Investimentos / Fundos - Renda Fixa: conheça as diferenças entre títulos pré-fixados e pós-fixados
Quem investe no mercado de renda
fixa quase sempre acaba enfrentando um dilema: será que o momento atual é melhor
para investir em títulos pré-fixados ou pós- fixados? Para responder esta
pergunta, é importante conhecer quais são as características e diferenças destas
aplicações.
A principal diferença é que, em um título pré-fixado, o investidor já sabe qual
será a rentabilidade, desde que ele mantenha o papel até o seu vencimento. Já no
caso dos pós-fixados, não existe forma de saber antecipadamente qual será o
retorno, já que ele depende de fatores que ocorrem após o momento da aplicação.
Pré-fixados
No caso dos pré-fixados, o investidor deve sempre lembrar que a rentabilidade é
conhecida antecipadamente somente nos casos onde ele mantenha o título
até o vencimento. Caso contrário, ou seja, em situações onde ele vende o papel
antes do vencimento, a rentabilidade pode variar.
Para entender melhor este conceito, nada melhor que um exemplo prático. Vamos
imaginar a compra de um papel pré-fixado de um ano, com cupom anual de 10%. Se o
investidor comprar o papel a 100% de seu valor de face e mantiver o título até o
vencimento, ele irá receber, na ocasião, o valor aplicado acrescido de juros. Ou
seja, o retorno é garantido em 10%, considerando, é claro, que o emissor do
título cumprirá suas obrigações.
Esta situação, porém, pode mudar se o investidor vender o título antes do
vencimento, já que existe uma relação inversa entre o preço do título e a taxa
de juro. Na hipótese de um cenário onde as taxas de juros subam, o preço do
título irá cair, de forma que o investidor não obterá, na venda, valor
equivalente ao que receberia no vencimento.
Os títulos públicos pré-fixados mais utilizados no mercado brasileiro são as
LTNs (Letras do Tesouro Nacional), com as NTN-F (Letras do Tesouro Nacional -
série F) também aparecendo com destaque.
Pós-fixados
Já no caso dos títulos pós-fixados, a rentabilidade do investimento dependerá do
desempenho de um indexador, que é usado para corrigir o valor ou a remuneração
dos títulos. Por exemplo, no caso da LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), que
são títulos corrigidos pela Selic, quanto maior for a taxa básica da economia,
melhor será a rentabilidade.
No mercado brasileiro existem diversos títulos públicos pós-fixados, além das
LFTs. Também aparecem com destaque as NTN-B, que são corrigidas pelo IPCA e as
NTN-C, que tem o IGP-M como indexador. Vale lembrar que o principal do título é
corrigido pelo indexador, utilizando-se, no mercado brasileiro, do VNA (valor
nominal atualizado).
Pré-fixados predominam ao redor do mundo
Embora no mercado brasileiro exista uma elevada participação dos títulos
pós-fixados, na maior parte do mundo são os títulos pré-fixados que predominam,
principalmente quando somente os títulos públicos são levados em consideração.
Esta é a situação, por exemplo, dos mercados norte-americano, europeu e japonês.
Vale lembrar, porém, que, em mercados como o norte-americano, títulos
pós-fixados indexados pela inflação têm ganhado maior espaço. Em um mercado
dominado pelos tradicionais Treasuries, títulos do tesouro
norte-americano, os TIPS, que são corrigidos pela inflação, têm se popularizado.
Perfil de risco
Como mostram rentabilidade determinada, em parte, por indexadores, os títulos
pós-fixados acabam registrando um perfil de risco menor do que os pré-fixados,
mantidos inalterados o prazo e a qualidade de crédito do emissor. Um exemplo
usando títulos brasileiros evidencia este fato.
Um forte aumento na Selic, por exemplo, pode ter um impacto negativo
significativo sobre títulos pré-fixados, mas, por outro lado, podem tornar a
rentabilidade de uma LFT mais atrativa. De certa forma, é como se os títulos
pós-fixados contassem com uma espécie de "colchão" que amortecesse o impacto de
certas variáveis.
Deste modo, sempre considerando prazos e qualidade de crédito equivalentes, um
título pós-fixado pode ser mais recomendado para um investidor conservador do
que um papel pré-fixado. Por outro lado, porém, o potencial de ganho é menor, já
que o preço não varia na mesma intensidade a uma queda nos juros.
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