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Ações / Bolsa de Valores - Governança: quais são as boas ações para os acionistas minoritários? 

Data: 20/07/2010

 
 

No início de julho, a BM&F Bovespa anunciou novas regras para o Novo Mercado, segmento de listagem diferenciado da bolsa paulista, que engloba empresas com práticas de governança corporativa reconhecidas através de requisitos específicos.

Mas o que, na prática, isso muda para os acionistas minoritários? Mais do que isso: entre segmentos de listagem, regras e práticas, o que é, afinal, uma empresa boa para esse investidor?

Especialistas respondem
Segundo Antônio Castro, presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), a transparência é a chave para a maior valorização do acionista minoritário. Ele destaca que a equidade de tratamento entre o bloco controlador e os investidores menores começa com a divulgação clara e completa de informações.

“É importante especialmente para as empresas mais novas e menos conhecidas subir degraus de governança corporativa, como aderir às práticas exigidas no Novo Mercado, para garantir a equidade e passar confiança ao investidor”, fala Castro.

Gilberto Mifano, ex-presidente da BM&F Bovespa e atual presidente do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), também cita a equidade como ponto essencial a ser observado pelos investidores.

Ele explica que o investidor pessoa física deve se apoiar em bons conselheiros – corretoras, gestores de contas, bancos – ou ir sozinho atrás de informações quando passar a investir no mercado acionário. “Na verdade, o ideal é que mesmo cercado de bons conselheiros ele sempre vá em busca das informações e acompanhe as empresas em que investe”, observa.

“A governança tem tudo a ver com isso”, resume.

E como garantir que há governança?
Para Castro, existem alguns pontos principais que devem ser acompanhados de perto pelos acionistas minoritários e também pelos executivos da empresa de forma a garantir a equidade de representação.

O primeiro deles é a composição e funcionamento do Conselho de Administração. Segundo o presidente da Abrasca, é importante que o CA seja a voz dos minoritários dentro da empresa. Para isso, Castro fala que é preciso garantir que haja representantes de minoritários, evitando que seus direitos sejam desrespeitados.

Já quanto ao funcionamento, o presidente da Abrasca diz que “cabe ao CA acompanhar a performance dos gestores e da diretoria da empresa e verificar se os interesses dos acionistas, dos quais é representante, estão sendo atendidos”.

Ele também destaca a necessidade de acompanhamento das ações da diretoria no que tange à remuneração de seus administradores. Nesse ponto é preciso verificar se há transparência e consistência nos critérios de pagamento.

Outro ponto importante a ser observado é a política de controle de riscos internos e a própria gestão de risco. “Alguns casos, em 2008, mostraram que empresas estavam colocando seus negócios em risco ao fazer operações com derivativos. Daí a importância de garantir que o sistema de controle interno seja eficaz”, fala.

Transparência
Quanto à transparência, o diretor da Abrasca diz que, mais que uma questão moral e de boa gestão, ela é uma exigência do mercado a ser cumprida por todas as empresas que têm capital aberto.

“Mas vale lembrar que a transparência de informações é importante desde que não prejudique o desempenho da empresa, como estratégias que interessam a seus concorrentes”, pondera.

Castro lembra ainda que nos casos de oferta de aquisição de ações e reorganização societária, as empresas precisam atender também os direitos dos minoritários, com o tag along, por exemplo. “Estamos desenvolvendo um código de autorregulação que discute boas práticas de governança e leva a empresa a justificar aos acionistas e ao mercado o porquê de sua adesão ou não adesão a essas práticas. É a política do pratique ou explique. Esperamos acabá-lo ainda este ano”, conta.

Outra questão a ser olhada com cautela são as transações com partes relacionadas. “É importante que o CA aprove uma política de operações com partes relacionadas para evitar conflitos de interesse, lembrando que é sempre bom avaliar alternativas similares”, fala.

Walter Mendes, presidente da AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais) alerta ainda para as poison pills, que são cláusulas colocadas nos estatutos das empresas que dificultam a prática de takeovers, isto é, ofertas de compra de controle. “Normalmente, as poison pills tendem a proteger a posição do controlador e não da empresa ou de todos os acionistas”, explica Mendes



 
Referência: InfoMoney
Autor: Beatriz Nantes
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :