Finanças pessoais - Fazendo o dinheiro que sobra render
Tenho um pouco de dinheiro e quero vê-lo render. Onde devo investir? A dúvida
acima é freqüente entre muitas pessoas, especialmente as que não trabalham no
mercado financeiro ou não o co- nhecem. Mas investir, segundo especialistas, não
é algo “de outro mundo” e pode ser até mais fácil do que se imagina, desde que
se procure informações sobre o assunto.
O economista Joelcy José Sá Lanzarini aconselha as pessoas a não investirem todo
o capital apenas em um lugar, sob pena de perderem dinheiro. O interessante,
segundo ele, é que cerca de 30% do capital seja investido em renda fixa, como a
caderneta de poupança, aproximadamente 30% em imóveis e os cerca de um terço
restantes, em fundos de renda variável, como a bolsa de valores. "A renda fixa
costuma render entre 6% e 10% ao ano. O imóvel é uma rentabilidade em longo
prazo, dependendo do tipo, localização. Já no caso da renda variável, a
rentabilidade não é garantida, mas nos últimos anos, ela tem apresentado
rendimentos surpreendentes", afirma Lanzarini.
Para ele, o desafio é unir, em um único investimento, liquidez, rentabilidade e
segurança, o que não ocorre quando o investimento é de apenas um tipo. "A renda
fixa tem segurança mas não tem muita liquidez. Já o imóvel, tem segurança e
rentabilidade a um certo prazo e a bolsa, geralmente tem liquidez e
rentabilidade, mas não tem segurança", diz. Para o economista, antes de
investir, é necessário que a pessoa saiba que tipo de retorno ela quer. Caso o
investidor precise resgatar o dinheiro em um curto prazo, Lanzarini aconselha o
investimento em renda fixa, que apesar de ter menor rendimento, é mais
garantido. No entanto, se o interesse for de médio e longo prazo (a partir de
três anos), a renda variável se mostra mais atraente, como a bolsa de valores,
que por possuir altos e baixos, precisaria de um tempo maior para render a
contento.
Mas antes de investir, especialmente nos fundos de renda variável, o economista
afirma ser interessante procurar ajuda de um profissional. A aplicação nesse
tipo de renda pode ser feita através de carteira individual ou pelos clubes de
investimento, que têm se mostrado uma boa opção para quem não tem conhecimento
sobre o assunto e nem se enquadra no perfil de grande investidor. Os clubes são
formados por grupos de pessoas, e com R$ 200 já podem investir na bolsa, com a
ajuda de empresas especializadas. "Na bolsa, não existe garantia de
rentabilidade, mas sim um histórico, que nos últimos cinco anos tem demonstrado
um rendimento de 400%, no caso da Bovespa", afirma.
No entanto, Lanzarin chama a atenção para um erro recorrente entre os
investidores sem prática: entrar na bolsa quando as ações estão em alta e sair
quando estão em baixa. Essa espécie de "desespero" faz com que as pessoas que
ajam assim percam dinheiro por não esperarem o ciclo se completar. "O mercado
tem movimentos cíclicos e as pessoas devem saber que quando a bolsa está em
alta, ela vai subir até um limite, cair, e voltar a subir", diz. Por isso, o
correto seria entrar em períodos de baixa, em que as ações estão mais baratas e
sair em momento de alta da bolsa, quando as ações estão mais valorizadas.
Equilibrar despesas não é complicado
Ter um equilíbrio financeiro é mais fácil do que se imagina. A constatação vem
do doutor em Finanças, Jurandir Sell Macedo Jr., que na noite de terça-feira
esteve em Criciúma ministrando a palestra "Finanças pessoais e investimentos".
Segundo ele, o brasileiro não possui educação financeira, e isso é resultado de
anos de inflação alta que fizeram a população não ter controle sobre as
finanças.
Macedo é professor da Universidade Federal de Santa Catarina e autor do livro "A
Árvore do Dinheiro - Guia para Cultivar a Sua Independência Financeira". Durante
o evento, promovido pelas Faculdades Energia e pela PremiumInvest, com apoio da
Câmara dos Dirigentes Lojistas de Criciúma e da Associação Empresarial do
município, Macedo fez uma analogia entre o crescimento de uma planta e o do
dinheiro. "Se você tem uma semente e não planta, ela não cresce e pode até
morrer, o que ocorre com o dinheiro não investido. Caso a semente seja plantada
em solo frágil, como a caderneta de poupança, a planta crescerá pouco. Mas se
você plantar em um solo forte, como por exemplo, a bolsa, ela crescerá
vigorosa".
Mas para investir, é necessário poupar. "O primeiro passo é a pessoa conseguir
gastar menos do que ganha, senão será uma pessoa endividada. No Brasil, de seis
pessoas, quatro estão endividadas e têm que pagar juros, uma não paga juros e
não investe e apenas uma aplica o dinheiro e por isso, tem quatro pessoas
trabalhando por ela", afirma. E para economizar, Macedo afirma que é preciso
cortar os desperdícios. "Para economizar dinheiro, a pessoa não precisa tirar o
supérfluo, que é o que dá prazer, brilho e alegria à vida. Sem ele, as pessoas
pensariam: de que adianta trabalhar tanto? Economizar é cortar os desperdícios,
ou seja, não gastar para agradar o outro, para mostrar que você tem algo para a
outra pessoa. Temos que agradar a nós mesmos", ensina.
Para ilustrar melhor, o doutor em Finanças compara dois tipos de pessoas: a que
adora assistir televisão e a que pouco liga a TV.
Para a primeira, um aparelho moderno de plasma, por exemplo, não seria um
desperdício, ao passo que para a segunda pessoa, que não usaria a televisão
cara, a compra seria um desperdício.
Referência:
atribunanet.com
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