Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Negócios / Empreendedorismo - Uso de jogo de negócios para desenvolvimento de habilidades empreendedoras 

Data: 30/05/2007

 
 

Resumo

Um jogo de negócios inovador foi utilizado junto a 163 executivos de empresas nacionais e multinacionais e empreendedores start-up (negócio próprio) e a 156 estudantes universitários para a identificação e o desenvolvimento de suas habilidades empreendedoras. Ao todo, quinze características comportamentais empreendedoras foram destacadas e fizeram parte do estudo. O objetivo foi comparar as características empreendedoras de cada grupo, através da simulação e vivência de forma lúdica de um ambiente empreendedor, bem como da resolução de dilemas empresariais. O resultado mostrou que apesar das peculiaridades de cada grupo, as características visão e planejamento são as que mais se destacam em todos os grupos, e otimismo e capacidade de networking as que menos se destacam. Como a seleção dos participantes ocorreu de forma aleatória para a composição de cada grupo, porém levando em consideração que são pessoas de destaque em suas áreas de atuação, conclui-se que o comportamento empreendedor é identificado não só nos que iniciam seus próprios negócios, mas em outros grupos de pessoas. Através da utilização do jogo de negócios e da análise dos relatórios obtidos pôde-se propor para cada grupo e para cada pessoa individualmente um plano de ação para desenvolvimento de suas habilidades menos destacadas, bem como para capitalizar sobre as mais bem destacadas em cada caso. Trata-se de uma contribuição para o desenvolvimento das habilidades empreendedoras do executivo moderno, dos dirigentes de pequenas empresas e de estudantes para que se preparem para os desafios do seu futuro profissional.

Introdução


Com o aumento da competitividade entre as empresas é crescente a necessidade de se atrair e reter talentos. Para desempenhar essa função muitas empresas desenvolvem métodos específicos e os departamentos de Recursos Humanos acabam se tornando onerosos, desempenhando um trabalho árduo ao tentar identificar e classificar características essenciais que devem estar presentes nos profissionais selecionados.

Muitos dos métodos de seleção das empresas envolvem técnicas bastante subjetivas, baseadas no julgamento pessoal de equipes de recrutadores ou em testes que levam em conta apenas o conhecimento técnico dos candidatos. Esse tipo de recurso está tornando-se obsoleto devido à preocupação cada vez maior das empresas com o comportamento que será apresentado pelos futuros funcionário. Tal demanda gera a necessidade de sistemas que avaliem o perfil comportamental dos futuros profissionais e que possam auxiliar no desenvolvimento de suas habilidades comportamentais mesmo após a contratação, promovendo o contínuo desenvolvimento.

Análises que buscam conhecer como o profissional agiu anteriormente ou como agiria diante de determinadas situações também estão cada vez mais valorizadas por recrutadores. A análise comportamental é bastante complexa de ser realizada e pode muitas vezes ser induzida por critérios subjetivos. Com isso, técnicas que permitam avaliar o comportamento vivencial do candidato podem auxiliar no processo de seleção e recrutamento e após a sua contratação.

A nova visão de empresas que buscam organizar os funcionários em equipes multidisciplinares, visando à complementaridade das habilidades individuais cria também a necessidade de se conhecer melhor todos os atuais funcionários, sabendo quais são as características mais presentes nos mesmos. Dessa maneira, métodos que auxiliem na avaliação e identificação do perfil de cada um dos funcionários da empresa podem auxiliar na criação de equipes mais bem preparadas e com perfis complementares.

Alheio aos departamentos de Recursos Humanos diversos autores vêm ao longo dos anos tentando classificar características que estejam presentes, tanto nos indivíduos que criaram suas próprias empresas, genericamente denominados de empreendedores, como naqueles que têm esse perfil, mesmo trabalhando em empresas já estabelecidas, chamados de intra-empreendedores. Atualmente muitas das características encontradas nessas pessoas são valorizadas, de modo que esses profissionais enquadram-se muito bem no perfil buscado pela empresa.

Dessa maneira esse trabalho buscou utilizar-se de um jogo de negócios inovador, totalmente baseado na internet, desenvolvido para analisar o perfil empreendedor dos profissionais. Tal ferramenta utiliza um ambiente lúdico, na forma de jogo, onde os usuários devem tomar decisões no dia-a-dia, e têm suas características empreendedoras mapeadas, de modo que ao final têm-se uma análise completa de seu perfil empreendedor. Além disso, pôde-se comparar grupos distintos de pessoas com vistas a identificar eventuais diferenças e similaridades de comportamento entre elas.

Metodologia


O jogo de negócios foi aplicado a 319 pessoas, sendo 59 empreendedores start-up, 104 executivos de nível gerencial de empresas nacionais e multinacionais e 156 estudantes universitários, no período de janeiro a junho de 2006. Os executivos foram selecionados dentre várias empresas de diversos setores, incluindo desde grandes empresas multinacionais até médias empresas, porém todos estavam cursando um programa de MBA quando foram analisados. Os estudantes universitários analisados representaram um grupo homogêneo, com subgrupos de 30 estudantes por universidade participante do estudo.

Todos os participantes do estudo acessaram o jogo através da internet e tiveram pelo menos 30 dias para jogar. Para que o resultado obtido individualmente fosse considerado válido cada participante jogou pelo menos uma vez de forma completa todo o jogo. Alguns participantes jogaram mais de uma vez, sendo que nesses casos seu resultado final foi considerado como a média de todos os jogos realizados. Cada jogo completo levou em média uma hora e meia, porém a ferramenta permitia que o usuário jogasse em vários momentos distintos, sem necessidade de ficar continuamente jogando para se obter o resultado final, o que facilitou sua aplicação.

Após todos os participantes terem finalizado o jogo os dados foram agrupados e foi feita uma média da pontuação em cada característica analisada. Essas características foram posteriormente classificadas, o que permitiu a comparação entre as características mais e menos presentes em cada um dos três grupos. 

Dessa maneira pode-se considerar que foi realizada uma pesquisa que envolveu tanto parâmetros quantitativos, pois se utilizou dados numéricos para a elaboração de um ranking com as principais características empreendedoras, e parâmetros qualitativos, pois a análise dos dados não foi feita de maneira estatística e sim baseada na comparação entre os resultados obtidos.

Resultados


Os resultados obtidos na pesquisa são apresentados na tabela comparativa a seguir. Cada uma das quinze características empreenderas é classificada em ordem de importância para cada grupo, ou seja, as classificadas nas primeiras posições são as que mais se mostraram presentes para o cada grupo analisado e as classificadas nas últimas posições, as menos presentes. É importante salientar que o fato de algumas características ser consideraras menos presentes, não significa que a pessoa não possua ou não tenha tal habilidade/característica. O jogo foi desenvolvido de forma a se analisar de maneira comparativa todas as características. Assim, quando a característica otimismo é apresentada como a menos presente para o grupo de intra-empreendedores, implica que dentre todas as características analisadas para este grupo foi a que menos se destacou, mas não se pode dizer que as pessoas participantes do grupo não são otimistas.

Com a análise dos dados pesquisados percebem-se como fatores de destaque aos empreendedores start-up a capacidade de identificar oportunidades de sucesso e de anteciparem-se a tendências futuras, ou seja, serem visionários. Outra característica que se mostrou bastante presente nessas pessoas foi a capacidade de planejamento e organização, provando que para empreender não basta ter vontade, mas é necessário também procurar prever os desafios que podem aparecer e estar pronto para enfrentá-los.
Entre as características menos presentes, três delas, trabalho em equipe, liderança e capacidade de networking, refletem a tendência de muitos empreendedores a trabalharem sozinhos inicialmente, devido à resistência ao risco de um novo empreendimento das pessoas à sua volta.

Esses dados podem ser validados por um estudo teórico realizado recentemente com empreendedores start-up e intra-empreendedores , baseando-se em ampla revisão bibliográfica com diversos artigos científicos sobre o comportamento empreendedor, apontando que as características mais presentes nos empreendedores start-up e intra-empreendedores são semelhantes, com peculiaridades em cada caso.

Comparando-se os resultados obtidos no presente estudo com o estudo teórico citado percebe-se grande semelhança devido ao fato de em ambos os estudos os empreendedores start-up se destacarem pela capacidade de inovar e de ter visão de futuro. A capacidade de correr riscos e a necessidade de realização também foram consideradas críticas em ambos os casos. As únicas divergências encontradas foram em relação às capacidades de planejamento e organização que recebeu destaque nos resultados obtidos com o jogo de negócios, mas que não tiveram tanta ênfase no estudo teórico. 

Em relação aos intra-empreendedores a característica que se mostrou mais presente foi a capacidade de planejamento, mostrando a maior cautela desse profissional em correr riscos ou o fato de usar uma prática corporativa: a cultura do planejamento. A visão e a identificação de oportunidades também foram características bastante destacadas e indica a semelhança de perfil entre os intra-empreendedores e os empreendedores start-up, que buscam sempre a inovação. Esses resultados também estão de acordo com os resultados obtidos com o estudo teórico citado anteriormente, o qual destacou como principais características dos intra-empreendedores a capacidade de inovar, seguida pelo estabelecimento de metas e a busca de oportunidades.
 
Um fator que pode ser considerado preocupante é a baixa importância dada à capacidade de networking (relacionamento) pelos intra-empreendedores. É sabido que aprimorar tal habilidade é fundamental para o bom relacionamento com outras pessoas na empresa e fora dela para que seus projetos tenham sucesso.

Ao comparar-se ainda o perfil dos dois tipos de empreendedores com o perfil dos atuais universitários percebe-se que estes últimos estão bem alinhados com os já considerados empreendedores, mostrando que possuem potencial para atuarem tanto como empreendedores start-up ou intra-empreendedores e com possibilidades de sucesso na sua futura carreira profissional.

Aplicabilidade


As empresas têm buscado delinear o perfil do profissional do futuro e cada vez mais se percebe que este delineamento está em consonância com o perfil empreendedor. Mas como o perfil empreendedor é bastante abrangente, há a necessidade de se identificar, analisar e desenvolver várias características comportamentais empreendedoras em vários grupos de funcionários e em diversos níveis do organograma organizacional.

O jogo de negócios aqui utilizado apresenta uma abordagem inovadora por diferenciar-se das técnicas comumente empregadas nestes casos e assim passa a ser uma alternativa que complementa as várias ferramentas e metodologias atualmente existentes para o desenvolvimento pessoal. Por ser baseado em uma plataforma tecnológica e utilizar o ludismo como meio de aplicação, vem ao encontro da tendência atual de se utilizar formas diferenciadas de avaliação e desenvolvimento das pessoas, permitindo ainda que o usuário se sinta mais à vontade para se submeter ao uso da ferramenta.

Acredita-se que desta forma os resultados fiquem mais próximos do que realmente ocorreriam em um evento prático e real, auxiliando assim aos departamentos de recursos humanos e desenvolvimento de pessoas na organização a identificarem o perfil desejado do profissional para cada função/cargo na empresa e traçarem um plano de desenvolvimento para este profissional.

Assim, a empresa pode definir quais são as características comportamentais mais importantes para cada papel/cargo ou projeto e formar equipes complementares e com perfil empreendedor. O profissional, sozinho, pode ainda ter seu plano pessoal de desenvolvimento para saber quais características precisa desenvolver e posteriormente preparar uma plano de ação para este desenvolvimento. Assim, ao longo do tempo, o profissional pode acessar diversas vezes o jogo de negócios e monitorar se as mudanças que busca em seu perfil realmente ocorreram.

Como o jogo de negócios é baseado em um ambiente corporativo fictício, e com dilemas comuns do dia-a-dia empresarial, os resultados ficam bem próximos do que ocorreria no ambiente real e por ser lúdico envolve mais as pessoas, evitando parecer ser um teste de perfil ou algo parecido. Tal funcionalidade permite que o jogo seja aplicado também em eventos e workshops, possibilitando que os funcionários não se sintam pressionados em suas respostas, oferecendo assim um resultado menos tendencioso.

O estudo comparativo aqui realizado serviu ainda para se ter uma validação do perfil do empreendedor corporativo (intra-empreendedor) em relação ao empreendedor start-up, comprovando o que prega a literatura sobre o tema, e mostrando a validade da ferramenta, que pode e tem sido utilizada de forma eficaz no desenvolvimento de profissionais.

Referências Bibliográficas


DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. Rio de Janeiro: Elsevier, xii, 183p. 2003.

KURATKO, Donald F.; MONTAGNO, Ray V.; HORNSBY, Jeffrey S. Developing an intrapreneurial assessment instrument for an effective corporate entrepreneurial environment. Strategic Management Journal. Summer, v. 11; n. 5; p. 49, 1990.

SHARMA, Pramodita; CHRISMAN, James J. Toward a reconciliation of the definitional issues in the field of Corporate Entrepreneurship. ET&P. Baylor: Spring, p.11 - 27, 1999.
 

Silvana Anita Walter; Carla Maria Schmidt; Aline Witte; Gérson Tontini; José Dornelas. Empreendedor start-up versus empreendedor corporativo: um enfoque na literatura sobre suas diferenças e semelhanças. Projeto final de curso. Mestrado em Administração. FURB Universidade de Blumenau-SC. 2005.



 
Referência: Plano de negócios
Autor: José Dornelas, Eduardo Vilas Boas, Fernando Chamis
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :

Assunto:Perguntas:
ConsumidorPagou a matrícula, mas desistiu do curso? Saiba quais são os seus direitos
Carreira / EmpregoReuniões: como se comportar na primeira vez?
ImóveisSegurança: condomínios devem solicitar relatório de inspeção anual de elevadores
Carro / VeículoAno-modelo do veículo pode confundir consumidor na hora da compra
Carro / VeículoCarros usados: para vender há desvalorização, mas para comprar preço é o da tabela
Carreira / EmpregoSua memória está deixando você na mão? Veja como contornar o problema!
ImóveisPesquisa: somente barreiras físicas não garantem segurança em condomínios
Negócios / EmpreendedorismoOs Dez Mandamentos para o Sucesso
Franquia / FranchisingTaxas
Ações / Bolsa de ValoresPara minoritários, é importante participar das assembleias?