Com a crise financeira internacional, a ordem do governo é facilitar o
crédito para que o brasileiro continue comprando. Diante disso, nos últimos
meses, os anúncios de ampliação de prazos e diminuição de taxas de juros para os
diversos tipos de financiamento têm se tornado constantes.
No financiamento imobiliário, não é diferente. Somente no mês de maio, três
grandes bancos brasileiros apresentaram alterações nas suas regras de concessão
para este tipo de empréstimo. Em meio a tanta oferta, é natural que o
consumidor, mesmo no atual cenário econômico, se sinta à vontade para tomar
crédito e comprar, enfim, a tão sonhada casa própria.
Contudo, alerta a Cadmesp (Consultoria em Financiamento Imobiliário), é preciso
cautela na hora de assinar o contrato, pois um pequeno descuido pode significar
um rombo maior no bolso, fazendo que o saldo residual seja o dobro do valor do
imóvel, por conta de porcentagens e juros irregulares.
As armadilhas
Segundo a Consultoria, é comum que taxas ilegais presentes nos contratos passem
despercebidas. É o caso, por exemplo, da taxa administrativa, cuja adição no
contrato não está estabelecida por lei, mas, na maioria dos casos, aparece.
As taxas nominal e efetiva de juros também costumam dar problemas. Na primeira,
os bancos costumam adotar porcentagens acima de 6%, ultrapassando o percentual
permitido pela legislação. Na segunda, em grande parte dos contratos, não há
taxas fixas ou demonstradas.
O mutuário também deve ficar de olho no valor cobrado pelo seguro, que deve ser
calculado sobre o valor financiado, sem a adição de juros. Entretanto, diz a
Cadmesp, muitas instituições usam o saldo total do empréstimo para calcular os
juros, o que é errado.