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Finanças pessoais - Fazendo o dinheiro que sobra render 

Data: 17/12/2008

 
 

Tenho um pouco de dinheiro e quero vê-lo render. Onde devo investir? A dúvida acima é freqüente entre muitas pessoas, especialmente as que não trabalham no mercado financeiro ou não o co- nhecem. Mas investir, segundo especialistas, não é algo “de outro mundo” e pode ser até mais fácil do que se imagina, desde que se procure informações sobre o assunto.

O economista Joelcy José Sá Lanzarini aconselha as pessoas a não investirem todo o capital apenas em um lugar, sob pena de perderem dinheiro. O interessante, segundo ele, é que cerca de 30% do capital seja investido em renda fixa, como a caderneta de poupança, aproximadamente 30% em imóveis e os cerca de um terço restantes, em fundos de renda variável, como a bolsa de valores. "A renda fixa costuma render entre 6% e 10% ao ano. O imóvel é uma rentabilidade em longo prazo, dependendo do tipo, localização. Já no caso da renda variável, a rentabilidade não é garantida, mas nos últimos anos, ela tem apresentado rendimentos surpreendentes", afirma Lanzarini.

Para ele, o desafio é unir, em um único investimento, liquidez, rentabilidade e segurança, o que não ocorre quando o investimento é de apenas um tipo. "A renda fixa tem segurança mas não tem muita liquidez. Já o imóvel, tem segurança e rentabilidade a um certo prazo e a bolsa, geralmente tem liquidez e rentabilidade, mas não tem segurança", diz. Para o economista, antes de investir, é necessário que a pessoa saiba que tipo de retorno ela quer. Caso o investidor precise resgatar o dinheiro em um curto prazo, Lanzarini aconselha o investimento em renda fixa, que apesar de ter menor rendimento, é mais garantido. No entanto, se o interesse for de médio e longo prazo (a partir de três anos), a renda variável se mostra mais atraente, como a bolsa de valores, que por possuir altos e baixos, precisaria de um tempo maior para render a contento.

Mas antes de investir, especialmente nos fundos de renda variável, o economista afirma ser interessante procurar ajuda de um profissional. A aplicação nesse tipo de renda pode ser feita através de carteira individual ou pelos clubes de investimento, que têm se mostrado uma boa opção para quem não tem conhecimento sobre o assunto e nem se enquadra no perfil de grande investidor. Os clubes são formados por grupos de pessoas, e com R$ 200 já podem investir na bolsa, com a ajuda de empresas especializadas. "Na bolsa, não existe garantia de rentabilidade, mas sim um histórico, que nos últimos cinco anos tem demonstrado um rendimento de 400%, no caso da Bovespa", afirma.

No entanto, Lanzarin chama a atenção para um erro recorrente entre os investidores sem prática: entrar na bolsa quando as ações estão em alta e sair quando estão em baixa. Essa espécie de "desespero" faz com que as pessoas que ajam assim percam dinheiro por não esperarem o ciclo se completar. "O mercado tem movimentos cíclicos e as pessoas devem saber que quando a bolsa está em alta, ela vai subir até um limite, cair, e voltar a subir", diz. Por isso, o correto seria entrar em períodos de baixa, em que as ações estão mais baratas e sair em momento de alta da bolsa, quando as ações estão mais valorizadas.

Equilibrar despesas não é complicado


Ter um equilíbrio financeiro é mais fácil do que se imagina. A constatação vem do doutor em Finanças, Jurandir Sell Macedo Jr., que na noite de terça-feira esteve em Criciúma ministrando a palestra "Finanças pessoais e investimentos". Segundo ele, o brasileiro não possui educação financeira, e isso é resultado de anos de inflação alta que fizeram a população não ter controle sobre as finanças.

Macedo é professor da Universidade Federal de Santa Catarina e autor do livro "A Árvore do Dinheiro - Guia para Cultivar a Sua Independência Financeira". Durante o evento, promovido pelas Faculdades Energia e pela PremiumInvest, com apoio da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Criciúma e da Associação Empresarial do município, Macedo fez uma analogia entre o crescimento de uma planta e o do dinheiro. "Se você tem uma semente e não planta, ela não cresce e pode até morrer, o que ocorre com o dinheiro não investido. Caso a semente seja plantada em solo frágil, como a caderneta de poupança, a planta crescerá pouco. Mas se você plantar em um solo forte, como por exemplo, a bolsa, ela crescerá vigorosa".

Mas para investir, é necessário poupar. "O primeiro passo é a pessoa conseguir gastar menos do que ganha, senão será uma pessoa endividada. No Brasil, de seis pessoas, quatro estão endividadas e têm que pagar juros, uma não paga juros e não investe e apenas uma aplica o dinheiro e por isso, tem quatro pessoas trabalhando por ela", afirma. E para economizar, Macedo afirma que é preciso cortar os desperdícios. "Para economizar dinheiro, a pessoa não precisa tirar o supérfluo, que é o que dá prazer, brilho e alegria à vida. Sem ele, as pessoas pensariam: de que adianta trabalhar tanto? Economizar é cortar os desperdícios, ou seja, não gastar para agradar o outro, para mostrar que você tem algo para a outra pessoa. Temos que agradar a nós mesmos", ensina.

Para ilustrar melhor, o doutor em Finanças compara dois tipos de pessoas: a que adora assistir televisão e a que pouco liga a TV.

Para a primeira, um aparelho moderno de plasma, por exemplo, não seria um desperdício, ao passo que para a segunda pessoa, que não usaria a televisão cara, a compra seria um desperdício.



 
Referência: atribunanet.com
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