As organizações, de uma maneira geral, questionam que os programas de
motivação são complicados e necessitam de grandes investimentos, tentando com
isso justificar a sua não aplicabilidade nas empresas.
Em tempos de crise, meios alternativos e nada complexos ajudam os gestores a
desenvolver, a estimular a motivação da equipe. Abaixo serão listadas algumas
maneiras descritas por Eugenio (2005), de como motivar as equipes sem gerar
custos:
- Conhecer "realmente" os colaboradores, saber exatamente com quem trabalha,
o que eles pensam e como vêem a empresa;
- Comunicar-se com a equipe. Isso inclui fazer uso das ferramentas adequadas,
passar as informações que envolvem as atividades da equipe, comunicar mudanças
ocorridas, divulgar para toda a empresa as conquistas, dividir os resultados
independente de quais sejam, estar sempre presente e próximo e por último, ser
acessível a todos;
- Reconhecer o desempenho;
- Surpreender. Demonstrar atenção e carinho aos subordinados surpreendendo-os
ao oferecer uma rodada de pizza, ou distribuindo sorvete ao final de uma semana
agitada;
- Incentivar o diálogo, conversando com cada membro e buscando saber suas
dúvidas, medos, projetos, objetivos, estreitando a relação;
- Usar a palavra Obrigada em todas as ocasiões, e
- Celebrar as pequenas e grandes vitórias.
As dicas acima apresentadas quebram o paradigma de que motivar a equipe custa
caro e desmistifica a imagem de complexidade dos programas de motivação.
Percebe-se que estimular a motivação dos colaboradores é simples e objetiva,
para isso, basta somente da boa vontade e do interesse dos líderes.
O especialista em gestão de recursos humanos, Claus Möller implantou o
programa "Colocando as pessoas em primeiro lugar" na British Airways que
conquistou a partir deste programa, o título de companhia aérea do ano, em 1990
(cf. HSM Management, 1997).
O psicólogo dinamarquês utilizou métodos simples de gestão com pessoas para
alcançar a excelência no relacionamento interno e consequentemente motivar a
equipe, ajudando a empresa a se destacar no mercado. As atitudes estão baseadas
na valorização da equipe, quando o autor diz que as empresas devem colocar os
funcionários em primeiro lugar, para que assim eles façam o mesmo com os
clientes.
Esta afirmação surge no momento em que o autor defende que o colaborador deve
ser visto como parceiro da empresa, as suas críticas, sugestões e opiniões devem
ser avaliadas e deve-lhe ser dado feedback das decisões tomadas, fazendo com que
este se sinta importante, valorizado. Desta forma, o colaborador se sentirá mais
motivado a prestar um bom serviço, estará sempre buscando melhorar seu
desempenho, sendo mais participativo e atuante.
Com isso, todos os envolvidos saem ganhando: o colaborador, por aprimorar
seus conhecimentos e sua função; o cliente, por ter um atendimento de qualidade;
e a empresa, que percebe os efeitos no aumento dos resultados financeiros.
O autor Flávio Valsani afirma que "a partir do momento em que o gestor começa
a prestar atenção nos subordinados, começa a descobrir suas motivações".
(2006:215)
Uma maneira muito simples e que gera bons resultados para organização é
delegar atividades relevantes para os colaboradores, fazê-los sentir-se parte do
processo, peça importante para o desenvolvimento da empresa. Tratar o
colaborador como parceiro e não somente como funcionário, estimular sua
participação nas atividades diárias, se comunicar com ele. Como já dizia Sidnéia
Freitas, "a satisfação dos funcionários, via comunicação, está diretamente
relacionada com a satisfação no trabalho" (2006:58).
A aplicação de metodologias de motivação, incluindo dosagens diárias de
estímulo aos colaboradores, faz com que as empresas preocupadas com o perfil de
uma equipe feliz e satisfeita com o seu trabalho estejam sempre a frente dos
concorrentes que estão apenas preocupados com números, metas e resultados
financeiros.
Para Dias ( 2007), "não é possível manter um grupo motivado durante todo o
tempo, as dificuldades do dia a dia alteram o humor das pessoas afetando seu
estado de motivação. As empresas não necessitam assumir uma postura paternalista
e sim oferecer uma contrapartida em função da produtividade, comprometimento e
envolvimento do grupo em torno dos objetivos da organização, apresentando
claramente a importância que cada um tem dentro da empresa, desde os processos
mais simples até os mais complexos."
Pode parecer romântico falar em motivar a equipe, preocupar com a comunicação
estabelecida entre eles, quando quem recebe a informação tem o perfil de um
líder autoritário e ultrapassado. Mas quando se trata de um líder democrático e
atento as evoluções ocorridas no mundo, este discurso teórico sai do papel e vai
para a prática diária da organização, que certamente possuirá indicadores mais
competitivos do que seus concorrentes.