Finanças pessoais - Testamento, inventário ou doação. Qual a melhor opção financeiramente?
Ao longo da vida, alguns bens são acumulados e usufruídos por todos os
familiares. No entanto, com a morte do responsável ou pela preocupação com o
futuro dos filhos, é preciso planejar a sucessão dos bens.
Para que você saiba os custos destes processos, a Associação de Defesa do
Consumidor Pro Teste realizou uma simulação dos processos de herança de bens. A
principal conclusão do estudo realizado é de que a divisão em vida, com acordo
entre os beneficiários, é a forma mais barata e simples de preparar uma sucessão
em família.
Para chegar a esta conclusão, a Pro Teste simulou, em cinco grandes cidades
brasileiras, a divisão de bens de um casal unido em comunhão parcial de bens,
com dois filhos e patrimônio adquirido de R$ 330 mil: um apartamento (R$ 190
mil), uma casa de campo (R$ 70 mil) e dois carros (R$ 70 mil). Veja os
resultados abaixo.
Inventário
Na primeira simulação realizada pela associação, o marido morreu, mas sem tomar
nenhuma providência, o quer toma impossível fazer um testamento ou doação. Neste
caso, mesmo sem ocorrer divergências entre os familiares, é preciso abrir um
inventário, que dá direito à metade dos bens à esposa, já que o casamento é em
comunhão parcial de bens, e a outra metade aos filhos.
Veja abaixo quanto este processo pode custar para o seu bolso, adicionado do
ITCMD (Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de bens, que é estadual)
e dos gastos máximos com advogados.
Cidade |
Processo (R$) |
Imposto (R$) |
Advogado/máx (R$) |
Total/máx (R$) |
Belo Horizonte |
264,45 |
13.200,00 |
19.800,00 |
33.264,45 |
Porto Alegre |
1.980,00 |
26.400,00 |
13.200,00 |
41.580,00 |
Rio de Janeiro |
1.212,21 |
6.600,00 |
14.400,00 |
22.212,21 |
Salvador |
2.153,00 |
9.900,00 |
16.500,00 |
28.553,00 |
São Paulo |
1.393,00 |
13.200,00 |
19.800,00 |
34.393,00 |
Testamentos
Na segunda simulação, o falecido deixa um testamento que também passa pela
Justiça. Neste caso, somente 25% do total dos bens (neste caso, R$ 82,5 mil)
pode ser destinado a outra pessoa, além daquelas que têm direito à parte do
patrimônio, previstas na legislação: mulher com 50%(devido à união parcial de
bens - meação) e 25% aos filhos e pais (herdeiros necessários).
Neste caso, além dos valores de processos, advogados e impostos, ainda cobra-se
o valor do cartório, onde pede-se a um tabelião que faça o testamento. Veja os
valores deste processo abaixo.
Cidade |
Cartório (R$) |
Processo (R$) |
Imposto (R$) |
Adv/Máx (R$) |
Total/Máx (R$) |
Belo Horizonte |
124,83 |
264,45 |
13.200,00 |
19.800,00 |
33.389,28 |
Porto Alegre |
140,00 |
1.980,00 |
26.400,00 |
13.200,00 |
41.720,00 |
Rio de Janeiro |
100,00 |
645,46 |
6.600,00 |
17.550,00 |
24.895,46 |
Salvador |
64 |
2.153,00 |
9.900,00 |
16.500,00 |
28.617,00 |
São Paulo |
845,58 |
1.393,00 |
13.200,00 |
19.800,00 |
35.238,58 |
Bens em vida
Na terceira situação, o casal resolveu doar os bens em vida. Isso implicou na
economia de gastos com advogados, processos de inventário e com impostos. Neste
caso, o maior valor encontrado foi em São Paulo (R$ 16.268,66).
Em seguida vieram a cidade do Rio de Janeiro (R$ 15.648,00), Belo Horizonte (R$
12.298,58), Porto Alegre (R$ 11.020,00) e Salvador (R$ 7.277,00). Quando é feita
a doação, é cobrado imposto de transmissão, que é estadual, e os gastos com o
cartório.
Para cada caso, muita análise
Vale destacar, no entanto, que nessa pesquisa está sendo considerado apenas o
aspecto custo. No entanto, é indicado que cada caso seja avaliado
individualmente, até mesmo com o aconselhamento de advogado especializado no
assunto, uma vez que estamos falando do seu patrimônio, e com ele não se brinca.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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