atividade, que possui foco principal na execução das ações.
Além disso, cerca de 52% dos entrevistados afirmaram esperar um aumento de 5% a
15%, enquanto 31% acreditam em uma elevação da produção de 15% a 50% e apenas 2%
disseram ter expectativa de um crescimento acima de 50%.
Perspectiva
Em relação à capacidade de crescimento da eficiência dos países, na Áustria, 73%
dos entrevistados afirmaram esperar um aumento da produção, de 5% a 15%. No
Canadá, esse percentual é de 76%. Já no Brasil, esses números não passam de 46%.
É possível concluir, a partir daí, uma expectativa de subutilização da
capacidade brasileira.
A capacidade de enfrentar desafios também foi medida e anunciada pelos
executivos dos países participantes. A maioria, mais precisamente 65%,
classificou como 'muito boa' ou 'boa' a capacidade de suas empresas de enfrentar
desafios pelos próximos dois anos.
Questionados sobre os motivos, 26% responderam que o principal problema é a
competição dos mercados emergentes. Depois, aparecem educação e treinamento de
funcionários (16%) e falta de equipe qualificada (13%), entre outras razões.
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