Investimentos / Fundos - Aprenda a investir em Fundos - Cuidados ao comparar a rentabilidade de fundos
1. Observações Gerais
Qualquer comparação de rentabilidade deve levar em conta alguns
procedimentos preliminares, tais como: Política de investimento: só tem sentido comparar fundos que tenham a
mesma política de investimento, isto é, que assumam riscos
semelhantes. Como as categorias de fundos não são definidas
rigidamente, isto dá margem a muita confusão.
Taxa de administração: quanto mais conservadora a
estratégia de investimento do fundo, maior o impacto da taxa
de administração na rentabilidade.
Mark-to-market: fundos que não precificam corretamente
seus ativos podem estar fechados a novas captações. E esta é
uma forma usual de aparecer bem nos diversos rankings
publicados pela imprensa.
Valor inicial para novos investimentos e resgates.
Risco de crédito: alguns fundos compram papéis de
segunda ou terceira linha como forma de alavancar seus
ganhos. A política da HSBC Investments tem sido bastante
conservadora neste aspecto, mantendo em nossas carteiras
papéis privados que possuam classificação de “Investment
grade” analisada por agências de ratings e papéis de emissão
do BC ou do Tesouro Nacional.
Patrimônio do fundo: fundos pequenos são propícios à
manipulação de rentabilidade, ainda que isto seja
expressamente proibido pelos órgãos reguladores.
Garantia de rentabilidade: garantir rentabilidade é
expressamente proibido pelo Banco Central (portanto,
trata-se de um ato juridicamente nulo).
2. Fundos de Renda Fixa
DI
Os fundos chamados "DI" não são 100% protegidos contra elevações
nas taxas de juros (alguns têm a denominação "DI" apenas porque
podem fazer uso do mercado futuro de juros). Isto dificulta as
comparações, uma vez que fundos não “hedgeados” assumem riscos
maiores que fundos exclusivamente “DI”.
Para Fundos DI, a taxa de administração explica a quase
totalidade da diferença de performance. Diferenças de 1% na taxa
de administração anual podem representar muitas posições no
ranking.
Alguns fundos ainda correm risco de crédito, ou seja, compram
papéis de emissores de pior qualidade.
3. Fundos de Renda Fixa
(tradicionais ou não-DI)
Como estes fundos são bastante diferenciados, a comparação nesta
categoria é mais difícil que nos Fundos DI. São classificados
desta forma tanto fundos com prazo médio de dois ou três dias,
como fundos com prazo médio de meses. Note que simplesmente não
faz sentido identificar o percentual da carteira em que o fundo
pode estar com papéis pré-fixados (isto não dá nenhuma
informação sobre o risco efetivamente incorrido).
Atualmente todos os administradores de recursos de terceiros
possuem seu sistema de MTM rigorosamente controlados pela CVM e
ANBID.
Da mesma forma que nos Fundos DI, é preciso estar atento aos
riscos de crédito.
O impacto da taxa de administração não é tão forte como nos
Fundos DI, mas ainda assim tem grande influência.
4. Fundos Cambiais
Da mesma forma que os Fundos DI, há Fundos “Cambiais” que não
estão sempre protegidos 100% contra uma desvalorização cambial.
São fundos ativos, nos quais o administrador só faz o “hedge”
quando, a seu juízo, a probabilidade de uma desvalorização é
maior. Fundos assim tendem a apresentar maior rentabilidade.
5. Fundos Livres ou
Derivativos
Como sugere o nome, neste caso vale tudo. O investidor não
especializado tem muita dificuldade em entender o risco que cada
um destes fundos carrega. Comparar apenas a rentabilidade, no
entanto, é enganoso.
6. Fundos de Ações
Fundos de Ações são mais fáceis de comparar do que FIs. Ainda
assim, é preciso levar em conta:
I) se são fundos ativos (que objetivam superar algum índice de
mercado) ou passivos (que buscam maximizar a aderência a um
determinado índice); II) se podem ser alavancados mediante o uso de derivativos ou
não; III) o universo no qual o fundo escolhe as ações a serem
compradas (fundos setoriais não podem ser comparados com fundos
de segunda linha, por exemplo).
As taxas de administração têm influência relativamente pequena
na performance de um Fundo de Ações.
Todas as ações da carteira de um fundo são valorizadas pelo
preço médio do dia – e não pela cotação de fechamento. Esta é a
forma mais justa de proteger os interesses do investidor. Muitos
investidores ainda não sabem disto (apesar de não ser nenhuma
novidade) e questionam a performance dos fundos nos dias em que
a bolsa, medida pelo fechamento do Ibovespa, sobe bastante.
7. Fundos Mistos ou
Balanceados (também chamados de Multiportfólios)
Para comparar fundos desta natureza, é preciso levar em
consideração o percentual da carteira que pode estar exposto à
bolsa de valores.
Alguns Multiportfólios também fazem uso de derivativos.
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