As corretoras de valores enfrentam um dilema: se não investirem em seu quadro
de pessoas, em infraestrutura e na melhoria da eficiência operacional tendem a
perder mercado ou até desaparecerem. A dúvida que fica para muitos é qual o
perfil do profissional do futuro nas corretoras?
De acordo com o diretor do setor financeiro da Fesa, empresa de busca e seleção
de executivos de alta direção, Ricardo Amatto, o ambiente das corretoras mais do
que nunca exige do profissional que pretende se desenvolver nessa área o perfil
de empreender, ou de quem vai ter seu ganho totalmente relacionado ao lucro da
corretora, exigindo ainda mais as competências individuais.
Perfis
Na opinião de Amatto, há três perfis de profissionais que começam a ser
requisitados nas corretoras: o economista, o profissional de produtos
financeiros e os especializados em TI (tecnologia da informação).
"Muitas corretoras já reforçaram o time de economistas para escrever relatórios
e fazer projeções macroeconômicas. Esses profissionais também possuem a meta de
passar informações importantes à equipe de vendas para tentar aumentar a
eficiência", revela Amatto.
Ele ressalta também que os economistas contratados pelas corretoras passaram a
acompanhar os vendedores em suas visitas a clientes, emprestando-lhes a bagagem
teórica que começa a ser solicitada, principalmente por aqueles mais exigentes.
Especialistas em produtos financeiros
Segundo Amatto, outro perfil que começa a ser requisitado entre as corretoras é
o profissional de produtos financeiros, que tem a capacidade analítica de
estruturar produtos e estratégias, muitas vezes com o uso de derivativos.
"Esse profissional está bastante valorizado e tem espaço garantido também nas
tesourarias dos bancos de investimentos e Assets [administradoras de
recursos]", diz Amatto.
Profissionais de TI
Além do economista e do profissional de produtos financeiros, os especialistas
em TI também ganham espaço.
"O profissional de TI também tende a ter maior importância, em um mercado em que
as transações realizadas por telefone perderão espaço para a negociação de
ativos por meio de sistemas e plataformas eletrônicas, como já ocorre nos
mercados internacionais", diz Amatto.
Diferenciais
O diretor destaca ainda que, diante do mundo globalizado e interligado por meio
de novas tecnologias, as corretoras voltam a ter projeção e a chamar atenção não
só de quem entra no mercado de trabalho, mas também daqueles que vislumbram uma
mudança de carreira.
"Todos os profissionais devem estar bastante preocupados com o investimento em
seu currículo educacional, assim como no domínio de outros idiomas, sendo a
fluência no inglês essencial. Esses são fatores determinantes na escolha dos
finalistas de um processo seletivo. Os profissionais também precisam estar
atentos às tendências que movimentam esse segmento, sendo especialistas no que
fazem, além de terem um espírito empreendedor", finaliza.