O que é osteoporose?
Osteoporose é a doença óssea metabólica mais freqüente, sendo a fratura a sua
manifestação clínica. É definida patologicamente como “diminuição absoluta da
quantidade de osso e desestruturação da sua microarquitetura levando a um estado
de fragilidade em que podem ocorrer fraturas após traumas mínimos”. É
considerada um grave problema de saúde pública, sendo uma das mais importantes
doenças associadas com o envelhecimento.
A fratura de femur é a consequência mais dramática da osteoporose. Cerca de
15% a 20% dos pacientes com fratura de quadril morrem devido à fratura ou suas
complicações durante a cirurgia, ou mais tarde por embolia ou problemas
cardiopulmonares em um período de 3 meses e 1/3 do total de fraturados morrerão
em 6 meses. Os restantes, em sua maioria, ficam com graus variáveis de
incapacidade.
Em aproximadamente 20% dos casos pode ser identificada uma doença da qual a
osteoporose é secundária e nos 80% restantes os pacientes são portadores de
osteoporose da pós-menopausa ou osteoporose senil.
Como se desenvolve a osteoporose?
O remodelamento ósseo é um processo contínuo de retirada de osso para o
sangue e formação de osso novo, ocupando 20 a 30% do esqueleto a cada momento.
Através do remodelamento, o tecido ósseo substitui células velhas por novas (o
que ocorre em todos tecidos) e o organismo pode dispor de elementos importantes
que são armazenados nos ossos, como o cálcio.
Os osteoclastos são as células responsáveis pela reabsorção durante o
remodelamento.
No início de cada ciclo de remodelamento os osteoclastos escavam o osso,
formando lacunas na sua superfície e cavidades no seu interior. Após cerca de
duas semanas os osteoclastos são deslocados pelos osteoblastos que em um período
aproximado de três meses preenchem a área absorvida com osso novo.
Até aproximadamente 30 anos de idade a quantidade de osso reabsorvido e
reposto é igual. A partir daí, inicia-se um lento balanço negativo que vai
provocar, ao final de cada ativação das unidades de remodelamento, discreta
perda de massa óssea. Inicia-se, portanto, um lento processo de perda de massa
óssea relacionada com a idade - osteoporose senil - no qual, ao longo de suas
vidas, as mulheres perderão cerca de 35% de osso cortical (fêmur, por exemplo) e
50% de osso trabecular (vértebras), enquanto os homens perderão 2/3 desta
quantidade.
Além desta fase lenta de perda de massa óssea, as mulheres têm um período
transitório de perda rápida de osso no qual a queda de estrógenos circulantes,
que ocorre desde a pré-menopausa, desempenha papel importante. O período
transitório de perda rápida pode se manter por 4 a 8 anos, nos quais a perda
óssea chega até a 2% ao ano. O osso trabecular é metabolicamente mais ativo e
mais responsivo às alterações do funcionamento do organismo o que pode explicar
porque, neste tipo de osso, a perda óssea inicia-se, em ambos sexos, na terceira
década e a massa total de osso declina 6 a 8% a cada 10 anos. Também a resposta
à queda estrogênica é mais intensa, havendo grande aceleração do remodelamento
ósseo e perda de 5 a 10% de massa óssea ao ano em 40% das mulheres - osteoporose
da pós-menopausa.
Observam-se, portanto, dois padrões distintos de alterações no funcionamento
das unidades de remodelamento que levarão à osteoporose. Um é lento e dependente
da idade - osteoporose senil - e relacionado com defeito na formação óssea; os
osteoclastos produzem lacunas de profundidade normal ou até menores, mas os
osteoblastos são incapazes de preenchê-las completamente.
Já as modificações que ocorrem com a queda de estrógenos levam a um
remodelamento onde há maior número de osteoclastos e cada um produz uma cavidade
mais profunda; também há aumento da atividade dos osteoblastos que tentam
corrigir o defeito mas não conseguem, caracterizando o remodelamento acelerado
onde a atividade de reabsorção é maior e, no final de cada ciclo, haverá um
declínio significativo de massa óssea - osteoporose da pós-menopausa.
Fatores de risco para osteoporose
A massa óssea do adulto - pico de massa óssea - reflete o acúmulo de tecido
ósseo ocorrido durante o crescimento. Parece chegar ao limite máximo ao redor
dos 17 anos de idade, podendo estender-se até ao redor dos 30 anos.
Predispõem à osteoporose fatores que induzem a um baixo pico de massa óssea e
aqueles que são responsáveis por perda excessiva ou baixa produção:
• Genéticos
• Raça branca ou asiática
• História familiar
• Baixa estatura
• Massa muscular pouco desenvolvida
• Estilo de vida
• Baixa ingesta de cálcio
• Sedentarismo
• Exercício excessivo levando a amenorréia (ausência de menstruação)
• Pouca exposição solar
• Nuliparidade
• Tabagismo
• Alcoolismo
• Dieta vegetariana
• Alta ingesta de proteínas permanentemente
• Alta ingesta de cafeína permanentemente
• Associado com os outros fatores
• Ginecológicos
• Menopausa precoce sem reposição hormonal
• Primeira menstruação tardia
• Retirada cirúrgica de ovários sem reposição hormonal
• Ligadura das trompas
• Retirada cirúrgica parcial do útero
• Risco de diminuição da função ovariana por insuficiência vascular.
Manifestações clínicas
Os sintomas são secundários às fraturas. Quando ocorre nas vértebras, a dor
pode ser de dois tipos. Uma é aguda, localizada, intensa, mantendo a paciente
imobilizada e relacionada com fratura em andamento. Em situações de dor aguda,
inicialmente ela pode ser mal localizada, espasmódica e com irradiação anterior
ou para bacia e membros inferiores. A fratura vertebral pode ainda não ser
observável com precisão em exame radiológico, dificultando o diagnóstico. A
paciente se mantém em repouso absoluto nos primeiros dias. Mesmo sem tratamento,
a dor diminue lentamente e desaparece após duas a seis semanas, dependendo da
gravidade da fratura. Quando a deformidade vertebral residual é grave, pode
permanecer sintomatologia dolorosa de intensidade variável ou esta aparecer
tardiamente.
Também ocorrendo com freqüência, a dor pode ser de longa duração e localizada
mais difusamente. Nestes casos, ocorreram microfraturas que levam a deformidades
vertebrais e anormalidades posturais e conseqüentes complicações degenerativas
em articulações e sobrecarga em músculos, tendões e ligamentos.
Nova fratura vertebral é comum, repetindo-se o quadro clínico. Nas pacientes
com dor persistente, esta se localiza em região dorsal baixa e/ou lombar e,
freqüentemente, também referida a nádegas e coxas. Nesta etapa da evolução da
doença as pacientes já terão sua altura diminuida em alguns centímetros às
custas das compressões dos corpos vertebrais e do achatamento das vértebras
dorsais.
O dorso curvo (cifose dorsal) é característico e escoliose (curvatura
lateral) lombar e dorsal aparecem com grande freqüência. Com a progressão da
cifose dorsal há projeção para baixo das costelas e conseqüente aproximação à
bacia, provocando dor local que pode ser bastante incômoda. Nos casos mais
avançados, a inclinação anterior da bacia leva a alongamento exagerado da
musculatura posterior de membros inferiores e contratura em flexão dos quadris e
consequentes distúrbios para caminhar, dor articular e em partes moles.
Compressão de raíz nervosa é muito rara.
Diagnóstico
O critério atual para diagnóstico de osteoporose é perda de 25% de massa
óssea quando comparada com adulto jovem. Assim, diagnóstico precoce de
osteoporose é feito através da densitometria óssea enquanto o estudo radiológico
somente mostra alterações inequívocas quando há perda de 30% da massa óssea.
Organização Mundial de Saúde
Critérios para diagnóstico de osteoporose:
• Normal:
Valor para densidade óssea até 1 desvio-padrão* abaixo da média do adulto
jovem de mesmo sexo e raça.
• Osteopenia:
Valor para densidade óssea entre 1 a 2,5 desvios-padrões abaixo da média do
adulto jovem de mesmo sexo e raça.
• Osteoporose:
Valor para densidade óssea mais do que 2,5 desvios-padrões abaixo da média do
adulto jovem de mesmo sexo e raça.
• Osteoporose severa:
Valor para densidade óssea mais do que 2,5 desvios-padrões abaixo da média do
adulto jovem de mesmo sexo e raça na presença de uma ou mais fraturas
decorrentes de fragilidade óssea.
• Desvio-padrão é igual a 10%.Estas
situações são particularmente importantes em mulheres no período perimenopáusico,
pois permite apontar as perdedoras rápidas de cálcio ou que não atingiram
suficiente pico de massa óssea e serão candidatas a fraturas vertebrais cerca de
dez anos após a menopausa se não forem adequadamente tratadas. Deste modo, por
meio da densitometria óssea, pode-se detectar estados de osteopenia e
conceituar-se osteoporose através da massa óssea e risco estatístico de fratura.
Marcadores do remodelamento ósseo
Deve-se ressaltar que a densitometria óssea fornece o grau de mineralização
óssea, sendo uma informação semelhante a uma fotografia, parada. Entretanto,
precisamos de exames que nos mostrem como as células que retiram (osteoclastos)
e produzem (osteoblastos) osso estão se comportando. Sabendo-se se há alteração
no remodelamento ósseo (acelerado, normal ou lento) poderemos intervir com
medicamentos. As proteínas medidas são os marcadores do remodelamento ósseo e
refletem o estado atual da atividade óssea… São classificados em marcadores de
formação e marcadores de reabsorção óssea, dependendo do fenômeno biológico que
expressam.
Os principais marcadores de formação óssea são a fosfatase alcalina óssea e a
osteocalcina. São produzidos pelos osteoblastos e estão aumentados nos estados
de remodelamento ósseo acelerado.
Os marcadores de reabsorção óssea mais utilizados atualmente são a
d-piridinolina e os N - telopeptídeos.
A utilização racional da densitometria óssea em conjunto com os marcadores
bioquímicos permite:
• Detectar perdedoras rápidas de cálcio com densidade óssea normal (mulheres em
climatério pré-menopausa ou pós-menopausa recente) e instituir tratamento
preventivo. Nestes casos, tanto marcadores de formação como de reabsorção estão
aumentados. Pode haver uma zona de superposição onde, em geral, aparece
reabsorção acelerada (aumento de d-piridinolina e/ou N-telopeptídeo) e
osteocalcina e/ou fosfatase alcalina óssea próximos ao limite superior da
normalidade.
• Monitorar o tratamento da osteoporose da pós-menopausa possibilitando
modificar ou acrescentar drogas precocemente. Devem-se repetir os testes 2 a 3
meses após o início do tratamento. Se não estiverem normais sugere-se revisar
adesão ao tratamento ou o esquema utilizado. Medidas subseqüentes devem ser
feitas pelo menos 2 vezes ao ano.
• Identificar portadores de osteoporose senil com remodelamento acelerado
(devido a alimentação pobre em cálcio ou deficiência de absorção de cálcio pelo
intestino o organismo retira do osso o cálcio que precisa circular no sangue).
Nestes pacientes, observa-se cálcio normal, aumento da reabsorção óssea e
formação ossea normal ou baixa.
• Identificar os pacientes com osteoporose de baixo remodelamento (senil).
Na osteoporose com remodelamento ósseo lento os marcadores estão normais,
podendo haver tendência a valores próximos ao limite inferior. Tratamento com
estimulantes da atividade osteoblástica elevam-nos em alguns casos.
Tratamento-Drogas utilizadas
As drogas utilizadas no tratamento da osteoporose atuam diminuindo a
reabsorção óssea ou aumentando sua formação:
• Agentes anti-reabsortivos:
Não há consenso se estas drogas somente estabilizam ou aumentam discretamente a
massa óssea ou se produzem ganhos significativos. O acompanhamento dos
tratamentos tem mostrado aumento da densidade óssea e diminuição do número de
fraturas mas o ganho de massa óssea pode não superar o limiar de fratura,
principalmente se forem iniciados tardiamente.
• Estrógeno:
A Reunião de Consenso do III Simpósio Internacional sobre Osteoporose, em 1990,
estabeleceu que estrógenos são o tratamento de escolha na osteoporose da
posmenopausa. A fase acelerada de perda óssea que ocorre em 40% das mulheres
logo após a menopausa é responsável por 30% a 50% de todo osso perdido ao longo
de suas vidas. Portanto, o tratamento deve ser iniciado precocemente a fim de
prevenir a queda inicial de massa óssea. Com esta conduta, consegue-se diminuir
em 50% a incidência de fraturas. A reposição hormonal deve ser mantida pelo
menos 5 a 8 anos, correspondendo ao período do climaterio em que o remodelamento
ósseo é mais acelerado. Após a suspensão do tratamento, mesmo que seja com menor
intensidade, retornam os ciclos de remodelamento com balanço negativo, sendo
prudente, se não houver contra-indicação, a permanência da hormonioterapia de
reposição por 20 anos ou mais.
Quando a osteoporose está estabelecida, os resultados são menos eficazes mas
ainda positivos. Não há idade limite para se iniciar reposição hormonal. A
rigor, se houver densidade óssea abaixo de um desvio padrão para a idade, o
tratamento deve ser indicado pelo menos para mulheres até 75 anos de idade (ver
adiante: terapêutica combinada). Entretanto, nestes casos, outras drogas
anti-reabsortivas podem estar melhor indicadas.
Controvérsias a respeito de contra-indicações e para-efeitos de estrógenos
permanecem. Recomendamos a toda paciente que pretende usar hormônios
indispensável aconselhamento e acompanhamento com ginecologista.
Os defensores do uso de estrógenos afirmam:
• A maior incidência de câncer de endométrio é eliminada com o uso de
progestágenos.
• Não está estabelecido que estrógenos provocam câncer de mama e seu uso não se
acompanha de maior mortalidade. Ao contrário, as tomadoras de estrógenos estão
indiretamente protegidas porque fazem acompanhamento médico adequado. Mesmo
assim, história familiar de câncer de mama é contra-indicação ao uso de
estrógenos.
• Quanto às doenças cardiovasculares, o uso de estrógenos diminue os níveis de
colesterol total e LDL e aumenta HDL; alem disto, atua diretamente em estruturas
da parede vascular produzindo um efeito anti-trombótico. Progestágenos tem
efeito contrário mas adequando-se doses menores conseguem-se bons resultados.
Calcitonina e Bisfosfonatos
Inibem a atividade dos osteoclastos. Têm as mesmas indicações e resultados
que os estrógenos e ação analgésica que torna atraente seu uso em fraturas por
osteoporose. É uma alternativa para as mulheres que não podem ou não querem usar
estrógenos.
As calcitoninas de salmão são as mais resistentes a degradação no homem e,
por isto, são as mais potentes. Porém, o uso de calcitonina tem se restringido
aos pacientes que não toleram bisfosfonatos e também aos episódios de fratura.
Sempre que for prescrito calcitonina deve-se acrescentar pelo menos uma tomada
de cálcio suplementar 1 a 2 horas após. Densitometrias de controle não antes de
1 ano e os novos marcadores bioquímicos são indispensáveis nestes casos.
Há formas distintas de bisfosfonatos com potência e tempo de ação diferentes
que são utilizados para outras doenças ósseas. Etidronato é o mais antigo
bisfosfonato usado em osteoporose e, mais recentemente, foram lançados o
alendronato e o residronato. São altamente eficazes.
Os bisfosfonatos devem ser administrados longe de refeições e é necessária
suplementação de cálcio.
Cálcio
A quantidade de cálcio alimentar necessária para manter a massa óssea é
desconhecida. Propõe-se que adolescentes recebam 1200 a 1500mg/dia, homens 800
mg, mulheres na premenopausa 1000 mg, mulheres na posmenopausa 1500 mg, mulheres
grávidas e em período de lactação devem receber 1200 a 1400 mg/dia e idosos 1200
a 1600 mg/dia.
O pico de massa óssea atingido na idade adulta tem um componente genético
importante mas, certamente, deficiência de injesta e aumento de oferta
interferem em alguma proporção. Trabalhos que estudaram a influência do cálcio
no ganho de massa óssea em osteoporose da posmenopausa e senil estabeleceram em
1200 a 1500 mg a quantidade a ser administrada por dia.
Pode haver suplementação alimentar e é importante o uso noturno,
principalmente em idosos, devido ao jejum prolongado. Um copo grande de leite,
um copo de yogurt ou um pedaço grosso de queijo tem 300 mg de cálcio.
Vitamina D3
O uso de vitamina D3 nos idosos é indispensável para aumentar a absorção
intestinal de cálcio e estimular o remodelamento ósseo. Recomenda-se o uso de
800 U de vitamina D3 ou 0,50 ug de calcitriol ou alfacalcidol.
Estimulantes da formação óssea
• Fluoreto de sódio:
Fluoreto de sódio é um potente estimulador da atividade osteoblástica. Vários
estudos mostram aumento da densidade do osso trabecular mas, aparentemente, sem
reduzir o número de fraturas. São muito pouco utilizados, limitando-se às
situações em que precisamos estimular o osteoblasto. (Ver terapêutica
combinada).
• Paratohormônio (PTH) intermitente em doses baixas:
O efeito positivo sobre aumento da densidade óssea com o uso de PTH em doses
baixas intermitentes tem sido citado na imprensa leiga. Ainda está sendo usado
somente em pesquisa. À semelhança do que ocorre com fluoreto, parece que,
dependendo da dose e tempo de uso, PTH pode aumentar a osteoporose. Enquanto
estas questões não estiverem resolvidas o PTH não poderá ser usado
rotineiramente no tratamento da osteoporose.
• Exercícios e prevenção de quedas
Em uma extensa revisão, concluiu-se que exercícios de carga são úteis como
coadjuvantes ao tratamento, em qualquer idade. Eles devem ser mantidos
regularmente pois sedentarismo leva à perda do que se ganha com exercícios
prévios. Os indivíduos não-osteoporóticos também devem ser estimulados a
praticar exercícios tais como caminhar e correr. A manutenção de musculatura
potente e a destreza que a prática de exercícios e esportes mantém são
importantes para a prevenção de quedas. Os idosos devem ser aconselhados a
evitar calçados com solado de couro, escadas sem corrimão, levantar-se
rapidamente, tapetes soltos, assoalho encerado e tantos outros fatores de risco
para quedas.
•Terapêutica combinada:
A racionalização desta proposta é ativar, deprimir, liberar, repetir. Parece ser
o esquema que mais se adequa ao tratamento da osteoporose senil. Inicialmente, é
dado um medicamento que estimule a formação e, após, outro que diminua a
reabsorção óssea. Um período livre, teoricamente, permite às áreas de
remodelamento aumentarem a fabricação de osso. Vários esquemas tem sido
testados. Parece sensata a associação fluoreto de sódio/cálcio como estimulantes
dos osteoblastos e calcitonina ou bisfosfonatos como depressores da atividade
dos osteoclastos. A dose de fluoreto de sódio recomendada é 30 a 40 mg ao dia
durante 2 a 3 meses e a oferta de cálcio diária ao redor de 1500 mg, sempre com
uma tomada à noite. O cálcio deve ser mantido mesmo após a suspensão do flúor.
Devido à intolerância que os pacientes idosos podem apresentar, a associação
medicamento/leite ou yogurt é boa alternativa. Vitamina D3 800 U ou 0,50ug de
calcitriol ou alfacalcidol são indispensáveis em idosos. Quando disponível, PTH
deverá ser o estimulante de escolha.
Conduta na Mulher na Perimenopausa:
Não se dispõe de terapêutica que reestruture a microarquitetura do osso.
Portanto, prevenção é a conduta prioritária no manejo de osteoporose da
posmenopausa e senil.
Se a paciente iniciar reposição hormonal para tratamento de fogachos,
atrofia vaginal, prevenção ou controle de dislipidemia ou, simplesmente, por
decisão pessoal, já estará prevenindo ou tratando osteoporose. Nestes casos,
densitometria óssea não é indispensável desde que haja intenção de manter o
tratamento por tempo prolongado. Porém, se a hormonioterapia for suspensa por
algum motivo, a paciente deve ser alertada e sugerida densitometria óssea e
dosagem dos marcadores ósseos.
Não havendo outras indicações para estrogenioterapia, as medidas da densidade
óssea e dos marcadores ósseos devem ser exames de rotina pois permitem
detectar-se precocemente estados de osteopenia e remodelamento ósseo acelerado
(excesso de saída de massa óssea) que, se bem conduzidos, terão grande chance de
não evoluirem com futuras fraturas.
Sempre que houver marcador de reabsorção aumentado (N-teplopeptídeos ou
D-piridinolina) está indicado tratamento, mesmo com densitometria normal.
Se a densidade óssea estiver diminuída mais do que um desvio padrão da média
normal, deve ser iniciado tratamento de reposição hormonal ou outra alternativa
se a paciente não quiser ou houver contra-indicação.
Se a densidade óssea estiver ao redor de um desvio padrão abaixo do normal e
os marcadores estiverem normais o tratamento não é mandatório e a densitometria
deve ser repetida entre 1 a 2 anos. A presença de fatores de risco antecipa a
data do re-exame mas não parece lógico antes de 1 ano.
A terceira possibilidade é densidade óssea e marcadores ósseos normais. Neste
caso, não há necessidade de hormônios e a densitometria não precisa ser repetida
antes de 2 anos. Não há protocolos rigorosos nesse sentido mas é prudente não
manter-se mais do que 3 anos sem controle.Perguntas que você pode fazer ao
seu médico:
• Esta doença tem cura?
• Qual a finalidade do tratamento?
• O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
• Há interferência com outros remédios que estou usando?
• Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
• Existem problemas com obesidade e dieta?
• Qual a importância de exercícios e repouso?
• Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?