É impossível deixar de associar a chegada do fim do ano com o pagamento do
13º salário. Afinal, a maioria das pessoas aguarda ansiosa a chance de ver um
"dinheirinho extra" entrando na conta-corrente.
E o seu, tem destino certo? Pois é em ocasiões como essas, onde uma quantia
adicional entra no seu orçamento, que você precisa caprichar no planejamento. É
importante lembrar que isso ocorre em outras épocas do ano também, seja no
pagamento da restituição do Imposto de Renda, nas tão sonhadas férias ou no
"bônus" pago pela empresa onde você trabalha, por exemplo.
Qual o melhor caminho?
Caso esteja endividado no momento, com alguns compromissos em atraso, é
natural que não saiba ao certo o que fazer com o "extra": será que é melhor
aplicar o dinheiro ou pagar suas contas o quanto antes? Por onde começar? Tenha
calma, a questão aqui exigirá apenas planejamento de sua parte.
Como, em geral, as dívidas têm prazos de quitação distintos, e os juros cobrados
variam, é preciso analisar com cuidado a melhor forma de usar essa reserva que
você possui, para reduzir o seu saldo devedor total. Em uma planilha de Excel
calcule quanto o seu gasto mensal baixaria se quitasse parcialmente cada uma de
suas dívidas. Com base nisso, decida a melhor forma de usar essa reserva
financeira.
É bem verdade que pagar integralmente uma das dívidas parece tentador, pois ao
menos você resolve um problema. Mas, nesse tipo de situação, você deve pensar no
objetivo final, que é sair do vermelho o mais rápido possível. Pode ser que o
melhor no seu caso seja reduzir o tamanho dos obstáculos, ao invés do número. Ou
seja, você mantém o número de pendências, mas deve menos em cada uma delas.
De acordo com a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), quem
tem dívidas deve aproveitar as diversas opções oferecidas pelas financeiras,
lojas e bancos, como o alongamento dos prazos, o desconto para quitações à vista
e o abatimento nas taxas de juros e nas multas.
Caso tenha débitos no cheque especial, em empréstimos pessoais ou prestações em
lojas, você deve se empenhar para colocar as contas em dia. Isso porque, a
partir do momento em que conseguir renegociar a dívida, você já pode exigir que
seu nome seja excluído do cadastro de inadimplentes.
Desconto na quitação antecipada
Como consumidor, você já deve ter ouvido falar que a lei lhe assegura
desconto na quitação antecipada de empréstimo, certo? Isto mesmo. O Código de
Defesa do Consumidor traz esta previsão, mas a forma como é calculado o desconto
ainda deixa muita gente insegura.
A Fundação PROCON, por exemplo, diz que o abatimento deve ser integral. Isto é,
se o consumidor está antecipando o pagamento da dívida ou de determinadas
parceladas, não deve pagar juros pelo período em que o crédito não será
utilizado. Na outra ponta, algumas instituições acabam abatendo cerca de 80%
destes valores.
Nesta fase de acerto da sua vida financeira, lembre-se que as decisões de
consumo não-prioritárias devem ser proteladas até a renegociação das dívidas,
pois sua meta agora deve ser a reestruturação do orçamento doméstico.