No filme "À procura da felicidade", Chris Gardner (Will Smith) é um
desempregado com sérios problemas financeiros, que busca uma carreira estável
para poder sustentar o filho. Eis que surge uma oportunidade para estagiar no
setor de vendas de uma grande empresa. Mas ele se depara com um desafio:
competir com jovens que têm muito mais tempo e condições para estudar e se
dedicar ao trabalho do que ele.
O filme traz um dilema da vida real não muito comum, pois poucos são aqueles
corajosos o bastante para, após anos de carreira, começar do zero e mudar de
área, justamente à procura da felicidade, como insinua o filme.
A verdade é que está cada vez mais difícil competir com os jovens que estão
entrando para o mercado de trabalho agora. Eles parecem ser mais criativos,
arrojados, ariscos, desafiadores. Isso sem falar da vocação para lidar com a
tecnologia, já que cresceram diante do mundo virtual.
Competindo com a garotada
O gerente da Robert Half, Roberto Britto, diz que os profissionais que decidem
recomeçar em um patamar mais baixo em suas carreiras, e se veem diante da
necessidade de competir com os mais jovens, não devem ser reféns dessa situação.
"Trace uma meta a ser atingida e construa os caminhos para tal", aconselha.
"O que não pode é não ter garra e vontade, porque isso muitos profissionais da
geração Y (que hoje têm entre 20 e 30 anos) têm de sobra", acrescenta. "Eles
visam ao retorno mais rápido de seus esforços e ficam impacientes diante da
demora da promoção", garante o especialista.
Use sua bagagem!
A principal dica de Britto é: concilie os pontos positivos da geração Y com seus
próprios pontos fortes e obterá resultados rapidamente. As pessoas com mais
tempo de estrada têm a experiência tanto profissional quanto de vida a seu
favor; costumam agir com mais maturidade no ambiente profissional e, no momento
atual, contam com uma vantagem valiosa: já passaram por outras crises
econômicas, de forma que não estão apavoradas ou temerosas. E as empresas estão
precisando dessa tranquilidade.
"Aproveite o convívio com os mais jovens para abrir a cabeça e absorver seus
inusitados pontos de vista e conhecimentos", diz Britto, que citou como exemplo
a ligação dessa geração com as redes sociais, ferramenta muito útil para
conhecer pessoas e ampliar a rede de relacionamentos profissionais.
Não importa o quanto saiba, seja humilde!
Outro conselho é: seja humilde e flexível. "O profissional com mais anos de
estrada não pode ser inflexível apenas porque é mais experiente, ou porque
acredita que sabe mais. Aprenda com a garotada, para que possa ter mais
vantagens competitivas". Por fim, não se esqueça que é essencial saber trabalhar
em equipe e "se misturar", se quiser ser bem-sucedido neste desafio.