Como agir - Cautela ao comprar óculos
Ao escolher um par de óculos de sol, ou de proteção, como
denominam os especialistas, o consumidor deve ater-se para alguns detalhes e,
assim, evitar problemas futuros com a visão.
Um dos cuidados, conforme Synésio Batista da Costa, presidente da Associação
Brasileira de Produtos e Equipamentos Óticos (Abiótica), é quanto à qualidade da
lente.
O professor-adjunto da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Paulo Augusto de
Arruda Mello, explica que, para saber se a lente é ou não apropriada, o
consumidor deve colocar e retirar os óculos, tampando alternadamente os olhos.
Se o objeto focado – preferencialmente de formas geométricas – mudar de tamanho
ou de forma, isso quer dizer que a lente é ruim.
Óculos cujas lentes parecem deslocar o objeto também são impróprios. Segundo
Mello, se o consumidor, ao afastar os óculos aproximadamente 20 centímetros do
rosto e fixar a visão em um ponto a mais ou menos cinco metros de distância,
mexer a armação lentamente entre ângulos de 45º e 90º e ver que o objeto focado
muda de forma, deve recusá-los, pois não são de boa qualidade.
Coloração das lentes
Ainda na hora da escolha, Mello recomenda ao consumidor que se certifique de que
as lentes têm coloração homogênea. Para tanto, deve-se colocar os óculos contra
o sol para ver se surgem “buracos de luz”. Se sim, não deve comprá-los.
“Óculos com lentes de cores diferentes das convencionais, ao contrário do que se
pensa, não fazem mal à visão”, informa o professor. “O que a prejudica são as
lentes que não possuem proteção contra os raios ultravioletas (UV). Toda vez que
o ambiente tem pouca luminosidade, as pupilas dilatam-se. Se as lentes não
oferecem proteção, as pupilas ficam expostas à radiação.”
“Lentes com adesivos que informam a presença de proteção contra UVA e UVB nem
sempre são garantia de que a proteção efetivamente existe”, diz Hilma de Araújo,
técnica de Saúde da Fundação Procon-SP. Outro conselho da técnica é que não se
deve comprar óculos em camelôs. “Se o consumidor tiver algum problema, não terá
a quem recorrer.”
Se, mesmo com essas dicas, o consumidor ainda não conseguir identificar se a
lente é de boa qualidade, vale a pena atentar-se para sintomas após usá-lo, como
dor de cabeça, vermelhidão e olhos lacrimejantes. “Eles são indicativos de que
algo vai mal com a visão”, conclui o professor Mello.
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