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Finanças pessoais - Aprenda a tomar decisões inteligentes para o seu dinheiro 

Data: 30/05/2007

 
 
Quase todas as resoluções de Ano Novo exigem algum tipo de mudança de hábito. Se você, como boa parte dos brasileiros, definiu como meta para 2006 uma melhor gestão das suas finanças pessoais, então, provavelmente, isso irá exigir uma mudança na forma como você se relaciona com o dinheiro.

E, como em todo relacionamento, é preciso ouvir o que o outro tem a dizer. Assim, imagine como seria a sua vida se o seu dinheiro falasse e lhe aconselhasse sobre como melhor utilizá-lo. Para quem ainda não conseguiu estabelecer esse tipo de relacionamento com o dinheiro, vale a pena imaginar os seguintes diálogos que vocês poderiam ter sempre que saísse às compras.

Você precisa disso?
Todos os dias somos convencidos de que "precisamos" de alguma coisa. Muitas vezes a necessidade até existe, mas na maioria dos casos, aquilo que acreditamos precisar, na verdade, não passa de uma vontade.

Aproveite o Ano Novo para fazer uma faxina em sua casa, basta uma breve visita ao seu armário, que logo perceberá que já foi vítima desse tipo de situação. Se você conseguisse ouvir o seu dinheiro saberia que tudo o que ele quer é evitar que você se arrependa desse tipo de decisão por impulso.

É possível que nessas horas ele pareça com a sua namorada (o), que precisa entender qual o efetivo valor que você dá ao relacionamento. Pense sobre isso da próxima vez que sair as compras: será que vale a pena abrir mão do dinheiro que juntou em troca daquilo que pretende comprar?

Quanto irá lhe custar a sua decisão?
Mesmo que não consegue ouvir o seu dinheiro falar, muitas vezes acaba convencido diante dos números. Assim, antes de tomar uma decisão de consumo faça a seguinte conta: por quanto tempo terá que trabalhar para arcar com os custos da sua decisão?

Reflita sobre a sua decisão de comprar um carro novo: quanto isso irá lhe custar em termos de horas trabalhadas em um mês? Procure avaliar o preço daquilo que quer comprar não em termos de R$, mas de quantas horas terá que trabalhar para isso. Na tabela abaixo ilustramos como essa decisão pode afetar o orçamento de uma pessoa que tem renda mensal de R$ 5 mil, e que trabalha 22 dias por mês, recebendo por dia o equivalente a R$ 227.

No caso em questão a pessoa não sabe se vale mais a pena comprar à vista um carro de R$ 25 mil, ou realizar o seu sonho de consumo e financiar um modelo mais caro de R$ 60 mil, sendo que nesse caso daria de entrada os R$ 25 mil, e financiaria os R$ 35 mil restantes. Em ambos os casos, o veículo será vendido em 36 meses, de forma que esse é o período usado para o cálculo do prazo de financiamento.

 
  Compra à vista Compra financiada
Valor do carro R$ 25 mil R$ 60 mil
Valor de revenda
em 36 meses
R$ 17 mil R$ 48 mil
Valor financiado - R$ 35 mil
Seguro (3%) R$ 750/ ano R$ 1.800/ano
IPVA (4%) R$ 1.000/ ano R$ 2.400/ano
Combustível, estacionamento, etc R$ 570 R$ 570
Perda de valor R$ 223 R$ 333
Prestação - R$ 1.162
Total R$ 939 R$ 2.415
Dias a trabalhar 4 10,6

É fácil ver que a opção pelo financiamento de um carro maior, pode ser interessante do ponto de vista daquilo que você gostaria de ter, mas certamente não é a melhor decisão para o seu dinheiro, já que um terço do seu mês já está comprometido com o pagamento desta decisão.

Não existe um uso melhor para o dinheiro?
Para responder a essa pergunta voltaremos ao exemplo anterior. Mas, e se, ao invés de financiar um carro maior, essa mesma pessoa fizesse um esforço e poupasse a quantia que, iria gastar com a prestação.

Aqui é interessante lembrar que, se tivéssemos estabelecido como meta para essa pessoa poupar 23% da sua renda, ela provavelmente teria dito que se trata de uma meta impossível. Porém, quando o objetivo é garantir o financiamento de um carro novo, de alguma forma, essa mesma pessoa acredita que conseguirá equilibrar o seu orçamento de forma a manter o pagamento das prestações.

Se ao invés de efetuar 36 prestações de R$ 1.162 para quitar um carro, que nesse período irá perder R$ 12 mil em valor, essa pessoa optasse por aplicar o dinheiro, na caderneta de poupança a uma taxa mensal de 0,7%, ao final dos 36 meses teria acumulado R$ 47 mil! Certamente isso responde à pergunta se haveria um uso melhor para o dinheiro que foi gasto com juros do financiamento de um carro maior.

E, quando a necessidade existe?
É sempre bom lembrar que o objetivo aqui não é, em absoluto, evitar que você aproveite a vida, e vire um pão duro.

Afinal, é para isso que trabalha tanto. Mas, sim que reflita sobre o quanto as suas decisões de consumo afetam a qualidade de vida que tem.

Assim sendo, haverá situações em que efetivamente você precisa de um determinado bem, nessas horas, é importante que você reflita sobre o seguinte: De que tipo de produto você efetivamente precisa? De quanto pode dispor para realizar essa compra? Como pretende efetuar o pagamento, e como isso irá afetar a sua situação financeira. Quais serão as conseqüências caso você se depare com uma emergência?

Mesmo que haja necessidade, se a compra de um determinado bem comprometer demais a sua situação financeira, você deve se questionar se não é possível esperar um momento melhor, por exemplo, uma liquidação para realizar a sua compra, sobretudo, se você ainda não conta com uma reserva de emergência.

Não se esqueça que o seu objetivo não é acumular dinheiro, mas sim realizar um sonho. Se o seu dinheiro pudesse falar, ele certamente lhe lembraria que gastos desnecessários dificultam a realização dos seus sonhos , e que, quando os juros estão altos, como acontece no Brasil, tudo aquilo que você poupa hoje se bem investido lhe garante um a maior poder aquisitivo amanhã.


 
Referência: Administradores.com.br
Autor: Infopessoal
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