Investimentos / Fundos - Proteção ou acumulação: o que você procura ao investir?
Existem diversas maneiras de começar a investir. A decisão de
como escolher onde alocar o seu dinheiro, sem dúvida deve contemplar o seu
objetivo, ou seja, para que se destina o investimento e o prazo que este
dinheiro poderá ficar aplicado.
O grande problema é que, para o pequeno investidor, que está começando agora a
aplicar seu dinheiro, a tarefa de definir uma estratégia e objetivo de
investimento parece mais difícil do que deve ser.
Falta de estratégia pode acarretar erros
Na maioria dos casos em que o investidor se decepciona com uma determinada
aplicação, isso se deve ao fato de que ele não levou em consideração nem o prazo
em que pretende manter a aplicação, nem o seu objetivo de retorno ao investir o
dinheiro antes de efetuar sua escolha. E é isso que acabou levando-o a cometer
um erro.
Se o erro na escolha da aplicação pode adiar o alcance de um determinado
objetivo financeiro, nos casos mais graves ele pode acabar comprometendo, de
maneira irreversível, o patrimônio do investidor.
Abaixo será discutida a melhor forma de investir seu dinheiro, dependendo do seu
objetivo, que pode ser apenas de preservar o seu capital contra as perdas da
inflação, ou muito mais agressivo, buscando retornos que permitam um crescimento
das suas economias.
Preservando o capital
Para os mais conservadores, em geral, preservar o capital é o objetivo principal
de se investir o dinheiro. Por preservação de capital entende-se a proteção do
valor do seu patrimônio contra os efeitos corrosivos da inflação. Por exemplo:
imagine que você tenha R$ 50 mil e que a inflação no ano foi de 10%. No final
deste mesmo ano, para que seu patrimônio seja protegido da inflação, ele deveria
pelo menos crescer 10%, isto é, deveria ser de R$ 55 mil.
Se o seu objetivo é a preservação do capital, sua preferência deve ser pelas
aplicações com pouco ou nenhum risco, que representem uma forma de preservação
do patrimônio contra o efeito da inflação. Desta forma, o melhor é optar por
aplicações de menor risco e volatilidade dentro da renda fixa. A escolha da
aplicação ideal vai depender do quanto você tem para investir e do prazo em que
pretende manter a aplicação.
Apesar de ser isenta de taxas e impostos, a poupança só é recomendada para
quantias pequenas e prazos muito curtos de tempo. Caso contrário, os fundos que
aplicam em títulos de renda fixa, até mesmo os de curto prazo, cuja tributação é
elevada, tendem a oferecer retorno mais atrativo .
Os fundos referenciados DI são mais recomendados para quem não tem tanta pressa
para sacar, e pretende manter o investimento por pelo menos seis meses, e não
está disposto a correr nenhum tipo de risco. Isso acontece porque estes fundos
aplicam em títulos pós-fixados, cujo retorno é determinado no final da aplicação
e, por isso mesmo, são os mais indicados para momentos em que existe certa
incerteza com relação à tendência para as taxas de juros.
Já os fundos de renda fixa, por aplicarem em títulos pré-fixados, são indicados
nas mesmas condições que os fundos DI, mas nos casos em que existe uma tendência
clara de queda para os juros, como agora. Outras sugestões incluem o
investimento direto em títulos públicos, cujo retorno é atrelado à variação da
inflação, como as NTN-C atreladas ao IGP-M e as NTN-B atreladas ao IPCA.
Rendimento moderado
Se você deseja obter um rendimento moderado, acima da inflação e com uma
perspectiva de retorno um pouco maior no médio prazo, a alternativa seria
combinar aplicações livres de risco e aplicações com grau de risco moderado.
Desta forma, a perspectiva de rendimento será dada pelo grau de risco que você
assumir na alocação dos ativos.
Você pode optar, por exemplo, por aplicações mais arriscadas dentro da renda
fixa, como é o caso dos fundos de renda fixa crédito ou os fundos de renda fixa
alavancados. Os fundos que combinam renda fixa e variável, os multi-mercados,
também são opções interessantes para tentar obter um rendimento acima da média.
Outra opção é diversificar você mesmo a forma como aplica o dinheiro.
Direcionando, por exemplo, cerca de 70-80% dos recursos que tem para investir
para aplicações mais conservadoras, como os fundos DI, e o restante para
aplicações de perfil mais agressivo, como os fundos de renda fixa crédito, os
multimercados ou até mesmo os fundos de ações.
Forte crescimento das aplicações
Para quem tem pressa de fazer seu dinheiro crescer, o melhor é dar preferência
pelas aplicações de perfil mais agressivo, como os fundos de ações e fundos
multi-mercados. Contudo, estas aplicações só são indicadas para quem pretende
deixar o dinheiro aplicado no médio e longo prazo, pois são investimentos mais
arriscados.
Mas, o que exatamente entendemos por risco? Uma aplicação é arriscada quanto
mais difícil for prever qual será o seu retorno em um dado momento, já que os
rendimentos da aplicação variam muito de um mês para o outro. Este é o caso, por
exemplo, das aplicações em ações, câmbio e derivativos. Estes investimentos
podem alternar momentos de forte valorização com outros de forte queda, e ganha
quem sabe entrar e sair na hora certa, comprando na baixa e vendendo quando
estas aplicações se recuperam. Exatamente por isto que a primeira lei, quando o
assunto é investimento é: quanto maior o retorno, maior o risco!
Independente do seu perfil de investimento e dos seus objetivos, não é
recomendável que direcione mais de 40% das suas economias em aplicações de alto
risco, até porque você precisa deixar pelo menos uma parcela do seu patrimônio
em aplicações mais conservadoras, que busquem protegê-lo da inflação.
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