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Saúde - Dengue - Saiba tudo sobre ela 

Data: 26/06/2007

 
 

Introdução

A dengue é uma doença infecciosa viral que afeta mais de 100 países no mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram mais de 50 milhões de indivíduos infectados por ano, com 500.000 casos de dengue hemorrágica e 20.000 mortos a cada ano.

Cada vez se ouve falar mais sobre dengue. Por que isso?
O motivo é que a dengue vem se espalhando por vários países, com grande dificuldade para o controle da doença. E, se o aquecimento global for mesmo uma realidade como as evidências científicas mostram, o aumento da temperatura fará com que o mosquito que transmite a dengue, o Aedes aegypti, se espalhe por novas regiões, levando a doença a novas áreas no planeta.

 

 
Imagem cedida por:

CDC " Nat. Cntr. For Infectious Diseases; Div. of Vector-Borne Infectious Dieases; Dengue Fever

Fêmea do mosquito Aedes aegypti no momento exato de uma picada

 

Como é o vírus da dengue?
Há quatro tipos de vírus da dengue, numerados de DEN1 a DEN4. Eles pertencem à família Flaviridae e são vírus que só contêm RNA. Eles são da mesma família do vírus que causa a febre amarela, e tanto a dengue quanto a febre amarela são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. A figura acima mostra o mosquito que transmite a dengue e a febre amarela, o Aedes aegypti. A dengue é transmitida pela picada da fêmea desse mosquito, que tem hábitos diurnos. A infecção por um dos tipos de virus dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três tipos de virus.

Os vírus da dengue costumavam causar doença nas regiões mais quentes entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Com a disseminação do mosquito além dessas latitudes, o vírus está se espalhando e causando a doença em regiões mais perto dos pólos. O aquecimento global, com o aumento da temperatura em regiões mais distantes do Equador, pode levar à disseminação do mosquito e da dengue para áreas mais perto dos pólos. A dengue no Brasil costumava ocorrer durante o verão, reduzindo-se quase a zero no inverno. Desde 2005, os níveis de infestação têm se elevado mesmo nos meses de inverno, agravando o risco de uma nova epidemia. Os invernos atípicos dos últimos anos, com temperaturas elevadas e umidade do ar acima da média, pelas chuvas freqüentes nas regiões Sul e Sudeste, contribuem para um risco maior de epidemia nos próximos anos.

Histórico da dengue no Brasil

As primeiras referências à dengue no Brasil remontam ao período colonial. Em 1865 foi descrito o primeiro caso de dengue no Brasil, na cidade de Recife. Sete anos depois, em Salvador uma epidemia de dengue levou a 2.000 mortes. Em 1846, a dengue é considerada como epidêmica, atingindo vários Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Até 1916, São Paulo foi atingido por várias epidemias de dengue.

O transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, tem origem africana, tendo sido reconhecido pela primeira vez no Egito - daí o seu nome. Ele chegou ao Brasil nos navios negreiros - ele se reproduzia nos depósitos de água dos barcos nas viagens da África para cá.

No início do século 20, em 1903, Oswaldo Cruz, implantou um programa de combate ao mosquito que se prolongou por anos. O medo, na época, eram as epidemias de febre amarela. O Aedes chegou a ser erradicado no Brasil na década de 50, mas retornou, e na década de 80 houve uma epidemia de dengue em Roraima. Até 1957 achava-se que a dengue era uma doença benigna, mas nesse ano, pela primeira vez ocorreu uma epidemia de dengue hemorrágica nas Filipinas. No continente americano, a primeira epidemia de dengue hemorrágica aconteceu em Cuba, em 1981.

 


Epidemia de dengue no continente americano

 

A primeira epidemia de dengue no Brasil nos tempos atuais foi em 1981, em Roraima. Lá foram isolados os vírus DEN1 e  DEN4. Em 1986 houve uma epidemia de dengue no Rio de Janeiro e algumas áreas urbanas do Nordeste com disseminação do vírus DEN1 e mais de 50.000 casos. Em 1990, houve a introdução do vírus 2 no Rio de Janeiro, atingindo várias áreas do Sudeste. Em 1998, houve uma pandemia com mais de 500.000 casos no país. O vírus se espalhou por todo o país, com o Nordeste atingindo o maior número de casos. Em 2000, o vírus 3 foi isolado no Rio de Janeiro, e uma nova epidemia de dengue aconteceu entre 2001 e 2003.  Vários Estados do Sul foram atingidos pela primeira vez. A maior parte dos casos ocorreu em pessoas com mais de 15 anos (a doença costuma acometer adultos jovens pela maior exposição, mas também pode ocorrer em crianças). O quadro abaixo mostra o número de casos confirmados de dengue desde 1998 até 2005.

 

 Região

 1998

 1999

 2000

2001 

2002 

2003 

2004 

2005 

 Norte

 27.018

 15.118

30.848

 63.400

 30.672

 46.672

 31.573

 41.487

 Nordeste

 224.833

 111.327

 121.920

 188.963

 312.519

 214.705

 42.219

 118.257

 Sudeste

 229.630

 41.111

 53.657

 173.691

 384.999

 83.594

 31.001

 35.452

 Sul

 2.994

 1.416

 4.503

 3.731

 16.224

 22.507

 3.554

 5.020

 Centro-Oeste

 20.552

14.115

17.197 

34.529 

68.690 

36.164 

15.528 

41.800 

 Total

 505.027

183.087

228.125 

464.314 

813.104 

403.642 

123.875 

241.796

 

Dengue hemorrágica no Brasil
Até o ano 2000, eram muito raros os casos de dengue hemorrágica no país. Embora muitos indivíduos tenham sido contaminados por mais de um tipo de vírus ao mesmo tempo, a freqüência de dengue hemorrágica era mais baixa que o esperado. Com a chegada do vírus 3, aumentou muito o número de casos de dengue hemorrágica, com aproximadamente 6% de mortes. Desde 2005 é esperado o reaparecimento do vírus 4 no Brasil. A reintrodução do vírus 4 no Brasil pode levar a um aumento de casos de dengue hemorrágica em pessoas que já tiveram a infecção pelos vírus DEN1, DEN2 e DEN3.

Prevenção da dengue

A prevenção da dengue é difícil pela falta de uma vacina e devido à presença do Aedes aegypti nas áreas urbanas. A melhor forma de prevenir é combater o mosquito - que se adapta muito bem em vários ambientes, o que dificulta a sua erradicação. O Aedes desapareceu do Brasil em conseqüência das campanhas contra a febre amarela na primeira metade do século 20, mas em 1976 voltou a ser encontrado no país. Várias iniciativas de controle do mosquito falharam nas duas últimas décadas.


O Aedes já teve um papel político importante na determinação da principal cidade do Estado de São Paulo. A febre amarela foi introduzida pelo Porto de Santos em 1850, assolando os centros urbanos da baixada litorânea. No verão de 1889, a febre amarela invadiu a cidade de Campinas (a porta da cafeicultura do planalto) e também provocou uma grande epidemia na cidade de Santos. Admite-se que esta epidemia tenha contribuído para um decréscimo real das populações atingidas. Adolfo Lutz, em suas reminiscências sobre a febre amarela, calculou em três quartos a população que deixou Campinas em direção a outras cidades, fugindo da febre amarela. Esse fato foi fundamental para colocar a cidade de São Paulo como principal cidade do Estado em contraposição a Campinas. Entretanto, o Aedes se adapta bem a ambientes hostis e hoje em dia é bastante comum na cidade de São Paulo.

 

Vacina para a dengue
Devido a essa grande dificuldade no controle da dengue, a OMS priorizou o desenvolvimento de uma vacina. A grande dificuldade é criar uma vacina efetiva contra os quatro tipos de vírus. Houve pouco progresso nos últimos anos em relação à produção de uma vacina, embora vários países tenham participado desse esforço. Portanto, o único modo de combater a dengue é pelo controle do mosquito transmissor da doença. O Aedes se adapta muito bem a ambientes adversos. Além disso, alguns estudos mostram que o uso de inseticidas não melhora o controle ambiental do mosquito. Por outro lado, sabe-se que medidas relacionadas ao controle do mosquito nas residências são muito mais efetivas. Isso inclui a retirada de recipientes que podem servir de criadouro para o mosquito, como vasos e pneus, garrafas e outros objetos.


A dificuldade de controle da dengue acontece em quase todo o mundo, mesmo em países que fizeram campanhas de erradicação do mosquito. As ações dos governos no controle da epidemia de modo geral são pouco efetivas, baseando-se somente no controle do mosquito e esquecendo as condições de vida inadequadas em muitas comunidades. O controle da epidemia deve incluir outras medidas, como mobilização da sociedade, obtenção de recursos humanos e financeiros, além de minimização dos efeitos do uso continuado de inseticidas. O isolamento do portador do vírus é uma estratégia não efetiva, já que  a maioria dos casos é assintomática.
 

Ciclo de transmissão da doença

A dengue não é transmitida de uma pessoa a outra. Ela é transmitida para o homem pelo mosquito Aedes aegypti, que pode carregar o vírus por 10 a 14 dias depois que pica alguém com a doença. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos na água parada em vasos, garrafas e pneus, por exemplo, deixados no quintal das casas. Os ovos se transformam em larvas que podem viver na água durante uma semana.

 


Imagem cedida por Ministério da Saúde
Larvas do mosquito

 

Depois disso, se transformam em mosquitos adultos. Quem pica os adultos são as fêmeas do mosquito, que vivem em média 45 dias. A transmissão da doença é rara quando a temperatura cai abaixo de 16oC. A temperatura ideal para o mosquito é acima de 30oC, por isso a doença acontece com maior freqüência no verão. As fêmeas precisam colocar seus ovos em um local quente e úmido. Os ovos do mosquito são resistentes e podem sobreviver até um ano em condições adversas, como uma seca prolongada, grudados na parte externa de um recipiente, por exemplo. O transporte desses recipientes contaminados faz com que os ovos se espalhem por uma grande área. 

 

Como é o mosquito da dengue?
Segundo informações do Ministério da Saúde, o mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça. Segundo algumas pesquisas recentes, a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos, capacidade muito maior do que se acreditava.

 


Aedes aegypt

 


Quadro clínico
Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. Depois de contaminado pelo vírus, demora de 2 a 7 dias para a pessoa contaminada desenvolver a doença. Os quatro vírus da dengue apresentam um quadro clínico muito semelhante. A forma clássica da dengue se caracteriza por um início abrupto de febre, mal-estar, dor de cabeça, dor atrás dos olhos ou irritação nos olhos, dor nas juntas e dores musculares e nas costas. Além disso, pode aparecer uma vermelhidão na pele (rash cutâneo) acompanhado de aumento de gânglios. Os sintomas duram em torno de uma semana. Podem aparecer nesse período outros sintomas como náuseas, vômitos e lesões de pele. Sintomas de resfriado como nariz entupido ou coriza nunca aparecem. Por isso, a presença desses sintomas afasta o diagnóstico de dengue.

O diagnóstico é feito por um exame de sangue que identifica a presença de anticorpos IgM (um tipo de anticorpo que se forma nas doenças agudas) contra o vírus da dengue. O exame de sangue (hemograma) também pode mostrar diminuição dos glóbulos brancos (leucócitos) e das plaquetas, que são células do sangue que ajudam no processo da coagulação. Isso explica a presença de sangramentos em pessoas com dengue.

O que é a dengue hemorrágica?

Quando alguém se contamina com o vírus da dengue, desenvolve a doença, que dura uma semana sem outras complicações. Mas, se a pessoa se contaminar outra vez com um outro tipo de vírus da dengue, ela pode desenvolver a forma hemorrágica da doença. Por exemplo, uma pessoa pode se contaminar com o vírus da dengue tipo 1 e depois de um tempo se contaminar pelo vírus tipo 2. Nesse caso, ela pode desenvolver uma forma grave da doença - é a chamada dengue hemorrágica, em que a pessoa doente pode ter sangramentos com choque e morte.

Na dengue hemorrágica, as plaquetas caem muito e a pessoa pode morrer em conseqüência dos sangramentos. Com a disseminação do mosquito, há um risco maior da pessoa se infectar por mais de um vírus e desenvolver a dengue hemorrágica.

 


Imagem cedida pelo Ministério da Saúde
Larvas do mosquito

 

O tratamento da dengue é somente de suporte, ou seja, não há um medicamento específico para tratar a doença. O tratamento consiste em deixar o paciente em repouso, hidratado, sem febre e sem dor. Se o paciente apresenta um sangramento grave, ele deve receber tratamento específico em um hospital. Não se deve usar aspirina para diminuir a febre ou a dor em pacientes com suspeita de dengue. A aspirina age sobre as plaquetas, diminuindo a capacidade do corpo de formar coágulos. Por isso, ela deve ser evitada na suspeita de dengue. O Ministério da Saúde recomenda o uso de acetaminofen para o controle da febre e da dor na suspeita de dengue, nunca ultrapassando o limite de 3 g por dia.

Se você acha que pode estar com dengue, procure logo um serviço de saúde. O diagnóstico é feito por exame de sangue. É importante que se confirme que foi realmente um caso de dengue, pois isso serve como um termômetro que vai nos dizer como está o controle da doença no país. 

Campanhas do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde lançou sua última campanha contra a dengue em novembro de 2006 com o slogan: NÃO ESQUEÇA: A DENGUE SE COMBATE TODO O DIA. O objetivo da campanha é mobilizar a população para ações de prevenção e combate à dengue durante o ano inteiro. Essa campanha do ministério foi baseada em um estudo que mostrou que a maior parte das pessoas  não sabe o que é a dengue e a importância de preveni-la durante o ano inteiro.  Isso é muito importante principalmente agora com as mudanças do clima, com invernos mais úmidos e mais quentes. A participação da população no combate aos criadouros do mosquito da dengue é o ponto vital para o controle da epidemia.A figura abaixo mostra o boné e a camiseta da campanha.


Imagem cedida pelo Ministério da Saúde
Camiseta e boné da campanha contra a dengue

A campanha do ministério pede a colaboração de toda a população no controle da dengue. A fêmea pode depositar seus ovos em caixas d'água sem tampa, recipientes sem tampa largados no quintal, vidros, potes, pratos de vasos de plantas, vasos, folhas de plantas como as bromélias e bambus, buracos de árvores e muitos outros locais onde a água da chuva é coletada ou armazenada. Por isso, é muito complicado controlar a doença se não houver colaboração de todos. Toda a comunidade tem que ser estimulada a colaborar para que se bloqueie a cadeia de transmissão, eliminando o mosquito dos locais onde eles se reproduzem.
Quando há uma epidemia de dengue além dessas medidas, torna-se necessário utilizar inseticidas aplicados em carros-fumacê ou nebulização. As pessoas devem deixar as portas e janelas das casas abertas para que o inseticida possa penetrar nessas ocasiões.

 

Evite que o mosquito pique você

Imagem cedida por Ministério da Saúde
Inseticida

Outro modo de prevenir a doença é não deixar que o mosquito pique. Como a fêmea pica no início da manhã ou no final da tarde, esses são os horários de maior perigo. Para evitar as picadas devem ser usados espirais ou vaporizadores elétricos nesses horários, uso de mosquiteiros nas casas de dia e à noite principalmente para as crianças; além disso, podem-se usar repelentes, tomando cuidado com crianças ou adultos porque podem desencadear quadros alérgicos. As telas em portas e janelas também podem evitar a entrada dos mosquitos nas casas.

 

Controle dos focos de proliferação do mosquito


Para evitar que a fêmea deposite seus ovos, evite deixar destampados recipientes que possam conter água. Assim, se cair uma chuva, a água não vai se acumular dentro dos vasos e pneus. Também não deixe lixo espalhado no seu quintal. Há produtos que matam as larvas do mosquito e que podem ser usados am casa. Não basta somente trocar a água dos vasos com freqüência. Os ovos do mosquito podem se grudar na superfície externa do vaso e resistir por um  ano. Por isso, é necessário limpar a superfície externa dos vasos e de todos os outros recipientes de água.



 
Referência: saude.hws.com.br
Autor: Isabela Benseñor
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