Imagine que você trabalha distante do escritório durante todo o dia. Por
isso, a empresa resolveu lhe dar um celular. Se você pensa que ele é mais um
canal de relacionamento com amigos e familiares, está muito enganado. O mal uso
do aparelho pode prejudicar sua carreira.
De acordo com o gerente de telecomunicações da Catho Online, Aílton Moreira, a
maioria dos profissionais não tem bom senso quanto ao uso do celular corporativo
e acaba por passar os limites dos gastos estipulados, o que traz conseqüências
negativas.
"Se o profissional passar do limite, é apenas advertido pela empresa. Se
acontecer muitas vezes e ele não souber se justificar, pode perder o benefício,
o que complica seu próprio trabalho", afirmou.
Pontos negativos
O gerente aconselha ao profissional que use o aparelho apenas para fins
comerciais. No entanto, o número do celular pode ser fornecido aos familiares
mais próximos. Neste caso, deixe claro para o parente que só ligue em situações
emergenciais.
"As empresas costumam detalhar as contas, por isso o profissional não deve ligar
para amigos. Depois terá que explicar de quem é o número e perderá
credibilidade", disse.
Esta confiança perdida reflete em uma possível promoção na empresa. Segundo
Moreira, caso tenham de escolher alguém para conceder algum benefício, não será
aquela pessoa que não preza pelo patrimônio da empresa e que não sabe controlar
os próprios gastos.
Uso do aparelho
A melhor maneira de o profissional não passar dos limites é pedir a senha e
login para consultar a conta on-line. Esses dados são concedidos pelas
operadoras às empresas e podem ser usados pelo funcionário.
Quando perdido o aparelho, em alguns casos, o próprio profissional deve arcar
com a reposição do celular. Por isso, é preciso muito cuidado com o patrimônio
da empresa, para não causar impacto no bolso. Caso o celular seja roubado, a
companhia somente concederá outro se apresentado o boletim de ocorrência. Tudo
isso depende do termo de compromisso assinado pelo funcionário.
O uso do celular deve ser feito apenas em horário comercial ou quando o
profissional estiver de plantão, momentos em que ele está ganhando para
trabalhar. "Se ele deixar o celular ligado 24 horas por dia, a lei determinará
que ele está trabalhando 24 horas por dia, porque está à disposição da empresa,
mas muitas empresas não sabem disso", disse Moreira.
Empresa
Antes de conceder o aparelho ao funcionário, Moreira aconselha que a
companhia faça uma campanha educativa, para explicar o benefício e ainda passar
uma idéia de custos. Deve-se mencionar quanto os profissionais poderão gastar
por dia. Além disso, deve-se impor um sistema de controle que permita acompanhar
o uso diário e limitar os valores.