Uma das principais causas que levam as pessoas a se atolarem em dívidas é a
falta de planejamento. Mas, em outros casos, somos surpreendidos por gastos
considerados extraordinários, com saúde, por exemplo, ou com a perda de um
emprego, que acabam nos levando a atrasar contas e levantar dívidas.
Vale notar, contudo, que, apesar do nome, os gastos extraordinários podem ser
planejados. É isso mesmo. Se você avaliar o seu padrão de gastos, em um
horizonte de 6 a 12 meses, certamente conseguirá identificar que uma parcela
relativamente constante do seu orçamento é direcionada para o que chamamos de
gastos extraordinários.
Seguro não elimina reserva de emergência
Diante disto, cabe a você incluir estes gastos no seu planejamento orçamentário,
se quiser evitar surpresas. Caso você venha a não incorrer nestes gastos, pode
direcionar a parte do orçamento que estava alocada para eles para investimento .
Desta forma, consegue finalmente dar início à sua reserva de emergência.
Mas, existe outra forma de estabilizar o seu padrão de gastos e se proteger das
emergências: a contratação de seguro. Afinal, ao contratá-lo você garante o
recebimento de uma indenização, caso um determinado evento de risco venha a
acontecer. Vale notar que contratar seguro não elimina a necessidade de se
construir uma reserva de emergência. Ao contrário do seguro, cuja indenização só
é paga caso o risco se confirme, na reserva de emergência você utiliza o
dinheiro para o que quiser.
Ao contratar um seguro de automóvel, por exemplo, você se protege para o caso de
sofrer um acidente e ter que arcar com gastos excessivos no conserto do seu
veículo e/ou o de terceiros. Gastos esses que podem comprometer a sua situação
financeira, ainda que temporariamente.
Risco do extraordinário em parcelas
Na prática, portanto, ao contratar uma apólice de seguro, você consegue traduzir
alguns dos seus riscos extraordinários para uma base mensal.
De maneira simplificada, pode-se dizer que o seguro pode garantir a proteção do
seu patrimônio (ex. Carro , casa, etc.) ou lhe propiciar um valor financeiro que
ajude durante uma época de dificuldade financeira (ex. Seguro prestamista,
seguro de vida, seguro de saúde, de acidente etc.).
Ao tornar despesas consideradas extraordinárias em prestações fixas, o seguro
facilita o planejamento financeiro, sobretudo, para quem tem dificuldade para
poupar. Essas pessoas têm maior facilidade de pagar uma prestação do que
reservar uma parcela do orçamento para poupança.
Apesar do seu papel importante no planejamento financeiro, é preciso cautela na
contratação do seguro. Da mesma forma como em qualquer investimento, antes de
contratar seguro você precisa avaliar qual é o seu objetivo. Afinal, ainda que
se trate de uma despesa positiva, o pagamento de seguro compromete o seu
orçamento.
Portanto, antes de contratar uma apólice, pergunte-se: O que você pretende
segurar? Quanto irá custar essa proteção? Não há um uso mais eficiente para o
dinheiro? Avalie os riscos a que está exposto e as perdas financeiras que terá,
caso eles venham a se concretizar. Examine a relação de custo benefício das
coberturas existentes para esse tipo de risco. Só aí então tome a sua decisão.