Ações / Bolsa de Valores - Oferta de ações: algumas dicas sobre o que levar em conta na hora de entrar
Refletindo as boas condições de mercado, desde 2004 o número
de ofertas públicas de ações cresceu de forma significativa, muitas vezes
oferecendo excelentes oportunidades de investimento. São ofertas primárias e
secundárias, de empresas de diversos setores e, no meio de tanta informação, o
investidor pode se perguntar: o que levar em conta na hora de decidir entrar ou
não em uma oferta?
Antes mesmo de fazer qualquer análise, segundo Júlio Capua Ramos da Silva, sócio
e analista da XP Investimentos, o investidor já terá que decidir se pretende
realmente ser um sócio da empresa em questão, investindo seus recursos tendo em
foco um retorno de prazo mais longo, ou se prefere atuar como um especulador,
comprando na oferta e vendendo suas ações logo depois da estréia.
Se a idéia for vender as ações adquiridas durante a oferta em pouco tempo, o que
o investidor precisa procurar saber é se os pedidos de reserva estão altos ou
não, se há uma demanda forte pelas ações, se as pessoas estão querendo levar os
ativos da oferta porque, afinal, o interesse é que a ação experimente uma
escalada logo nos primeiros negócios, para que seja possível sair rápido e com
lucro.
Para quem quer ser sócio da empresa
Porém, se a intenção for aproveitar a oferta para se tornar um investidor de
longo prazo, será necessária uma análise mais complexa de seus fundamentos,
concluiu Silva. Neste sentido, Daniel Gorayeb, analista de valores mobiliários
da Spinelli, fez algumas ressalvas.
Segundo Gorayeb, o investidor precisa levar em conta que, se a distribuição for
secundária, o recurso capitado com a oferta não vai ser investido na empresa, de
maneira que o resultado da operação não deve influenciar seu lucro no futuro.
Oferta primária: qual o destino dos recursos?
No caso das ofertas primárias, a situação é distinta, especialmente porque os
recursos arrecadados através da oferta serão da empresa, que inclusive é
obrigada a informar de qual maneira pretende empregá-los.
Se a proposta for realizar investimentos, então mesmo que os últimos resultados
da empresa não tenham sido exemplares, há a possibilidade de que a situação
melhore. Além disso, também é preciso levar em conta as perspectivas para o
setor em que a empresa atua, avaliando o desempenho de suas competidoras, sem
deixar de considerar a relação entre elas.
Atenção na saúde financeira da empresa
Outro ponto importante é a saúde financeira da empresa que está fazendo a
oferta. Procure saber se ela está muito endividada, conhecer a qualidade desta
dívida, o que pode ser feito analisando seu resultado financeiro.
O procedimento é importante porque, caso a oferta de ações tenha como objetivo
reduzir o estoque de dívida ou melhorar seu perfil, vale a pena analisar o
impacto que a medida pode ter nos próximos resultados, pois o que antes era
gasto com o serviço da dívida, poderia ser revertido para o resultado.
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