Filhos - Consumismo entre crianças: a culpa é mesmo da propaganda?
O consumo entre crianças e adolescentes é cada vez maior, e isso é um fato.
Mesmo para os que não vivem de perto essa realidade, fica fácil perceber nas
ruas o comportamento desse público sempre muito exigente. Donos dos celulares
mais modernos, tênis, calças e bolsas da moda, games, i-pod e
outros itens, esses pequenos consumidores são grandes na decisão: sabem mesmo o
que querem.
Se o fato é motivo de preocupação para pais e educadores, é comemorado pela
indústria da publicidade que, a cada ano, investe mais nesse público.
Estimativas dão conta de que, mundialmente, o faturamento desse setor, apenas
nesse segmento, fica em torno de US$ 15 bilhões por ano.
Culpa é da propaganda?
Muito se discute, em casos como esse, de quem seria a culpa. Programas de TV,
celebridades e outros recursos entram na fila encabeçada, sem dúvida, pela
publicidade. Mas, será que ela é a única culpada?
Que os meios de comunicação entram na nossa vida quase sem pedir licença, todo
mundo concorda, por fazerem parte do cotidiano, estarem disponíveis em diversas
tecnologias. A informação está presente o tempo todo e, como tudo na vida, isso
é bom de um lado, ruim de outro...
Sem você perceber, sua filha acaba usando a bolsa da cantora de axé, a gravata
da mocinha da novela e a sandália da apresentadora de TV. Efeito da publicidade?
Tudo sob controle
O ponto é: a propaganda existe e está aí para divulgar produtos e idéias. Agora,
o poder de decisão é seu, e não dela. Neste caso, vale ficar atento à educação
dessas crianças e adolescentes, para que aprendam o que pode ou não ser
adquirido.
Não: essa é uma palavra que precisa fazer parte do vocabulário. Não à toa, mas
com coerência, com motivos razoáveis. Não se trata de desabafar com seu filho
sobre seus problemas financeiros, quando ele vier lhe pedir um tênis novo, mas
de ensiná-lo alguns valores, fazê-lo aprender sobre a dificuldade de se
conquistar as coisas, o valor do trabalho etc.
A educação financeira deve começar cedo. Quanto antes, melhor, lembrando que,
para cada idade, deve-se utilizar uma abordagem diferente. As crianças podem
participar do orçamento, à maneira delas. Você pode iniciar em casa alguns
conceitos de economia com seus filhos, começando por valorizar as moedas no
cofrinho, o dinheiro do lanche, a mesada.
Experimente dizer "não" sem sentir culpa. Evite presentes fora de hora e procure
envolver a criança nas compras simples da casa, incentivando-a a entender que
cada produto tem um preço, ensinando-a a economizar nas compras, fazendo-a
perceber as vantagens dessa experiência.
Seu filho quer?
Caso seu filho lhe peça algo, motive-o a conquistar o objetivo por esforço
próprio: ele pode realizar pequenas atividades "remuneradas" em casa, pode
economizar na mesada ou no lanche...Mostre a ele que existem caminhos!
Envolva a sua família em objetivos comuns. Isso, além de reduzir o consumismo
desmedido, dá o tom da união, fundamental no lar, certo? Que tal solicitar a
colaboração de todos na hora de economizar para a compra do carro novo, para a
realização da tão sonhada viagem...
Conscientizando as crianças de que poderão ajudar, fazendo a economia que
puderem e da maneira delas, você terá dado os primeiros passos na educação
financeira de seus filhos. Boa sorte!
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